Chuvas intensas aumentam risco de Leptospirose
Enchentes trazem perigos invisíveis, como água contaminada e animais peçonhentos
As chuvas intensas que têm assolado o estado de Santa Catarina nos últimos dias não trazem apenas o perigo iminente de deslizamentos, alagamentos e enchentes. Há também uma ameaça invisível que paira sobre as áreas afetadas: a possibilidade de água contaminada pelas enxurradas, que pode resultar em um aumento nos casos de leptospirose.
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE), a ocorrência de inundações cria condições propícias para a disseminação dessa perigosa doença. A leptospirose é transmitida principalmente pela urina de ratos e outros animais, e as águas das enchentes podem estar contaminadas pelo esgoto e a urina de gatos, tornando-se um veículo potencial para a infecção.
João Augusto Fuck, diretor da DIVE, alerta para os sintomas iniciais da leptospirose: “A doença começa com sinais inespecíficos, como febre, mas a dor nas panturrilhas é bastante característica”. Ele também enfatiza a importância de buscar atendimento médico se houver suspeita de exposição à água das enchentes:
Além do risco de leptospirose, João Augusto também orienta sobre outros perigos associados às inundações. “É crucial descartar os alimentos que tiveram contato com as águas das enchentes, bem como ficar atento aos animais peçonhentos que podem surgir”, afirma ele. ” É importante o cuidado na hora das limpezas, na hora de retirar os materiais, móveis, porque a gente pode ter contato com serpentes, aranhas, escorpiões e ter acidentes”.
O diretor recomenda a utilização de hipoclorito de sódio para a limpeza ao retornar às casas e a importância de garantir que a água ingerida seja de fontes confiáveis. “É essencial buscar fontes de água seguras e considerar o tratamento com hipoclorito ou mesmo ferver a água antes”, diz ele.
Em caso de acidentes com animais peçonhentos, João Augusto enfatiza a necessidade de procurar imediatamente atendimento médico. “É fundamental buscar um serviço de saúde para o tratamento e o manejo clínico correto”, conclui.