Chuvas Intensas causam prejuízos bilionários à agricultura catarinense
Governo anuncia medidas de recuperação para amparar produtores atingidos
Em um levantamento detalhado, os impactos das chuvas intensas ocorridas nos meses de outubro e novembro na agricultura e pecuária de Santa Catarina revelaram prejuízos na ordem de bilhões de reais. As perdas abrangem diversos setores, desde produção até replantio e cultivo, destacando-se as maiores adversidades nas temporadas de fumo, cebola, trigo, arroz, milho, soja, hortas e fruticulturas.
O Secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto, enfatizou que o levantamento considera apenas os danos imediatos, excluindo outros fatores impactantes. “Nós chegamos a mais de três bilhões de reais, sem contar com o lucro cessante. O que o agricultor vai plantar, do que vai produzir, só o tempo vai deixar a gente saber exatamente”, afirmou Colatto. Ele também salientou a necessidade de facilitar o acesso às propriedades, um desafio evidenciado pelo intenso tráfego nas estradas, bem como a importância de garantir energia e internet para permitir o acesso necessário.
Para mitigar as perdas e incentivar a permanência dos agricultores no campo, o governo estadual lançou um programa de recuperação, destinando cento e vinte milhões de reais em medidas que incluem prorrogação de dívidas, financiamentos com juros subsidiados e indenização por animais mortos nas enchentes.
Valdir Colatto explicou as medidas adotadas: “Vamos prorrogar a dívida dos agricultores para o ano que vem nos programas da Secretaria da Agricultura, também solicitamos que os bancos façam essa prorrogação. Além disso, estamos ampliando o prazo para distribuição de sementes de milho e arroz no Sul e Vale do Itajaí, investindo em custeio e disponibilizando recursos para amenizar os juros bancários em 3%, custeados pelo governo.”
Dos recursos destinados à recuperação, cinquenta milhões são direcionados ao programa “Reconstrói Santa Catarina”, acessível por propriedades rurais e pesqueiras de municípios em estado de emergência ou calamidade pública. O limite de auxílio é de doze mil reais por família, enquadrada no PRONAF, com prazo de pagamento de até cinco anos e cinquenta por cento de desconto para pagamentos pontuais.
Colatto orientou os agricultores a procurarem os escritórios locais da Epagri para obterem informações sobre as medidas emergenciais disponíveis. Segundo a Secretaria da Agricultura, os prejuízos atingiram quase cinquenta e três mil produtores, principalmente pequenos e médios, em 176 municípios catarinenses.