O Projeto Cultura Acic inaugurou a Mostra do Setor Carbonífero na galeria de arte da Associação Empresarial de Criciúma (Acic). Esta exposição busca resgatar a história centenária da indústria carbonífera, que desempenhou um papel fundamental na transformação de Criciúma e continua a impulsionar o desenvolvimento econômico do Sul catarinense, gerando mais de 20 mil empregos diretos e indiretos.

A mostra apresenta uma variedade de elementos que retratam a história e a importância do setor carbonífero na região. Entre eles, destacam-se maquetes detalhadas, uma linha do tempo interativa, obras de arte inspiradoras e até mesmo um tour virtual em uma mina, proporcionado através de óculos de realidade virtual.

Um dos pontos altos da exposição é a maquete construída há cerca de 30 anos por quatro funcionários da ferrovia Tereza Cristina – Gisele, Dorival, Vitor e Everaldo – para uma gincana e recentemente restaurada por Mauricio Claudino dos Santos e seu amigo Roberto Schutz Junior.

Nascido em Tubarão, Mauricio conta que a paixão pelas locomotivas a vapor vem da família de ferroviários e foi alimentada pelo tempo que passou em frente aos trilhos durante a infância. Apesar de ter prestado concursos para a polícia militar e para a ferrovia e ter optado pela carreira militar, sua paixão pelos trens nunca o abandonou. Hoje, Maurício é voluntário no museu ferroviário de Tubarão e mora em Florianópolis.

Maurício e seu amigo Roberto  passaram dois anos e três meses trabalhando na maquete, com o apoio do presidente da ferrovia, Benoni.

“Fomos todos os finais de semanas pra Tubarão, saíamos de Florianópolis, às 5h30 da manhã de sábado e só retornávamos às 21h de domingo”, relatou Mauricio.

A maquete, que retrata a ferrovia e a importância do carvão para o desenvolvimento da região sul do estado, estará em exibição na Acic até o dia 26 de abril, retornando em seguida ao museu ferroviário de Tubarão.

“Estamos muito felizes em poder trazer essa peça histórica para a mostra na Acic. Ela representa não apenas a ferrovia e o carvão, mas também a dedicação e o amor pela nossa história regional”.

De acordo com Mauricio, a  maquete retrata a ferrovia , o carvão e toda sua importância para o desenvolvimento da região sul do estado.  “Vai desde a retirada do carvão em Criciúma, o túnel em Siderópolis, a oficina central em Tubarão, a termoelétrica em Capivari de Baixo onde o carvão se transforma em energia elétrica, até o Porto de Imbituba”.

Mauricio disse que a restauração da maquete só foi possível ser realizada com a ajuda de outras pessoas. “Outras duas pessoas que também ajudaram na maquete foram seu Egídio, que trocou toda a parte de madeira comprometida por cupins, e Javaro, que projetou peças para imprimir na impressora 3D”.