Uso de gás biometano em Santa Catarina: Aposta da SCGÁS na sustentabilidade e redução de impactos ambientais
Santa Catarina está caminhando para uma nova era no uso de energia mais sustentável. O biometano, gás renovável que surge como alternativa ao gás natural fóssil, está ganhando espaço nas redes de distribuição de gás do estado. A SCGÁS, Companhia de Gás de Santa Catarina, tem investido em projetos para impulsionar a adoção dessa fonte energética, como parte de suas metas para reduzir impactos ambientais e promover soluções mais verdes para a indústria, veículos, residências e comércio.
Em entrevista ao Jornal da Guarujá nesta quinta-feira, 14, o engenheiro da Gerência Comercial Industrial e Veicular da SCGÁS, Antônio Machado, falou sobre as vantagens e desafios da implementação do biometano em Santa Catarina. Segundo Machado, o biometano é um gás com as mesmas características do gás natural, mas com a vantagem de ser renovável, o que contribui diretamente para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
“O biometano é visto como um gás natural renovável, então hoje nós distribuímos um gás de origem fóssil. Lembrando que o gás natural, dentre os combustíveis fósseis, é o que menos impacta, mas temos feito alguns projetos para viabilizar a utilização do biometano como combustível renovável em nossas redes de distribuição”, explicou o engenheiro.
O biometano, segundo ele, pode ser utilizado em indústrias, veículos, residências e no comércio, já que “tem as mesmas características do gás natural”, mas com o benefício adicional de ser renovável. Machado também comentou que já existem estudos que garantem que o biometano não afeta a performance dos motores dos veículos ou a produção industrial. “Já houve um estudo nesse sentido, e já tem algumas concessionárias de distribuição de gás no Brasil que já injetam biometano em sua rede, e ele tem as mesmas características que o gás natural”, disse.
Em relação aos impactos econômicos, Machado abordou a questão das tarifas e da viabilidade econômica do biometano. “Na verdade, temos feito algumas chamadas públicas de suprimentos de gás natural, que já é rotina incluir o biometano. As ofertas de biometano, nas últimas chamadas públicas, saíram um pouco mais elevadas que o gás natural, mas isso é devido a aspectos logísticos. O biometano poderia concorrer bem nessas redes isoladas”, afirmou.
Ele explicou que, no caso do oeste de Santa Catarina, onde a logística de transporte de gás natural é mais cara devido à distância da rede principal, o biometano se torna uma alternativa interessante. “A logística se torna difícil, porque é necessário transportar o gás até lá. Então, uma rede local, com biometano, seria uma solução viável para essas localidades”, completou.
Santa Catarina, com sua vocação agrícola e os aterros sanitários, possui grande potencial para a produção de biometano. “O estado tem um grande potencial, especialmente porque temos uma vocação agrícola e muitos aterros sanitários. Mas é necessário fazer o casamento entre a produção e o consumo para viabilizar uma rede de gás”, explicou o engenheiro.
Machado também falou sobre as perspectivas da SCGÁS para o futuro. “Estamos constantemente buscando quem quer consumir o gás biometano e quem gostaria de produzir. A nossa especialidade é a distribuição de gás natural, então o biometano está alinhado com as nossas atividades”, afirmou. Ele ainda detalhou que o gás biometano poderia ser oferecido tanto em redes isoladas quanto no mercado livre, onde as empresas poderiam comprar diretamente o gás de fornecedores e pagar duas faturas: uma pela distribuição e outra pelo gás.
“Algumas empresas estão comprometidas com suas metas ambientais de redução de emissões de carbono e estariam dispostas a pagar mais caro pelo biometano para cumprir suas obrigações ambientais”, disse Machado, ressaltando que isso é parte do movimento crescente por soluções sustentáveis.
Com o foco no desenvolvimento sustentável, Santa Catarina está se preparando para um futuro mais verde, onde a energia limpa e renovável desempenha papel central na construção de um estado mais consciente ambientalmente. “Esperamos que, em breve, tenhamos projetos viabilizados para oferecer aos nossos clientes gás renovável em suas instalações”, concluiu Antônio Machado.
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