O estado já registrou 213 mortes pela doença

Santa Catarina enfrenta uma crise de saúde pública com a proliferação da dengue, conforme dados atualizados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado. Os números preocupantes indicam que mais de 296 mil casos prováveis da doença foram registrados, com mais de 146 mil confirmados desde o início do ano até esta semana. O cenário se agrava com mais de 6 mil pessoas internadas e 213 vidas perdidas devido à doença.

Contrariando a crença comum de que o frio poderia deter a propagação do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya, os números revelam uma realidade alarmante. Segundo João Augusto Fuck, diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado.

“Observamos uma transmissão importante da dengue no estado neste ano de 2024, com um número significativo de casos sendo notificados a cada semana epidemiológica. Nas piores semanas, registramos quase 30 mil casos suspeitos notificados pelos municípios catarinenses.”

A disseminação da doença é evidenciada pelo fato de quase todos os municípios catarinenses terem notificado pelo menos um caso provável de dengue neste ano. Fuck destaca a resistência dos ovos do Aedes aegypti, mesmo em condições de baixa temperatura.

“É crucial enfatizar a importância das medidas de prevenção, mesmo com a chegada de temperaturas mais baixas. Os ovos do mosquito permanecem no ambiente, prontos para eclodir e reiniciar seu ciclo de reprodução assim que as condições favoráveis retornam.”

O diretor da DIVE ressalta que a prevenção contra a dengue deve ser uma preocupação contínua durante todas as estações do ano: “Eliminar locais com água parada continua sendo a melhor estratégia de prevenção. Cada indivíduo precisa fazer sua parte para manter essa tendência de queda nos números e evitar um aumento no final do ano, quando as condições climáticas se tornam mais favoráveis para a proliferação do mosquito.”

Além dos desafios enfrentados em Santa Catarina, o país como um todo também lida com uma crise de dengue. Os números recentes indicam que o Brasil ultrapassou cinco milhões de casos da doença, com mais de 2.800 mortes confirmadas e outras 2.700 em investigação.