Repelente é uma das armas contra a dengue; dermatologista explica melhor forma de utilizá-lo
Nem todos os repelentes podem ser utilizados por todas as faixas etárias
O uso de repelentes é importante para evitar a picada do transmissor da dengue. Mas não são pessoas de todas as idades que podem utilizar este produto. A dermatologista Ana Carolina Búrigo Lima, da Clínica Belvivere, explica que existem diferenças entre os produtos.
De acordo com a médica, o repelente deve ser aplicado em toda parte do corpo que não é coberta pela roupa. “É na parte exposta que precisamos passar. Mas são necessários alguns cuidados, como não aplicar próximo dos olhos e da boca. Para aplicar no rosto, se for em spray, borrifar nas mãos antes e depois espalhar na face, evitando a área dos olhos e da boca. Nas crianças evitar as mãos porque a criança leva as mãos à boca e pode ter contato mais intenso com o repelente”, explica a dermatologista.
Ana Carolina detalha que o repelente deve ser aplicado uma vez ao dia para crianças de seis meses até um ano. Já de um ano aos 12 anos, duas vezes ao dia e acima de 12 até três vezes ao dia. “Existem três tipos de repelentes, sendo o ‘DEET’, a ‘Icaridina’ e o ‘IR3535’. O DEET é o mais antigo de todos, sendo desenvolvido nos Estados Unidos em 1946. Ele é seguro, tem anos de experiência, mas só pode ser usado em maiores de 2 anos de idade. A Icaridina e o IR3535 acima de seis meses, sendo que a Icaridina pode ser usada de três meses para cima em situações de exposição intensa. No entanto, é necessário saber o risco-benefício”, comenta.
Ana Carolina afirma que o repelente deve ser utilizado após alguns processos. “Em uma rotina de skincare, o repelente sempre será o último a ser passado. Ou seja, primeiro se faz a higiene do rosto, passa o hidratante, protetor solar e depois o repelente por cima. Não é interessante aquelas combinações prontas de protetor com repelente, porque a frequência de uso delas é diferente. Então, o protetor a gente usa muito mais, e, por isso, o repelente deve ser um produto à parte e o último na rotina de skincare”, frisa.
Conforme a dermatologista da Clínica Belvivere, as pessoas devem evitar os perfumes florais, porque podem atrair os insetos. “O repelente, o que ele vai fazer, é formar uma camadinha de vapor com o odor que vai afastar o inseto. De fato, é um cheiro que vai afastar, que não agrada o inseto e repele ele, fazendo com que não pouse ali sobre a pele e faça a picada”, afirma. “Ao contrário dos perfumes que podem atrair os insetos para a pele, favorecendo a picada”, complementa.
Onde não passar repelente?
Ana Carolina comenta que o repelente não deve ser aplicado em áreas que têm ferimentos ou lesões na pele, somente em pele íntegra. “Lembrando que é sempre bom verificar o rótulo. Todos os repelentes falam a partir de qual idade devem ser utilizados. E eles trazem também a informação do tempo de ação estimado”, pontua a dermatologista.