Nessa terça-feira, 20, a situação epidemiológica de Santa Catarina foi atualizada, revelando um cenário preocupante: o estado registrou 17.696 casos prováveis de dengue em 177 municípios. Esse número representa um aumento impressionante de 650% em relação ao mesmo período do ano passado. O informe, que agora passa a ser semanal, aponta que a curva de casos prováveis da doença continua em ascensão.

Além do aumento no número de casos, a dengue já causou oito óbitos confirmados em diferentes cidades catarinenses, incluindo Joinville, Araquari, Itajaí e Itapiranga. Outras duas mortes estão sob investigação em Araquari e Navegantes.

A preocupação se estende também à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Foram identificados 12.885 focos do mosquito em 215 municípios, sendo que 155 deles são considerados infestados.

A incidência acumulada da dengue nas regiões de saúde do estado é alarmante, com destaque para Nordeste (1076,71 casos por 100 mil habitantes), Foz do Rio Itajaí (392,93), Médio Vale do Itajaí (287,03), Grande Florianópolis (262,24), Vale do Itapocu (130,48) e Extremo Oeste (113,06). Apesar da concentração nessas regiões, casos prováveis foram notificados em municípios de todas as 17 regiões de saúde.

Aumento dos casos de chikungunya também preocupa

Além da dengue, Santa Catarina já registra 70 casos prováveis de chikungunya, representando um aumento de 677,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando foram notificados apenas 9 casos.

O superintendente de Vigilância em Saúde, o médico infectologista Fábio Gaudenzi, alerta para os sintomas da chikungunya, como febre e dores intensas nas articulações. “A chikungunya é uma doença de grande morbidade, o que nos preocupa e nos faz acender um alerta para que a população fique atenta aos sinais e sintomas e procure uma unidade de saúde rapidamente para realizar o tratamento adequado”, destaca.

Governo do Estado prepara decreto de emergência

Diante da gravidade da situação, o Governo do Estado de Santa Catarina planeja decretar situação de emergência de saúde pública em todo o território catarinense. Os motivos para essa medida incluem o elevado número de municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti, o aumento expressivo de casos de dengue em comparação ao ano anterior, os óbitos confirmados e a ocorrência de eventos que indicam um risco iminente de sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS) em nível municipal e estadual.

A secretária de Saúde, Carmen Zanotto, ressalta a importância de ações urgentes para organizar a rede de serviços de saúde. “Devemos facilitar o acesso e o tratamento adequado dos pacientes, a fim de evitar complicações e mortes associadas a essa doença, neste momento de transmissão acelerada de dengue, que pode saturar rapidamente a rede de assistência”.