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BLOG
Rafael De Conti Urologia & Saúde Sexual Masculina
Dr. Rafael De Conti
CRM: Nº 11042 / RQE: Nº 5242
O Dr. Rafael De Conti atua desde 2005 no sul do Estado de Santa Catarina. É médico graduado pela Universidade Federal de Ciências Médicas (UFCSPA), em Porto Alegre (RS).
Curso de Medicina na Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre - FFFCMPA – (atual UFCSPA).
Residência Médica em Cirurgia Geral - Título de Especialista pelo CRM-SC e Conselho Federal de Medicina.
Residência Médica em Urologia no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, pela UFSCPA (RS).
Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia.
Preceptor e Instrutor de cirurgia do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral do Hospital São José, em Criciúma - SC.
Professor do curso de medicina da Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), disciplina de Urologia.
Membro da American Urological Association.
Médico Urologista do Corpo Clínico do Hospital São José, São João Batista e Unimed - Criciúma - SC.
Genitoplastia Feminilizante e Masculinizante: O que você precisa saber sobre as cirurgias. Por Dr Rafael de Conti
Junto com as cirurgias de harmonização facial e do tórax, a genitoplastia é a cirurgia usada no processo de transformação de gênero nos pacientes transexuais.
Tanto a MASCULINIZAÇÃO quanto a FEMINILIZAÇÃO GENITAL são cirurgias complexas. Algumas precisando mais de uma etapa. Para isto precisa-se de preparo psicológico e hormonal, assim como equipe de multiprofissionais especializados, parar garantir os melhores resultados estéticos e funcionais.
Genitoplastia masculinizante
A genitoplastia masculinizante é realizada em homens transexuais, ou seja, pacientes geneticamente femininos que se identificam como homens. Os objetivos cirúrgicos são a retirada do útero e ovários, do colo do útero, alongamento e retificação do clitóris (que já está mais desenvolvido devido ao uso de hormônios) e ainda a escrotoplastia, que é o remodelamento dos grandes lábios da vagina, transformando-o em bolsa escrotal. Depois é reajustada a uretra (canal da urina) e inseridas próteses de testículos. Ao término, o aspecto é de um genital masculino bastante satisfatório, embora de tamanho reduzido, visto que o comprimento do pênis assim configurado é limitado ao tamanho que o clitóris adquiriu com o uso de hormônios masculinos, variando de 4,8 a 5,5 centímetros. Isto geralmente não é problema, pois o mais importante para estes pacientes é conseguir urinar em pé nos banheiros públicos, sendo a penetração durante o ato sexual uma exigência secundária, pois muitos já vivem conjugalmente com parceiras que não têm exigências em relação à atividade sexual com penetração. Existe a opção de ter um neopênis maior, com retalhos ou enxertos cutâneos tubulares, transferidos de outras regiões como o antebraço ou abdome, porém procedimento este ainda com inúmeras complicações.
Genitoplastia feminizante
A genitoplastia feminizante é realizada nas mulheres transexuais, ou seja, pacientes geneticamente homens que se identificam como mulheres. Os objetivos cirúrgicos são a retirada dos testículos, a ressecção dos corpos cavernosos do pênis e da uretra do pênis, com preservação da pele peniana para convecção da neovagina. A pele da bolsa escrotal é usada para fazermos os grandes lábios.
É importante mencionar que, além dos controle hormonais, os pacientes devem ter seguiment0 psicológico e avaliação médica regular de longo prazo após a cirurgia para prevenir, diagnosticar e tratar as complicações.
Onde os pacientes podem fazer estas cirurgias?
No Sul do País o centro de referência é o Hospital de Clínicas em Porto Alegre. Pelo Sistema Único de Saúde somente em centros credenciados, que incluem o já referido Hospital de Clínicas, o Hospital da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Hospital de Clínicas de São Paulo e mais 3 centros em Goiânia, Pernambuco e Salvador. Existem outros locais e cirurgiões que atuam na esfera privada, mas os locais referidos acima são os mais conhecidos no meio urológico.
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68° Encontro Catarinense de Urologia em Nova Veneza e a importância do Novembro Azul. Por Dr. Rafael De Conti
Foram meses organizando o 68° Encontro Catarinense de Urologia, que ocorreu nos dias 1 e 2 de novembro de 2024, em Nova Veneza. Tudo com o apoio da Sociedade Brasileira de Urologia, entidade de muito orgulho para nós Urologistas. Cerca de 40 urologistas e seus familiares de todo o estado ficaram encantados com a pitoresca cidade da nossa região.
A programação científica foi bem ampla, incluindo temas de Uro-oncologia, urologia feminina, novas tecnologias no tratamento da hiperplasia da próstata, urologia da criança e do adolescente, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros assuntos. Na festa de encerramento, realizada no sábado, não faltaram, é claro, polenta, massa e uma animada banda italiana para alegrar os colegas de todo o estado.
Novembro Azul: Mês de cuidar dos homens
O mês de novembro é um período dedicado à saúde do homem, especialmente à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma das doenças mais comuns entre os homens. A campanha Novembro Azul tem o objetivo de alertar sobre a importância do cuidado com a saúde masculina, incentivando os homens a adotarem uma postura proativa em relação ao seu bem-estar.
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais frequente entre os homens brasileiros, e a detecção precoce é fundamental para o sucesso no tratamento. Na fase inicial, o câncer de próstata geralmente é assintomático. Por isso, exames preventivos, como o toque retal e o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), são indispensáveis, especialmente para homens a partir dos 50 anos, ou a partir dos 45 para aqueles com histórico familiar da doença.
Infelizmente, o preconceito e a desinformação ainda afastam muitos homens dos consultórios, comprometendo o diagnóstico precoce e as chances de cura. É essencial que os homens entendam que cuidar da saúde é um ato de responsabilidade e que o exame de próstata é simples e rápido, podendo fazer toda a diferença na prevenção e tratamento da doença.
Durante o Novembro Azul, convidamos todos a refletirem sobre a importância do autocuidado e da prevenção. Converse com seus familiares e amigos, incentive aqueles que estão na faixa etária de risco a fazer os exames preventivos. Lembre-se: cuidar da saúde é um ato de amor-próprio e respeito pela vida.
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Orquialgia: Diagnóstico e tratamento da dor testicular crônica. Por Dr Rafael De Conti
A dor testicular crônica, na linguagem médica, orquialgia, é a dor testicular intermitente ou constante, com duração maior de 3 meses, e que impacta na qualidade de vida do paciente. É uma condição de difícil tratamento, devido à multiplicidade de causas. Representa, no consultório do urologista, aproximadamente 3% das consultas, sendo sempre um desafio para o urologista.
Dentre as causas de dor, temos:
os cistos do epidídimo, órgão que armazena os espermatozoides que são produzidos nos testículos
varicoceles, que são varizes do cordão
infecções do testículo e epidídimos
traumatismos
torção do testículo ou apêndices dos testículos
câncer do testículo
dor após cirurgia de hérnias
vasectomia
inflamações dos vasos sanguíneos, chamada de vasculites
diabetes
aneurisma da aorta
doenças musculares
inflamação do púbis
Existem também os transtornos psicológicos que levam à dor, como depressão, disfunção sexual, ansiedade, história de abuso sexual, transtornos bipolares.
Não encontramos uma explicação para a dor em 25 a 50% dos casos, e chamamos de Orquialgia Idiopática.
A investigação clínica detalhada pelo urologista sempre inclui uma história detalhada da vida sexual e das cirurgias realizadas pelo paciente.
Exame físico detalhado sempre é realizado, avaliado a genitália, testículos e às vezes é necessário fazer toque retal para avaliação de doenças da próstata.
Dentre os exames, realizamos sempre exames detalhados da urina, níveis de testosterona e níveis de vitamina b12. O principal exame de imagem é o ultrassom testicular com doppler, muitas vezes sendo necessário também a tomografia computadorizada do abdome para descartarmos cálculos no sistema urinário, aneurismas ou hérnias inguinais. Se o paciente tiver dor no quadril ou lombar, pedimos ressonância magnética da coluna.
Tratamento
O urologista é sempre o primeiro a ser procurado, mas muitas vezes associamos especialistas em dor, psiquiatra e fisioterapeutas. Se temos um diagnóstico específico, como por exemplo um tumor do testículo, vamos tratá-lo adequadamente. Aconselhamos dependendo da causa calor ou gelo, elevação do escroto com suspensórios, diminuição de cafeína- frutas ácidas – chocolate. Deve-se evitar ficar sentado por muitas horas.
Dentre os medicamentos, manejamos com antibióticos, anti-inflamatórios, e antidepressivos. Casos não temos sucesso com medicamentos básicos, podemos fazer bloqueios anestésicos regionais. Acupuntura e fisioterapia do assoalho pélvico deve ser indicada em casos selecionados.
E quais as cirurgias usadas para solucionar casos específicos. Reversão de vasectomia, correção de varicocele, retirada do epidídimo, denervação microcirúrgica do cordão espermático. Já a orquiectomia, que é a retirada do testículo, só é realizada nos casos que todos os tratamentos não tiveram sucesso
Como vimos acima, a dor testicular crônica é uma doença desafiadora para o paciente e para urologista, sendo necessário dispender muita atenção ao paciente, pois leva a sofrimento, problemas no trabalho e desconforto crônico. Em determinadas situações, doenças graves como o câncer do testículo são identificadas.
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Orientações da Soceidade Brasileira de Urologia para a Prevenção de Cálculos Renais. Por Dr Rafal De Conti
Vários fatores de risco contribuem para a formação de cálculos renais, que incluem a história familiar, sendo 2,5 vezes maior em indivíduos com antecedentes de casos na família; a idade; a raça; elevação de ácido úrico; índice de massa corporal (IMC) >30Kg/m2 , a presença de diabetes mellitus; síndrome metabólica e hábitos alimentares inadequados.
Os fatores dietéticos podem ser modificados, especificamente a alimentação, pois a composição da urina está diretamente relacionada com a mesma. A compreensão dos mecanismos fisiológicos e dos fatores de risco é importante para que medidas de prevenção sejam incorporadas pelo paciente no decorrer do tratamento, a fim de modificar a história natural da doença.
A terapia nutricional deve incluir medidas de adequação do peso corporal, perda de peso em caso de sobrepeso e obesidade, a implementação de recomendações de hábitos de vida saudáveis, incluindo atividade física e a mudança de hábitos alimentares inadequados, visando à redução do consumo de sódio, gordura saturada e alimentos calóricos e, principalmente, o aumento do consumo de líquidos.
As orientações devem ser de fácil compreensão e o nutricionista deve procurar esclarecer qual a interrelação entre o consumo do alimento e a prevenção ou a gênese da formação do cálculo, para que a adesão do paciente, tanto no tratamento clínico e nutricional, alcance os objetivos propostos.
Orientação aos pacientes
O cálculo renal é muito comum de acontecer. Cerca de 8% das mulheres e 15% dos homens vão apresentar cálculo renal em algum momento da vida. Seu tratamento nem sempre é fácil. Além disso, as chances de uma pessoa que já teve cálculo renal vir a ter novamente é de cerca de 50% em cinco anos. Por isso, após o tratamento, é muito importante a prevenção da formação de novos cálculos. Para isso, as orientações nutricionais são muito importantes.
A formação de cálculos renais pode aumentar em função de alguns fatores nutricionais, tais como: ganho de peso e obesidade, excesso de sal na comida e o consumo reduzido de líquidos, dentre outros. Desta forma, alguns cuidados na alimentação devem ser tomados para evitar a sua formação: Procure ingerir no mínimo 2 a 3 litros de líquidos por dia: Tome água, limonada com adoçante e chás de ervas (camomila, erva-doce, cidreira, hortelã) ao natural ou com adoçante. Consuma quente ou gelado e de preferência, adicionado de limão. Evite adoçar com açúcar, mel ou açúcar mascavo, pois aumenta a quantidade de calorias da bebida. Evite refrigerantes ou sucos em pó e artificiais, pois aumentam os riscos de cálculos. Prefira os sucos naturais e sem adição de açúcar. Lembre-se: para avaliar se a quantidade de líquidos consumida está adequada, observe a urina, que sempre deve estar clara e límpida. Caso contrário, a quantidade de líquidos ingerida deverá ser aumentada. Cuidado com o sal! Use o mínimo de sal possível no preparo dos alimentos e não adicione sal na comida. Prefira temperos naturais de ervas para dar sabor e aroma: orégano, salsinha, cebolinha, limão, coentro, salsão ou outros de sua preferência e evite:
Azeitonas, bacalhau, salgadinhos, queijos amarelos, temperos e molhos prontos (catchup, mostarda, shoyu, caldos concentrados, molho inglês, sopas de pacote, cubos de caldos de carne e outros), produtos com glutamato monossódico, embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, salame, paio, carne seca);
Salgadinhos para aperitivos (batata frita, amendoim salgado, castanhas, chips); • Bolachas salgadas, recheadas, margarina ou manteiga com sal, requeijão normal ou light.
Procure ler os rótulos, pois muitos alimentos industrializados possuem sódio ou glutamato monossódico na composição e não devem ser consumidos.
Frutas: Consuma pelo menos 3 a 4 ao dia: Dê preferência à laranja, tangerina e melão. Consuma limonada e laranjada preparadas com a fruta natural, pois o ácido cítrico contido nestas frutas pode auxiliar a evitar a formação dos cálculos. Não use sucos artificiais ou refrigerantes. Frutas vermelhas ou sucos de cranberry, framboesa e morango possuem alta concentração de protetores contra infecções. Legumes cozidos ou crus e verduras de folha devem fazer parte das duas refeições principais (almoço e jantar), pois contém vitaminas, minerais e fibras, auxiliando no bom funcionamento intestinal, na prevenção de doenças e no aumento da resistência do organismo.
Não deixe de consumir leite e seus derivados: No geral, não há necessidade de restringir o consumo de cálcio, um tabu que ainda é muito difundido. Consuma pelo menos três copos ao dia, desde que sejam desnatados: iogurte light, ao natural, coalhada, queijo branco magro com pouco sal, ricota ou leite desnatado em pó. Somente reduza a quantidade de leite se for orientado pelo seu médico ou da nutricionista.
Prefira os alimentos integrais aos refinados, pois contém fibras que auxiliam no funcionamento intestinal: arroz e macarrão integral, biscoitos e pão integral light (sem adição de açúcar e gordura). No entanto, a quantidade destes alimentos deve ser controlada caso necessite perder peso, seguindo a orientação do nutricionista. Prepare os alimentos sempre grelhados, assados ou cozidos. Evite frituras e empanados, pois são muito calóricos. Consuma uma porção de carne ou substitutos (peixe, frango sem pele ou ovo), no almoço e jantar, evitando excessos. Prefira as carnes magras. Evite churrascos, pois contém muita gordura e excesso de sal.
Não utilize suplementos de vitaminas ou minerais, sobretudo a vitamina C sem a prescrição do médico, pois podem propiciar a formação de cálculos. Evite café, bebidas achocolatadas e chocolate, chá preto, mate ou verde, espinafre, nozes, mariscos e frutos do mar. Estes alimentos contribuem na formação de cálculos, pois são ricos em oxalato. Portanto, use com moderação.
Algumas situações de cálculos de repetição são causadas por alterações específicas e são identificadas pelo urologista, merecendo aí um tratamento individualizado. Além de tudo isso, procure realizar uma atividade física regular, pois auxilia na perda de peso e na manutenção da saúde. Portanto, procure caminhar ou fazer alguma atividade com regularidade. Lembre-se: mantenha-se sempre bem hidratado durante as atividades, pois neste momento pode haver o início de algum cálculo renal devido à falta de água! Seguindo estas orientações, as chances de formação de novos cálculos diminuem de 20 a 70%. Isso é muito importante, pois quem teve cálculo sabe a dor e sofrimento que isto pode causar!
Apoio Iniciativa Desenvolvido pelo: Departamento de TMI – Terapia Minimamente Invasiva – SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA
Nídia Denise Pucci Nutricionista Chefe da Divisão de Nutrição e Dietética e do Setor de Endourologia e Litíase Urinária da Divisão de Clínica Urológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Fabio C. Vicentini Assistente – Doutor do Setor de Endourologia e Litíase Urinária da Divisão de Clínica Urológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP