Somos todos corruptos. Por Ana Maria Dalsasso
Estamos vivendo o chamado “Período Eleitoral” e, talvez, a palavra que mais temos ouvido em relação à classe política brasileira é: corrupção, que vem aumentando cada vez mais, provocando insatisfação generalizada na população, pois tem-se a impressão de que não há mais possibilidade de erradicação do problema. Estamos decepcionados, frustrados, insatisfeitos com os políticos do país, mas se engana quem atribui a corrupção apenas à política.
Todos, de alguma forma, somos/e ou fomos corruptos em algumas situações de nossa vida, porque a corrupção é uma questão cultural, apresentando-se nas mais variadas formas. Sempre que alguém utiliza práticas ilegais para atender interesses pessoais ou de familiares, está prejudicando outras pessoas. Todos nós, em maior ou menor grau, já cometemos algum ato corruptivo. São posturas praticadas no nosso cotidiano de forma sutil, simples, aceitável pela maioria, mas que não deixam de ser atitudes corruptas que poderão, um dia, causar grandes impactos. É óbvio que não como as consequências dos atos que hoje presenciamos por parte de nossos representantes públicos, mas são prejudiciais, pois são desvios de caráter, maus exemplos para as crianças e jovens que costumam espelhar-se nos adultos, em especial nos pais. Sempre que criticamos os corruptos e dizemos que não somos culpados pelo que acontece, estamos nos omitindo e transferindo para o outro a responsabilidade de nossos atos na tentativa de justificar nosso erro.
No dia a dia é comum o cidadão deparar com situações desafiadoras que põem em xeque sua honestidade e caráter ao se entregar ao imoral sem se dar conta. Furar fila, falsificar assinaturas, dar atestados médicos falsos, sonegar impostos, não fornecer nota fiscal, falsificar o uso de carteirinha de estudante, comprar carteira de motorista, subornar policial, aceitar troco errado, bater ponto no trabalho para colega, falsificar assinaturas, o “jeitinho brasileiro”, trafegar em velocidade acima do permitido, imprimir documentos pessoais na impressora da empresa, usar o tempo do expediente para atividades particulares, pedir para o patrão não assinar a carteira e continuar recebendo o seguro desemprego do último trabalho junto com o novo salário, jogar lixo no chão, viajar pela empresa e fraudar as notas fiscais para ficar com mais dinheiro, fingir que está dormindo quando entra um idoso no ônibus, estacionar irregularmente etc. Essas e tantas outras pequenas atitudes trapaceiras podem ser incentivadoras para trapaças maiores. São desvios de conduta que refletem na sociedade, pois vai se tornando um círculo vicioso presenciado pelas crianças, as mesmas que conduzirão a nação amanhã, e reproduzirão as lições vivenciadas, em grande ou maior escala, dependendo da posição que ocuparem na sociedade. Os grandes corruptos e corruptores de hoje foram crianças como qualquer outra.
Pessoas prósperas e inteligentes devem evitar tais comportamentos tomando atitudes simples, mas que são lições preciosas, como: colocar-se no lugar do outro, melhorar a convivência entre as pessoas, praticar sempre a humildade, gratidão, ética, comprometimento, avaliar constantemente suas atitudes para corrigir as imperfeições, demonstrando que é possível ser honesto sim.
A mudança começa nas ações de cada cidadão. Quando se prioriza a ética e a honestidade, reprovando as práticas corruptas, sem dúvida vence-se o problema. É difícil? Bastante! Mas, não impossível.
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