Você consegue demonstrar afeto? Por Carina Mengue
Olá leitor,
Espero encontrá-lo bem. Também espero que tenha conseguido cumprir o desafio/tarefa da semana anterior. Se cumpriu, estou muito orgulhosa de você e aconselho a continuar praticando como um exercício afim de se tornar algo muito natural do seu cotidiano. Agora chega mais pertinho quem não conseguiu. Pode existir inúmeras justificativas por não ter realizado. Talvez você até tentou, mas sentiu um desconforto e, recuou. Quero conversar com você. Eu entendo e sei que não é tão simples assim. Muitas pessoas sentem à vontade, o desejo de externalizar mais afeto, palavras afetuosas, gestos de carinho, mas não conseguem. Sentem vergonha, desconforto, é estranho e, retornam a sua zona de segurança. Sim, você não é o único.
Algumas pessoas não demonstram afeto da maneira convencional, porque não aprenderam como fazer isso. Sim, isso também é aprendido e podemos atribuir o desenvolvimento ou não dessa habilidade com o que fomos familiarizados desde pequeno. Isso mesmo, muitas vezes a falta de carinho, afeto e demonstrações vem da consequência da relação familiar, a frieza dos pais, a falta de diálogo, são fontes para que hoje, você adulto dê continuidade a esse modo de agir. Os pais são apenas crianças crescidas que deram origem a seus filhos. Logo, são passíveis de todos os bloqueios e ressentimentos, tanto quanto você. A questão aqui não é achar culpados, é somente entender a origem da sua dificuldade e agora adulto, e consciente disso, fazer diferente e desenvolver essa habilidade afetiva.
Nascemos aptos a desenvolvermos qualquer habilidade. Claro, teremos mais afinidades com algumas do que com outras. Mas capacidade de fazer, todos temos. Habilidades sociais ou socioafetivas é como chamamos esse repertório que envolve tudo como nos relacionamos com as pessoas, inclusive as demonstrações afetivas que estamos tratando na coluna hoje. As vezes nosso repertório de habilidades sociais não está completo e quando precisamos deles e nosso cérebro não encontra, desencadeia as emoções de angustia, desconforto, vergonha e medo.
E você deve estar se perguntando: “Carina responde logo onde eu adquiro essas habilidades para completar meu repertório e não sofrer mais com essas lacunas?” Calma. Infelizmente, não tem à venda na Amazon e nem no Shopee. Elas estão em um lugar muito melhor e mais fácil – dentro de você. Isso mesmo. A aptidão para essa caixinha de ferramentas chamada Habilidade sociais já existe em você, basta ativar para desenvolvê-las.
Já vou dar um empurrãozinho para você começar a semana usando a sua caixinha de ferramentas. O primeiro passo é estar mais aberto as interações. Eu sei que é mais fácil se fechar na nossa própria bolha do que conversar com alguém que a gente não conhece ou dizer eu te amo para a mãe. Sentir o desconforto por estar saindo da sua zona de segurança é sinal que está fazendo diferente do habitual, então, tolere o desconforto e continue.
Quando for praticar o exercício de expressar sentimentos, é importante que consiga identificar o que está pensando e o que está sentindo. Medo? Vergonha? O que vem a mente quando pensa em ir falar sobre seus sentimentos para alguém (mãe, filho, irmão, parceiro(a)) ? Fazer esses questionamentos a si mesmo vão te ajudar a se conhecer melhor e entender o que está dificultando que se gesto se concretize.
Lembre-se, a principal forma de desenvolver habilidades socioafetivas é treinando, vamos começar?
Até semana que vem.
Um afetuoso abraço,
Carina Mengue.