Justiça torna réu o prefeito de Criciúma e mais 20 em processo sobre corrupção no serviço funerário
O Tribunal de Justiça acatou nessa quinta-feira (14), com unanimidade, a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Agora, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), e outras 20 pessoas são réus no processo que investiga um suposto esquema de corrupção ligado à prestação de serviços funerários na cidade.
Os acusados responderão por organização criminosa e corrupção passiva, conforme as investigações da Operação Caronte, que revelou indícios de irregularidades no setor. O inquérito do caso, que soma mais de 15 mil páginas, embasou a denúncia aceita integralmente pela Justiça.
Clésio Salvaro foi preso em 3 de setembro, ficando detido por 20 dias e afastado do cargo. Durante o período, a administração do município ficou sob responsabilidade do vice-prefeito Ricardo Fabris (MDB). A Justiça autorizou o retorno de Salvaro à prefeitura em 31 de outubro.
Defesa nega culpa e destaca ausência de condenação
Em nota oficial, a defesa de Salvaro afirmou que o recebimento da denúncia é um procedimento padrão e não representa um indicativo de culpa ou antecipação de julgamento.
“A defesa do Prefeito Clésio Salvaro recebe a decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, de recebimento da denúncia, com naturalidade. Reflete apenas a aceitação do prosseguimento da peça acusatória, conferindo ao Ministério Público a oportunidade de provar as suas alegações. Não indica reconhecimento de culpa, não antecipa qualquer interpretação judicial sobre os fatos e muito menos implica antecipação de condenação”, diz o texto.
A nota também reforça a confiança na absolvição do prefeito: “Temos a mais absoluta certeza de que a justiça será feita e se concretizará com a absolvição do ilustre Prefeito”.
Entenda a Operação Caronte
A Operação Caronte investiga irregularidades na prestação de serviços funerários em Criciúma. Segundo o MPSC, o suposto esquema envolveria uma estrutura organizada para favorecer grupos econômicos, o que teria gerado prejuízo aos cofres públicos.