Mente em Sintonia: Como a tecnoferência afeta a mente, com Vanesa Bagio
No primeiro episódio de 2025 do quadro Mente em Sintonia, a psicóloga Vanesa Bagio aborda o conceito de “tecnoferência”, um termo que descreve a influência negativa da tecnologia na mente humana. A psicóloga 30destaca como a presença constante de dispositivos digitais pode afetar a saúde mental, a dinâmica familiar e as interações sociais.
Vanesa explica que o uso excessivo de telas e redes sociais pode causar transtornos mentais graves, como ansiedade e estresse. “É muito fácil perceber isso no dia a dia. Nas relações interpessoais, especialmente entre pais e filhos, casais e colegas de trabalho, a tecnologia tem invadido os momentos de conexão real”, afirma. A psicóloga ressalta que, ao invés de focar em interações presenciais, as pessoas frequentemente se veem distraídas pelos smartphones, interrompendo conversas e reuniões com notificações do WhatsApp ou Instagram.
A especialista aponta que esse comportamento afeta todos, não apenas crianças ou adolescentes. Ela compartilha uma experiência pessoal: “Às vezes, estou com minha filha, e ela vem conversar comigo, mas eu estou tão imersa no celular que não percebo. Isso é gravíssimo, porque estamos perdendo o foco e nossa mente entra em colapso de esgotamento mental.”
O impacto não se limita ao convívio familiar. Vanesa alerta que essa dependência tecnológica também prejudica o desempenho no trabalho e na escola. “É um paradoxo. A tecnologia chegou para agregar, mas, se não soubermos dosar, ela pode ter um impacto muito negativo, afetando nossa produtividade e concentração.”
Mas como equilibrar a presença digital na vida cotidiana, considerando a impossibilidade de excluir a tecnologia de nossas rotinas? A psicóloga sugere que a chave está no equilíbrio e no momento de cada ação. “Entender o que estamos fazendo quando estamos na tela é fundamental. Não basta apenas ‘rodar’ pela internet. Precisamos resgatar a interação real, olhar nos olhos, estar presentes de fato”, orienta.
Vanesa também enfatiza a importância da responsabilidade dos pais em relação ao uso da tecnologia pelos filhos. Ela compartilha uma reflexão sobre seu próprio comportamento: “Quando minha filha fica muito tempo no celular, ela muda o comportamento. E eu percebo isso. Pais, observem seus filhos. O uso excessivo de telas pode prejudicar seu desenvolvimento emocional e social.”
Para a psicóloga, a dependência tecnológica pode até ser comparada a um vício. “Hoje, muitas pessoas dizem: ‘Estou viciada’, ‘Estou esquecendo coisas’. A mente começa a se tornar vazia, sem informações reais. O uso constante de dispositivos eletrônicos prejudica a capacidade de pensar, criar e interagir”, alerta.
Vanesa também vê a tecnoferência como um fator que contribui para o isolamento social. “As pessoas estão se isolando, preferindo ficar em casa, sozinhas, com seus dispositivos. Isso está gerando uma fobia social, onde a interação humana se torna cada vez mais difícil.”
E o que pode ser feito para reverter esse quadro? A psicóloga sugere mudanças simples, mas essenciais: “Quando for fazer uma refeição, deixe o celular de lado. Desfrute do momento, da conversa. Precisamos voltar a dar atenção ao outro, e isso passa por abandonar as telas nos momentos de convivência.”
O impacto da tecnologia na saúde mental e nas relações humanas é inegável. Vanesa conclui que, se não tomarmos cuidado, o uso excessivo de dispositivos pode ter consequências irreparáveis. O equilíbrio entre o mundo digital e o físico é essencial para garantir que nossa mente e nossos relacionamentos se mantenham saudáveis.
Para mais informações sobre o trabalho de Vanesa Bagio e dicas sobre saúde mental, visite seu perfil no Instagram @vanesabagio.psi ou agende uma consulta em seu consultório localizado no Edifício Cidade das Colinas, Rua João Ramiro Machado, 321 – Sala 6, Centro de Orleans.
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