Gasolina e gás de cozinha mais caros: Economista da Fiesc analisa reajustes e impactos na economia
Na última terça-feira, 9, o preço da gasolina para as distribuidoras sofreu um acréscimo de vinte centavos, representando um aumento de sete vírgula onze por cento, alcançando três reais e um centavo por litro. Simultaneamente, o gás de cozinha de treze quilos subiu para trinta e quatro reais e setenta centavos, marcando um aumento de nove vírgula seis por cento. Esses reajustes foram motivados pela necessidade da Petrobras de alinhar seus preços aos padrões internacionais.
Para entender melhor o impacto desses aumentos, o Jornal da Guarujá entrevistou Pablo Bittencourt, Economista-Chefe da Fiesc. Segundo Bittencourt, “todo mundo que usa serviços relacionados à gasolina terá algum impacto. Quem usa aplicativo, quem usa carro para se locomover na cidade ou viajar muito, essas pessoas têm algum impacto, não têm saída. E por causa do gás de cozinha, quase todo mundo usa, então você acaba tendo algum impacto também.”
Sobre a justificativa para os aumentos, Bittencourt explicou que “os aumentos estão alinhados à política de preço da Petrobras, por causa da gasolina. Há uma tentativa de estabilizar os preços, quer dizer, de não seguir a metodologia anterior, que era variar segundo os preços internacionais de petróleo. Então, o que está acontecendo agora é que, na verdade, a Petrobras ainda continua praticando preços defasados em relação ao mercado internacional, só diminuiu a defasagem. A metodologia de cálculo leva em consideração outras variáveis, mas se for comparar com o preço internacional, o preço ainda está menor, ele está defasado em relação ao preço internacional.”
Bittencourt também destacou o impacto econômico mais amplo, afirmando que “o maior impacto, na verdade, para as pessoas, acaba sendo no dia a dia. O combustível, assim, aqui em Santa Catarina, a gente usa muito o meio de transporte, os carros automóveis como meio de transporte, então, no final é o consumidor final, é muito mais para o consumidor final do que o impacto que tem na indústria.”
Questionado sobre a afirmação do presidente Lula de que a inflação está sob controle, Bittencourt destaca que, embora o país não enfrente uma crise inflacionária grave, a recente volatilidade cambial e as políticas fiscais ainda são pontos de preocupação. “a gente não tem problema grave de inflação, o Brasil já passou por problemas graves de inflação, não é o que a gente está vivendo. Houve nos últimos meses uma possibilidade de aumento de preços, uma perspectiva inflacionária.”
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