Sigam-me os Bons! Por André Merino
“Sigam-me os Bons!”. Durante muitos anos, por diversas vezes, ouvimos essa frase ao assistirmos ao seriado mexicano “Chapolin Colorado”, da turma do Chaves, e sempre me perguntava: quem são os bons?
Certa vez, conversando sobre o comportamento das pessoas nas empresas com um amigo que, na época era gestor, com cerca de 300 colaboradores sob a sua coordenação, não perdi a oportunidade e lancei a pergunta: Quem são os bons? Ele me olhou, como quem não esperava por esse questionamento e, após alguns segundos, me respondeu:
– Eu defino um bom colaborador com três palavras: comprometimento, dedicação e humildade.
Então vamos começar de trás para frente.
O colaborador humilde é aquele que não tem vergonha de dizer que não sabe, não tem receio de assumir que errou e de estar sempre disposto a aprender.
Eu sempre costumo dizer: “eu só tenho vergonha de uma coisa na vida: ter vergonha”, pois estamos num eterno aprendizado e não somos melhores do que ninguém.
Muitas pessoas utilizam de seus cargos nas empresas para minimizar outras e não entendem que elas não são esse cargo, na verdade, elas estão neste cargo.
O cargo é tão somente um nome de um grupo de atribuições e não um “título de nobreza”. Esses tipos de profissionais não percebem que nomes de cargos se mudam da noite para o dia. Eu já vi muitas empresas que, em fase de reestruturação organizacional, alteram totalmente a “nobreza” dos nomes dos cargos.
Um colaborador dedicado é aquele que se entrega a um objetivo de forma intensa e completa. Quando você se dedica está valorizando o seu trabalho. Vale ressaltar que dedicar-se não deve ser confundido com ser melhor que os outros e sim dar o melhor de si.
Quanto ao comprometimento dos colaboradores, esse é um dos maiores desafios dos gestores.
Fala-se muito, atualmente em engajamento. Eu classifico o envolvimento das pessoas em três formas:
Compromisso, comprometimento e engajamento.
Na minha opinião, compromisso é uma responsabilidade assumida em um acordo entre duas partes que deve ser cumprido.
Para mim comprometimento é fazer o inesperado enquanto os demais fazem o esperado, é ter um grau maior de envolvimento. E engajamento é se doar pela causa, é agir e se envolver por um propósito.
Eu uso sempre um exemplo simples para diferenciar os três conceitos: numa relação, compromisso é ficar noivo; comprometimento é casar e engajamento é formar uma família.
Eu observo muito o comportamento das pessoas nas empresas e tenho percebido que a grande maioria não quer se envolver no trabalho, mas estar “envolvida” nos resultados, principalmente nos positivos, é claro.
Pergunto: e você? É compromissado, comprometido ou engajado?
Há poucos dias um gestor me confidenciou:
– “Alguns dos meus colaboradores não estão comprometidos com o projeto, eu dividi com eles o meu sonho e eles parecem não estar nem aí. Só que quando as coisas começam a dar certo, eles aparecem. Aí sim estamos juntos”. Para criar engajamento, é preciso fazer as pessoas comprarem a sua causa, fazê-las se sentirem parte dela.
O nosso sonho nem sempre é o sonho dos outros, nem todos vivem, vêem ou sentem da mesma forma o nosso sonho. Quando acreditamos em algo, só nós sabemos o grau de importância que isso tem para nós. E não estou falando de dinheiro ou fama, estou falando de satisfação. Além de enxergar, é preciso acreditar que é possível. O dramaturgo irlandês, George Bernard Shaw, dizia que “Alguns homens vêem as coisas como são, e perguntam: Por quê? Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto: Por que não?”.
Temos que ter ao nosso lado pessoas que acreditem no nosso sonho, remando na mesma direção e sempre em frente. Quem não quiser nos seguir, que fique para trás.
Então, “Sigam-me os bons!”
André Merino
Críticas e/ou sugestões pelo e-mail: [email protected] ou WhatsApp: (13) 99799-8484.
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