Deputada Daniela Reinehr lidera coleta de assinaturas para CPI das Estatais
Em entrevista ao Jornal da Guarujá, parlamentar critica gestão federal e defende investigações

A deputada federal Daniela Reinehr (PL-SC) está à frente de um movimento no Congresso Nacional para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar o déficit bilionário registrado pelas estatais federais em 2024. Segundo a parlamentar, o objetivo é apurar possíveis falhas na administração financeira, ineficiência na gestão dos recursos públicos e até irregularidades. “A gente vê nos noticiários esses rombos nas estatais, um cenário fiscal extremamente complicado, e precisamos tomar providências”, afirmou.
A deputada já iniciou a coleta das 171 assinaturas necessárias para a abertura da CPI e declarou que já possui quase um terço desse número. Entre as estatais com maiores prejuízos, Reinehr destacou:
- Previ (Fundo de Previdência): rombo superior a R$ 14 bilhões;
- Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron): déficit de R$ 2,49 bilhões;
- Correios: prejuízo de R$ 2,2 bilhões;
- Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro): déficit de R$ 590 milhões.
Em entrevista ao Jornal da Guarujá, a deputada criticou a postura do governo federal diante da crise nas estatais. “A gente vê uma aparente desconexão do governo com a realidade do país. O presidente simplesmente transfere a responsabilidade para outros, sem admitir os erros na administração dessas empresas”, declarou.
Reinehr também comparou os resultados das estatais no atual governo com os da gestão anterior. “No governo passado, no governo Bolsonaro, as estatais deram lucro, a casa estava arrumada. Agora, em apenas dois anos, vemos rombos estratosféricos. E o que assusta é que não há nenhuma iniciativa do governo para entender o que está acontecendo”, disse.
A deputada também levantou a possibilidade de privatizações, caso seja constatado que as estatais não são sustentáveis sob a administração pública. “Se for necessário, podemos propor privatizações parciais ou totais, mudanças na governança. O que está claro para todo mundo é que há uma ingerência muito grande e um descaso com o dinheiro público”, afirmou.
A CPI das Estatais, se instaurada, deverá investigar não apenas os déficits financeiros, mas também possíveis interferências políticas que tenham impactado a gestão dessas empresas. “Precisamos saber se há corrupção, decisões estratégicas equivocadas e quem são os responsáveis por essa situação”, concluiu Reinehr.
Confira entrevista completa