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Recuo nas exportações de SC é impactado por motores elétricos, mas carne suína alavanca vendas, diz economista

Por Ligado no Sul19/02/2025 10h30
Foto/Reprodução FIESC

Em janeiro de 2025, as exportações catarinenses alcançaram US$ 844,87 milhões, um recuo de 2,67% em comparação com o mesmo período de 2024. Por outro lado, as importações apresentaram um crescimento de 23,5%, somando cerca de US$ 3,3 bilhões. Para entender melhor esse cenário, o Jornal da Guarujá conversou na manhã desta quarta-feira, 19,  com Camila Morais, economista e integrante do Observatório da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).

Camila explicou que a queda nas exportações pode ser atribuída, em parte, aos motores elétricos e suas partes, produtos de alta tecnologia e maior valor agregado. Segundo ela, “o que puxou basicamente essa queda na balança comercial de Santa Catarina foi os motores elétricos, que são produtos de alta intensidade tecnológica e que também são produtos mais caros, com maior valor agregado, e também as partes de motor. Principalmente teve essa queda para os principais compradores, que são os Estados Unidos, a Alemanha, e isso está relacionado, de certa forma, com o desempenho industrial do final do ano dessas economias, que vem apresentando uma desaceleração.”

Apesar disso, a economista destacou que as carnes, que são o carro-chefe das exportações catarinenses, conseguiram elevar a balança. “As carnes elas puxaram a balança para cima. Então a gente tem um destaque tanto para a venda de carnes suínas, que são reconhecidas internacionalmente”, afirmou Camila. Ela também observou que, enquanto a China já foi o principal comprador de carne suína, o Japão passou a assumir esse papel em janeiro de 2025. “O Japão foi responsável por 22% das compras de carne suína em janeiro de Santa Catarina”, disse.

A economista abordou ainda os fatores econômicos globais que impactam as exportações, como a elevação das taxas de juros e a persistente inflação pós-pandemia. Camila apontou que “a gente vem observando nas economias globais, e no Brasil também, juros elevados e uma inflação persistente desde o pós-pandemia”. Ela destacou que a elevação das taxas de juros impacta setores sensíveis ao crédito, como o caso dos motores elétricos, que são utilizados principalmente pela indústria automotiva e outros setores como bens de capital. “Esse ciclo econômico dos juros, ele sente esse impacto”, disse.

Além disso, Camila mencionou a preocupação com as possíveis ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas de importação, especialmente no setor do aço. “A gente vem acompanhando aqui essas questões relacionadas à Casa Branca, nos Estados Unidos, a volta do Trump ao poder, e monitorando o que pode ser de impacto”, afirmou. Ela acrescentou que a FIESC está atenta a essas movimentações para avaliar como isso pode afetar o comércio catarinense.

Camila também ressaltou que Santa Catarina tem uma característica histórica de se reinventar diante de dificuldades comerciais. “Isso é meio que histórico nas exportações catarinenses”, afirmou, lembrando que, mesmo diante de desafios como a suspensão das compras de carne pela China, o Estado conseguiu realocar seus produtos para novos mercados. “A gente conseguiu realocar boa parte dos produtos para outros destinos, como a Arábia Saudita”, explicou.

Dessa forma, embora as exportações catarinenses enfrentem desafios, a capacidade de adaptação e a diversificação de parceiros comerciais têm sido cruciais para a manutenção da força da economia local.

Confira entrevista completa

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