OAB exige medidas após juíza de Santa Catarina gritar e ameaçar testemunha em audiência virtual
Vídeo da audiência em que a juíza exige que a testemunha a trate como "Excelência" repercutiu nas redes sociais; assista
Em uma audiência virtual realizada dia 14, a juíza Kismara Brustolin, da Vara do Trabalho em Xanxerê (SC), protagonizou um episódio controverso que gerou ampla repercussão nas redes sociais. Um vídeo da audiência, amplamente compartilhado, mostra a magistrada exaltada, exigindo ser tratada como “excelência” por uma testemunha.
Durante o vídeo, a juíza chama a atenção da testemunha, insistindo para que a mesma a trate como “excelência”. Diante da aparente recusa da testemunha em acatar a demanda da juíza, Kismara eleva o tom de voz, chegando a gritar e ordena que o depoente seja retirado da sala virtual.
A situação se agrava quando a testemunha manifesta confusão em relação à colocação da juíza. Visivelmente irritada, ameaça desconsiderar o depoimento caso a testemunha não a trate da forma exigida.
Diante do ocorrido, o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-12) emitiu uma nota informando a abertura de uma investigação interna contra a juíza e a suspensão imediata das audiências por ela conduzidas. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Catarina também se pronunciou, solicitando providências à Justiça Trabalhista para que o comportamento agressivo da juíza não se repita.
No documento entregue ao TRT-12, a OAB-SC descreve o comportamento da juíza como “agressivo para com os advogados, partes e testemunhas” e pede medidas para evitar que tais atitudes se repitam no futuro.
“A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Santa Catarina, por sua presidente, vem por meio deste, solicitar apoio em razão de um lamentável ocorrido. Durante a audiência de instrução por videoconferência realizada no dia 14 de novembro deste ano, às 15h, na Vara de Trabalho de Xanxerê, a juíza substituta Kismara Brustolin apresentou atitudes e comportamentos agressivos para com os advogados, partes e testemunhas”, diz o documento.
O caso coloca em foco a conduta de magistrados durante audiências virtuais, levantando questões sobre o respeito no ambiente judiciário e a necessidade de garantir um tratamento adequado a todos os envolvidos nos processos.
Vídeo: Reprodução Instagram