Dia dos avós. Por Ana Dalsasso
Brasil, Portugal e Espanha comemoram no dia 26 de julho o “Dia dos Avós”, data essa escolhida pela igreja católica para homenagear Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria, portanto avós de Jesus.
Apesar de a data ser tão significativa, não só pelo que os avós representam na árvore genealógica da família, mas também pela influência deles no crescimento e formação dos netos, passa quase despercebida pelos meios de comunicação, e talvez até pelas próprias instituições de ensino, onde se forma a base da sociedade. Diferente de outras datas, o apelo midiático para a celebração do dia dos avós é praticamente zero. Parece não haver interesse em fortalecer esse laço familiar, considerado o grande alicerce, talvez pelo modo distorcido com que a sociedade vem passando aos jovens e crianças o conceito de família. Os valores da família vêm sendo desconstruídos em nome de uma liberdade desregrada, imposição de ideologias que afetam a estrutura familiar, descrença nos preceitos religiosos, uma verdadeira libertinagem.
Mas, por que os avós seriam tão importantes na criação dos netos se a sociedade mudou tanto, se a tecnologia se apresenta nas mais variadas faces para encantar as crianças e mantê-las presas a uma máquina de ilusão? Há espaço para avós no conceito de muitos chamados de “ velhos ultrapassados”?
Eu ouso afirmar que, mais do que nunca, a presença dos avós se faz necessária para manter viva a gratidão por nossos antepassados, aos quais devemos nossas vidas. Os avós são a memória viva, pois trazem consigo uma experiência acumulada que serve para unir e fortalecer a família; trazem uma história construída com outras gerações, outros costumes e podem assim transmitir segurança e estabilidade emocional para os filhos, mas em especial para os netos. É comum se ouvir que “netos” são filhos duas vezes. Há quem costuma dizer que os avós estragam os netos, que pais educam e avós deseducam porque não mais permissivos. Posso afirmar, por experiência própria, que não há permissividade, mas sim mais paciência e tolerância, o que falta aos pais em função da vida corrida que levam hoje. Os avós amam incondicionalmente, apoiam e transmitem ensinamentos que a experiência de vida lhes deu e têm o poder de gerar fortes lembranças para a criança futuramente.
Apesar da pouca literatura sobre o tema, já existem alguns estudos que comprovam os benefícios da relação entre avós e netos, que merecem ser compartilhados. Pesquisas comprovam que um bom relacionamento da criança com os avós aumenta o desempenho escolar, autoestima, inteligência emocional; tornam-se mais bondosas, generosas e com menores taxas de ansiedade, de depressão no futuro e mais fortes psicologicamente. Os avós ensinam e transmitem habilidades práticas e de conhecimento da vida, desenvolvem a imaginação da criança, ensinam o respeito para com as outras gerações.
Vale lembrar que essa convivência não é benéfica apenas para as crianças. Estudos comprovam que avós que se envolvem na vida dos netos possuem melhor bem-estar, têm risco reduzido de sofrer de Alzheimer e outros distúrbios cognitivos, além de se sentirem úteis, pois o cessar do longo período laboral leva muitas pessoas a se sentirem inúteis na aposentadoria. A chegada dos netos é a volta à vida…
Diante do exposto, compartilho com você leitor para que sirva de reflexão: “ Os avós são exemplos de pessoas: únicas, afetuosas e inesquecíveis na vida dos netos. É um vínculo que transcende a ligação de sangue, é a progressão de duas gerações: pais e filhos, passando a ser avós e pais”.( Autor desconhecido)
Como exemplo vivo disso, reafirmo: ser mãe é maravilhoso, mas ser avó é uma sensação muito diferente, transcende ao nosso entendimento.
Cara Ana! Como sempre seus textos, suas falas, seus comentários são muito sábios. Sou avó de 5 netos e procuro também educá-los de forma correta, mostrando a importância dos valores para que tenham uma vida digna. Quem tem uma mãe, sogra por perto sabe o quanto é importante. Sabe que aquele filho será cuidado com muito amor. E nosso coração transborda de amor quando os temos conosco. Que Deus nos dê saúde para poder acarinhá-los por muito tempo.