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Respeito ao Hino Nacional. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso16/09/2024 14h00
Foto/Ilustrativa

Já se passaram alguns dias, mas sempre é oportuno refletir sobre o assunto, do infortunado evento político onde, por ousadia, o Hino Nacional Brasileiro foi cantado na chamada “linguagem neutra”, o grande absurdo que estão querendo impor à Língua Portuguesa, uma verdadeira destruição ideológica do idioma porém, o mais grave ainda, foi o desrespeito a um símbolo nacional legalmente protegido.

Nossa língua, como várias outras, teve origem no Latim. E, é do Latim “omnes” ou “omnis” que veio a palavra “todos’’. É uma palavra masculina, mas usada como gênero neutro em diversas situações, principalmente quando se refere a grupos mistos ou a coletivos. Esse uso tem raízes históricas e reflete como as sociedades se organizavam. Na linguagem formal o masculino era visto como gênero “padrão” ou “neutro”, enquanto o feminino era usado para referir-se especificamente a mulheres ou coisas do gênero feminino. Quando se diz “todos”, está se utilizando uma forma masculina que, em contextos coletivos, tornou-se uma referência para ambos os sexos. Assim sendo, saudar grupos mistos com “todos e todas” é redundante; usar “todes” é imbecilidade.

Cantar o hino em linguagem neutra foi um deboche para com  um símbolo nacional legalmente protegido, respaldado em leis que garantem sua preservação , respeito e reconhecimento como parte integrante da identidade nacional brasileira. Mudar a letra e a melodia do hino foi uma clara demonstração da falta de conhecimento das leis que preservam os símbolos nacionais.  A Lei nº 5.700 de setembro de 1971 dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos nacionais: a Bandeira, o Hino, as Armas e o Selo, estando sujeito a multas o desrespeito aos preceitos legais.

Quanto ao Hino Nacional, “em qualquer hipótese, deverá ser executado integralmente e todos os presentes devem ter atitude de respeito”. A norma determina que não haja alterações na letra ou na melodia, nem execução de quaisquer arranjos vocais do hino, sob pena de multa.

O hino de um país é o elemento de identidade nacional e estabelece sua relevância como parte integrante do patrimônio cultural e simbólico, pois representa a identidade coletiva, os valores e a história do país.  E agora nos perguntamos: onde estão os guardiães dos símbolos nacionais que nada fizeram diante do ridículo?

É urgente que se resgate todos os hinos brasileiros para reavivar o patriotismo na sociedade. É preciso que as pessoas saibam que cada hino traz consigo a representação de um momento histórico, e é compromisso de todos conhecermos a história da pátria que nos abraça. À escola cabe o compromisso de torná-lo presença constante, adequando seus planejamentos com a inclusão do momento cívico semanal para resgatar o respeito aos   símbolos como identidade nacional. Há muito as escolas deixaram de cumprir seu compromisso…

Quanto à linguagem neutra, sob a alegação de que assegura o direito à igualdade sem discriminação, é uma bandeira puramente ideológica que, na prática, não beneficia ninguém. Toda essa discussão foge do essencial que é aprendermos a respeitar TODAS as pessoas, sejam binárias ou não binárias. Se fizermos uso dessa linguagem sem a devida consideração que TODO ser humano merece, não passará de “lacração” que é o que vem acontecendo… O que importa é o respeito pelas pessoas, no sentido de que cada um é livre nas suas preferências afetivas. Todos, sem distinção, fazemos parte da natureza. Todos engloba tudo.

Enfim, aderir à ideia da linguagem neutra é desconstruir a bela e culta Língua Portuguesa. Se eu pudesse perguntaria aos adeptos: é legal em nome da inclusão dos indefinidos, roubar o direito dos definidos que são maioria? Vamos manter a Língua Portuguesa fora dessas questões.  Não são palavras que mudam, são ações.

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