Vereadoras de Orleans participam da Marcha dos Legislativos Municipais em Brasília e buscam recursos para o município
Durante entrevista, vereadora Maiara Dal Ponte Martins rebate requerimento do líder do governo que questiona gratificação e afirma: “É perseguição política”.

As vereadoras Maiara Dal Ponte Martins (MDB), Marlize Zomer e Mirele Debiasi (PSDB) estão em Brasília participando da 24ª Marcha dos Gestores e Legislativos Municipais, realizada entre os dias 22 e 25 de abril. O evento reúne milhares de legisladores de todo o país para debates, oficinas e articulações em prol do fortalecimento da gestão pública nos municípios.
Em entrevista ao Jornal da Guarujá, a vereadora Maiara Dal Ponte Martins detalhou a programação e os objetivos da viagem. “Viemos com dois compromissos muito importantes: participar da Marcha, que reúne mais de 6 mil vereadores inscritos, e também buscar recursos junto aos nossos deputados federais e senadores”, explicou.
Segundo ela, as agendas incluem reuniões com os deputados federais Rafael Pezenti e Carlos Chiodini, ambos do MDB, com o ex-deputado Luiz Fernando Vampiro e com a senadora Ivete da Silveira. “Também pretendo passar nos gabinetes da deputada Carol De Toni e da deputada Júlia Zanatta, que está de licença maternidade, mas onde irei protocolar solicitações. Cada vereadora segue com agendas conforme seu partido, mas estamos unidas nessa missão por Orleans”, completou.
Durante o evento, autoridades como o vice-presidente Geraldo Alckmin e os prefeitos João Campos (Recife), João Rodrigues (Chapecó) e Topázio Neto (Florianópolis) participam de palestras. “É uma oportunidade incrível de aprendizado, com temas como autismo, governança pública e previdência. A palestra do ministro Augusto Nardes foi um alerta: ele falou que, se nada mudar, a população pode não ter mais aposentadoria no futuro por falta de recursos nos cofres públicos.”
Gratificação vira alvo de polêmica entre vereadores de Orleans
Durante a entrevista, a vereadora também comentou sobre um requerimento protocolado na Câmara pelo vereador Osvaldo Cruzeta (PP), líder do governo, que questiona uma gratificação recebida por ela como enfermeira responsável em uma unidade de saúde. O assunto acirrou os ânimos no Legislativo e se tornou mais um capítulo da disputa entre situação e oposição.
“Sim, quero muito falar sobre isso porque todos me conhecem, sabem da minha história como enfermeira há 17 anos no município. Sempre recebi essa gratificação porque, além do trabalho técnico, sou coordenadora da equipe da unidade. Não é privilégio meu: todas as 12 enfermeiras que têm essa função recebem o mesmo valor. Começou com R$ 120, depois passou para R$ 250, e hoje está em R$ 350 — um valor insignificativo perto da responsabilidade que temos”, disse Maiara. “Cidades vizinhas como Urussanga pagam R$ 980 para a enfermeira coordenadora. Lá o reconhecimento é maior. Aqui estamos falando de um valor simbólico pelo tanto que fazemos”, completou.
A vereadora afirmou que considera o requerimento uma tentativa de retaliação. “Fizemos um pedido de informação sobre uma viagem de servidoras da Secretaria de Educação que não teve o desconto correto nos salários, apesar de terem postado nas redes sociais que estavam fora por 15 dias. Foi depois disso que veio essa acusação. Isso, pra mim, é perseguição.”
Segundo ela, o vereador Osvaldo Cruzetta estaria tentando usar a Câmara como ferramenta de intimidação. “Ele não aceita ser contrariado. Ele grita nas reuniões, é autoritário. Ele é o ‘Alexandre de Moraes de Orleans’, porque quer mandar na prefeitura, na Câmara e nos vereadores. Mas em mim ele não manda. Eu fui eleita por 848 pessoas para legislar e fiscalizar, e é isso que vou continuar fazendo.”
Questionada sobre a legalidade da gratificação, ela foi enfática: “Não há nada irregular. Nunca fui até um prefeito pedir qualquer benefício pra mim. Nunca! Recebo por uma função que desempenho e, se deixar de exercer essa coordenação, deixo de receber. Isso está claro, é legal, é transparente. Se fosse errado, o próprio requerimento do vereador não teria sido aprovado por unanimidade.”
Ao fim da entrevista, a vereadora lamentou não estar presente na sessão ordinária desta quarta-feira por conta do compromisso em Brasília, mas reforçou o convite à população para acompanhar os trabalhos legislativos. “A Câmara é a casa do povo. É preciso que todos acompanhem o que acontece lá dentro. Só assim construiremos uma Orleans mais justa e transparente.”
Confira entrevista completa