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Quando a emoção “engasga”: como traumas silenciosos sabotam a autenticidade. Por Vanesa Bagio

Por Vanesa Bagio10/04/2025 15h00
Foto/Freepik.com

Sabe aquele nó na garganta que aparece do nada? Aquela vontade de chorar que não tem motivo? Ou a sensação de estar vivendo no modo automático, como se você tivesse se perdido de si mesmo?

Esses sinais silenciosos são como pequenas mensagens que o corpo envia quando a emoção “engasga” — não porque ela não quer sair, mas porque em algum momento da sua história, ela foi negligenciada, deixada de lado.

Os traumas que não fizeram barulho, mas a maioria das pessoas associa a palavra trauma a algo visível, material, grandioso e impactante, como um acidente, um luto, uma violência. Mas, na minha prática clínica, o que chamo de traumas silenciosos:
vem de encontro a críticas constantes na infância, o medo de errar, o elogio condicionado ao desempenho, a ausência emocional de quem deveria cuidar, o ser excelente em tudo.

Essas experiências, por parecerem “normais”, não são nomeadas como traumas. Mas elas vão construindo, tijolo por tijolo, uma prisão invisível que afasta você de quem realmente é.

A emoção que não pôde ser sentida vira sintoma quando não encontra espaço para ser expressada, ela não desaparece. Ela se transforma: em ansiedade, em cansaço crônico, em explosões emocionais aparentemente “sem motivo”. Você passa a viver desconectado de si, tentando se adaptar ao que esperam de você. É o que chamo de autenticidade sufocada, aquela sensação de estar interpretando um papel o tempo todo.

A armadilha da autossuficiência reflete nas pessoas que passaram por traumas silenciosos, tornam-se adultas extremamente responsáveis, cuidadoras, fortes.
Mas por trás dessa força, muitas vezes existe uma criança que precisou engolir o choro para não incomodar. E, hoje, mesmo sem perceber, ela continua ali, pedindo espaço para sentir com liberdade.

A essência precisa ser resgatada para ocorrer o entendimento dos traumas, o controle das emoções não está em apagar o que foi vivido, mas em reconhecer aquilo que foi negado. É um processo de permitir-se sentir, mesmo que o sentimento venha confuso, desconfortável e intenso. É validar sua história sem se definir por ela.
É dar um nome para aquela emoção que ficou presa na garganta por anos e, finalmente, acolhê-la como parte de você.

Como psicóloga, acredito que a verdadeira gestão emocional não é sobre controlar tudo. É sobre permitir-se sentir, com consciência a sua essência. É sobre aprender que a vulnerabilidade não te enfraquece, e sim, ela te devolve a humanidade que os traumas tentaram roubar.

Quando você se reconecta com sua emoção, você se reconecta com sua essência. E aí, você volta a ocupar o lugar que sempre foi seu: onde a sua essência é intocável, e ninguém mais pode moldar quem você é.

Fique bem!

 

Siga @vanesabagio.psi para buscar mais informações e lembre-se: “Sua saúde mental importa tanto quanto qualquer outra área da sua vida.”

 

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