Santa Catarina entrou na semana que marca o início do inverno com a cobertura vacinal contra a gripe abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Até o momento, apenas 47% da população dos grupos prioritários foi vacinada, um índice superior à média nacional de 40%, mas ainda distante dos 90% estipulados como objetivo.

Mesmo com o término oficial da campanha de imunização, as doses da vacina contra a influenza continuam disponíveis e liberadas para toda a população catarinense. A situação é preocupante: nos primeiros cinco meses do ano, Santa Catarina registrou 729 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 38 mortes causadas pela doença.

O secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi Silva , destacou a importância da vacinação e a ampliação de leitos de UTI para enfrentar a situação. “Nós abrimos, desde o início deste governo, 173 leitos de UTI. Graças a Deus que fizemos isso, pois, se não tivéssemos, estaríamos há pelo menos um mês e meio em colapso. A influenza e outros vírus estão circulando, por isso a vacinação é fundamental, principalmente na pediatria. Crianças de 0 a 12 anos e idosos são os mais atingidos e frequentemente necessitam de leitos de UTI”, afirmou.

A preocupação com a mutação rápida do vírus também foi destacada pelo secretário. “Se não protegermos minimamente contra as cepas mais circulantes, teremos uma grande dificuldade na capacidade instalada. Para Santa Catarina, faltar um leito de UTI é inaceitável. Tivemos estados com mais de 100 pessoas aguardando leitos de UTI por conta de síndromes respiratórias. Aqui, não aceitamos a falta de leitos, mas precisamos do apoio da população para que se vacine.”

Dados apontam que 75% dos óbitos por gripe neste ano em Santa Catarina foram de idosos. A gerente de imunização e doenças infecciosas da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado, Arieli Fialho, reforçou a importância da vacinação, especialmente para os grupos de risco. “A cobertura vacinal contra a gripe está muito abaixo do esperado. Isso significa que muitas pessoas não estão protegidas. Toda a população, a partir de seis meses de idade, pode receber a vacina. É essencial que os grupos prioritários continuem procurando a vacinação, pois são os mais suscetíveis ao agravamento da doença”, ressaltou.

Ela também alertou para o aumento dos casos com a chegada do período sazonal. “Desde janeiro, temos observado um aumento no número de casos, e a tendência é que esse número cresça ainda mais durante o inverno. A vacinação tem por objetivo reduzir o agravamento da doença”, explicou.

As vacinas contra a gripe são gratuitas e estão disponíveis nas unidades básicas de saúde em Santa Catarina enquanto durarem os estoques.