Adesão ao Sistema Nacional de Imagem Balística reforça eficiência da Polícia Científica em Santa Catarina
Entrevista com a perita-geral Andressa Boer Fronza destaca como o novo sistema fortalece investigações e elucidação de crimes no estado
Em entrevista concedida ao Jornal da Guarujá na manhã desta segunda-feira, 14, Andressa Boer Fronza, perita-geral da Polícia Científica de Santa Catarina, abordou o tema da adesão de Santa Catarina ao Sistema Nacional de Imagem Balística (Sinab) pelo Governo do Estado, através da Polícia Científica. O Sinab, em processo de implementação em todas as unidades da federação e na Polícia Federal, forma uma rede nacional com o objetivo de aprimorar a identificação dos autores de crimes envolvendo armas de fogo. O sistema realiza comparações entre projéteis e estojos de armas de fogo, armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos, permitindo vincular crimes em todo o território nacional.
Na discussão sobre os efeitos da adesão de Santa Catarina ao sistema nacional de imagem balística para a segurança pública, Andressa compartilhou que esse sistema possibilitará a inclusão no banco de dados nacional de todos os elementos de munição e vestígios de armas de fogo analisados pela perícia criminal. Ela ressaltou que a Polícia Científica é responsável por realizar perícias criminais e coletar a prova material essencial para as investigações da Polícia Civil. A nova tecnologia permitirá identificar autores ou indícios de autoria por meio das análises de vestígios, facilitando a identificação e punição dos culpados.
Andressa explicou que, historicamente, a Perícia Criminal Catarinense respondia a questionamentos sobre se determinada arma havia sido usada em um crime. No entanto, com o Sinab, essa abordagem muda, uma vez que o sistema é capaz de determinar automaticamente se uma arma foi ou não utilizada em um crime, sem que haja a necessidade de suspeita prévia. Além disso, o sistema permite correlacionar vestígios encontrados em diferentes locais de crime, não apenas dentro do estado, mas também em todo o país, ampliando significativamente as possibilidades de identificação de autoria.
A perita ressaltou que o Sinab se integra a outras tecnologias e laboratórios especializados da Polícia Científica, como genética, informática, química e balística, resultando em um sistema completo de investigação. Ela enfatizou que a modernização contínua é impulsionada pelo apoio do Governo do Estado e do governador Jorginho Mello. Embora os recursos humanos sejam limitados, a combinação da expertise dos peritos com as ferramentas disponíveis tem proporcionado altos índices de resolução de crimes e produtividade.
Quanto à implantação do Sinab em Santa Catarina, Andressa informou que as equipes estão finalizando os treinamentos, e o laboratório funcionará a partir da superintendência de polícia científica em Joinville, conectado ao Banco Nacional. Até o final de agosto, o sistema entra em operação abrangendo todo o estado. Independente da cidade onde ocorra um crime, a polícia científica estadual fornecerá o mesmo atendimento e as provas materiais serão incorporadas ao banco de dados para aprimorar a investigação e solução de crimes.
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