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BLOG

Rafael De Conti
Urologia & Saúde Sexual Masculina

Dr. Rafael De Conti
CRM: Nº 11042 / RQE: Nº 5242
O Dr. Rafael De Conti atua desde 2005 no sul do Estado de Santa Catarina. É médico graduado pela Universidade Federal de Ciências Médicas (UFCSPA), em Porto Alegre (RS).

Curso de Medicina na Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre - FFFCMPA – (atual UFCSPA).

Residência Médica em Cirurgia Geral - Título de Especialista pelo CRM-SC e Conselho Federal de Medicina.

Residência Médica em Urologia no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, pela UFSCPA (RS).

Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia.

Preceptor e Instrutor de cirurgia do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral do Hospital São José, em Criciúma - SC.

Professor do curso de medicina da Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), disciplina de Urologia.

Membro da American Urological Association.

Médico Urologista do Corpo Clínico do Hospital São José, São João Batista e Unimed - Criciúma - SC.

Você sabe o que é Doença de PEYRONIE? Por Dr Rafael de Conti

Por Rafael De Conti16/01/2024 13h22

A Doença de Peyronie (DP) foi descrita em livros médicos pela primeira  vez por François Gigot de La Peyronie, em 1743. Caracteriza-se por formação de placas endurecidas nos CORPOS CAVERNOSOS PENIANOS, causando DOR, CURVATURA PENIANA, DISFUNÇÃO ERÉTIL, com consequente prejuízo na qualidade de vida.

Nos diferentes países, atinge 0,4 a 9% dos homens e principalmente em homens de 60 a 70 anos, mas pode ocorrer também mais raramente em jovens.

Os fatores de risco são diabetes, pressão alta, cigarro, alcoolismo, homens com hormônio masculino baixo e que passaram por cirurgia para câncer da próstata. Outro fator de risco importante é ser portador de uma contração palmar chamada doença de Dupuytren.

Psicologicamente 81% destes homens referem problemas em decorrência da doença, sendo que 48% acabam tendo sintomas depressivos.

Não sabemos bem ao certo porque ela ocorre, mas acreditamos em causas multifatoriais, envolvendo predisposição genética, traumatismo do pênis durante a relação sexual e fatores imunológicos. O surgimento destas placas fibrosas no pênis (semelhantes a pequenos nódulos) reduzem a elasticidade local e levam à CURVATURA PENIANA DURANTE A EREÇÃO.

A evolução natural da doença pode variar desde resolução espontânea até piora progressiva da deformidade e costuma ter 2 fases:

Fase ativa, aguda ou inflamatória, em que ocorre o crescimento da placa cicatricial, resultando em DOR E INÍCIO DA CURVATURA.

Fase estável, crônica ou fibrótica, quando já existe cicatrização, com estabilização da placa, da curvatura e da dor.

A fase aguda dura dura entre 6 a 18 meses, sendo que a curvatura tende a piorar entre 30-50% dos casos ou se estabilizar em 47 a 67% dos casos. Melhora espontânea ocorre, em média somente em 10- 15% dos pacientes

Diagnóstico: é feito pelo urologista através da história clínica e do exame físico. A tortuosidade peniana pode dificultar a relação sexual e causar disfunção erétil. Os médicos devem ter uma história focada para distinguir entre doença ativa e estável, pois isto influenciará no tratamento a ser adotado. Os critérios de estabilização da doença são principalmente resolução da dor e estabilidade da curvatura por 90 dias.

Nem sempre o tamanho da placa relaciona-se ao grau de curvatura.

Existe na literatura médica vários estudos sobre medicamentos para a doença de peyronie, mas, até o momento, nenhum provou estatisticamente ser eficiente. Na fase da dor utilizamos muito anti-inflamatórios não esteroides.

Quando indicamos tratamento intralesional  ou cirurgia é fundamental o teste de ereção peniana com medicações intracavernosas para definir melhor a estratégia terapêutica. Utilizamos também fotos obtidas pelos pacientes em quatro ângulos do pênis em ereção para definir de forma adequada a curvatura e a estratégia cirúrgica.

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Úlcera genitais em homens; principais doenças. Por Dr Rafael de Conti

Por Rafael De Conti28/11/2023 16h05

A Sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema Pallidum. A transmissão ocorre por contato sexual, por transplante de órgãos, por transfusão sanguínea ou por transmissão da mãe para o feto. A ferida, mais conhecida como “CANCRO DURO”, aparece entre 10 a 90 dias após a transmissão. Caracteriza-se por uma úlcera única, indolor, com bordas regulares, base endurecida e fundo limpo.

Os testes utilizados para diagnóstico de sífilis são divididos em exames diretor r testes imunológicos. por coleta de sangue. Deve ficar bem claro que existe um teste rápido, realizado em todos os postos de saúde. O tratamento é simples e acessível e nada mais é do que uma aplicação intramuscular de penicilina, a conhecida Benzetacil!

O Cancro Mole (CANCRÓIDE): é causado por uma bactéria chamada Haemophilus ducrei. Após o contágio, a lesão geralmente aparece entre 3 a 7 dias. A lesão é avermelhada, mais comumente no prepúcio e freio do prepúcio, Rapidamente a lesão forma pus e rompe, formando então uma lesão dolorosa, de borda irregular, causando uma secreção amarelada pela ferida e com cheiro ruim.

As lesões podem ser múltiplas devido à autoinoculação. 50% dos pacientes podem ter linfadenopatia na região inguinal (ínguas).

O diagnóstico é confirmado por meio de cultura. O tratamento é com antibiótico de fácil acesso e usado via oral.

O Linfogranuloma Venéreo,  é doença causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. A fase de inoculação ocorre após um período de 3 a 30 dias do contágio. Pode manifestar-se como uma úlcera indolor, que desaparece sem deixar sequelas, e muitas vezes não é notada pelo paciente. Depois, em 2 a 6 semanas, ocorrem sintomas de febre, calafrios, mal-estar mialgia), além de ínguas na virilha, dolorosas, podendo abrir orifícios com pus.

O diagnóstico é baseado na suspeita clínica do médico, sendo confirmado por testes diretos da lesão ou por testes sanguíneos. O tratamento também é por antibióticos de fácil acesso, por via oral ou intramuscular.

O Donovanose ou (Granuloma Inguinal) é uma doença causada pela bactéria Klebsiella granulomatis. Após o contágio manifesta-se somente após 50 dias e o quadro clínico é uma lesão no pênis ou no períneo, de crescimento progressivo, lento e indolor. As feridas são muito vascularizadas e tendem a sangrar.

Pode ser confundido com câncer do pênis e muitas vezes o urologista precisa fazer uma biópsia nos casos em que o tratamento com antibiótico não tem sucesso. O tratamento é com antibióticos de fácil acesso e por via oral.

A Herpes Genital: causada pelo vírus Herpes simplex, agente que infecta células epiteliais e as terminações nervosas, após o contágio o vírus fica em estado altente nos nossos gânglios, e, quando temos períodos de estresse e baixa da nossa imunidade, ele volta a se manifestar com feridas genitais. Após o contágio, as lesões aparecem entre quatro a sete dias, sendo o quadro clássico múltiplas lesões dolorosas, que progridem para vesículas e depois se rompem, originando úlceras.

Pode ocorrer nesta fase inicial, febre, mal-estar e dor muscular. A recorrência tende a ocorrer na mesma localização da lesão inicial, geralmente é menos intensa e pode ser precedida por prurido, sensação de queimação e mialgia.

O diagnóstico pode ser feito por cultura da lesão. Existe tratamento de 7 dias nos casos de cicatrização incompleta ao final de uma semana. Pacientes com doença muito recorrente podem receber tratamento de supressão.

 

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Deficiência androgênica do envelhecimento masculino – Alguns mitos e verdades – Por Dr. Rafael de Conti

Por Rafael De Conti30/10/2023 14h00

Muitos de nós já ouvimos falar sobre a MENOPAUSA, fase em que a mulher deixa de produzir, de forma lenta e progressiva, os hormônios progesterona e estrogênio, e suas implicações na vida das mulheres. Porém nem todo mundo sabe que o HOMEM ao envelhecer também tem alterações hormonais, só que neste caso ocorre diminuição dos ANDRÓGENOS,  sendo o mais conhecido a TESTOSTERONA.

O homem tem a chamada ANDROPAUSA?

MITO: biologicamente, o termo andropausa é inapropriado, pois diferente do que ocorre nas mulheres que deixam de produzir estrogênios, no homem não existe esta PAUSA. No homem, existe uma REDUÇÃO PROGRESSIVA, na maioria das vezes lenta, da produção de testosterona. Desta forma, o nome correto no homem É DEFICIÊNCIA ANDROGÊNICA DO ENVELHECIMENTO MASCULINO (DAEM) ou HIPOGONADISMO TARDIO DO ADULTO.

Todos os homens terão DAEM?

MITO. A progressiva redução da testosterona, que pode causar desconforto e sintomas, é um problema médico que ocorre em alguns homens, mas nem todos terão uma queda hormonal de forma significante.

Os homens terão uma queda gradual de hormônios a partir dos 30 anos?

VERDADE. Os níveis de testosterona começam a cair a partir dos 30 anos, mas de forma gradual e lenta. Porém não existe uma idade certa para a DAEM começar, apesar da incidencia ser mais comum após os 40 anos de idade. Importante esclarecer que existem outras doenças que causam queda de hormônios até mesmo na infância, causando atraso da puberdade.

Os sintomas de deficiência androgênica são sempre os mesmos?

MITO. Os sintomas variam conforme a gravidade da queda hormonal e, no início do quadro, podem não interferir tanto na saúde. Porém, quando a queda é acentuada, pode ocorrer DIMINUIÇÃO DA LIBIDO, ALTERAÇÕES DO HUMOR, PROBLEMAS DE CONCENTRAÇÃO, IRRITABILIDADE, SENSAÇÃO DE CANSAÇO, PERDA DA MEMÓRIA, DEPRESSÃO, DISTÚRBIOS DO SONO, SENSAÇÃO DE FRAQUEZA, ANEMIA, PERDA DA MASSA MUSCULAR, REDUÇÃO DE MASSA ÓSSEA E DIFICULDADE DE EREÇÃO.

A obesidade é um dos fatores de risco para a deficiência androgênica?

VERDADE. Os fatores de risco são obesidade, hipertensão, diabetes, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e dislipidemias (excesso de gordura no sangue, como triglicerídeos altos e colesterol alto).

Homens com deficiência androgênica têm mais chances de ter outras doenças?

VERDADE. A diminuição da testosterona no corpo masculino pode facilitar o aparecimento de doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e osteoporose.

A deficiência androgênica masculina não compromete a fertilidade.

MITO. Se temos testosterona muito baixa, pode ocorrer infertilidade, pois isto pode provocar redução na produção de espermatozoides, além de diminuição no desejo sexual.

O diagnóstico de deficiência androgênica é feito por avaliação clínica e laboratorial.

VERDADE. O diagnóstico é feito através da avaliação dos sintomas citados anteriormente, junto com exames de sangue.

Todos os homens com deficiência hormonal precisam fazer reposição hormonal.

MITO. A reposição hormonal só deve ser feita quando associado a sintomas, e deve ser feita de forma muito criteriosa, baseada no diagnóstico efetivo e na ausência de contraindicações, como apneia do sono, câncer de próstata ativo, aumento de glóbulos vermelhos no sangue, dentre outros. Também é necessário acompanhamento regular do homem que faz reposição hormonal com o Urologista para avaliar a eficácia do tratamento e monitorar efeitos colaterais da reposição hormonal.Mesmo sendo morador de Orleans, Alexandre Luz viaja constantemente a trabalho, enquanto sua família permanece na cidade. Com novos desafios pela frente, ele espera que sua família aceite o emocionante desafio que o mundo do futebol oferece, enquanto ele continua a trilhar seu caminho de sucesso como parte do Amazonas Esporte Clube.

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Cistite e Cistite Recorrente. Por Dr. Rafael Conti

Por Rafael De Conti26/09/2023 16h04
Foto/Reprodução Internet

A infecção bacteriana mais comum no ser humano é a infecção do trato urinário (ITU), correspondendo a 1,2% de consultas médicas das mulheres e 0,6% das consultas médicas masculinas. Cinquenta por cento das mulheres terão ITU durante a vida.

Quais os principais fatores de risco ?

  • Início da atividade sexual na mulher
  • Uso de espermicidades (pouco usados atualmente)
  • Mudança de parceiro sexual
  • Mãe com história de ITU
  • História de ITU na infância

A ITU é considerada  como NÃO COMPLICADA  quando ocorre de forma aguda, esporádica ou recorrente, podendo ocorrer na bexiga ou nos rins. Na maioria das vezes ocorre em mulheres durante a vida menstrual.

É considerada COMPLICADA nos seguintes casos: quando ocorre em homens, idosos, pacientes com imunossupressão (HIV, quimioterapia, transplantados), pacientes que fizeram uso recente de antibióticos, paciente que passaram por cirurgias urológicas, sintomas com mais de 7 dias, gravidez, diabéticos, crianças, uso de sonda cronicamente e infecções em paciente hospitalizados.

Como a bactéria chega até o trato urinário? Pela rota chamada ASCENDENTE , ou seja pela uretra, ou por rota HEMATOGÊNICA, quando a bactéria entra no organismo por outra porta de entrada e vai até o sistema urinário pela corrente sanguínea, geralmente em pacientes em unidades de terapia intensiva, pacientes que usam sondas e pacientes em  septicemia.

A conhecida CISTITE, que é a infecção da bexiga, pode ser classificada em esporádica ou recorrente.  Para ser considerada RECORRENTE deve ocorrer mais de 2 episódios em 6 meses, ou mais de 3 episódios em 1 ano.  O diagnóstico clínico é baseado em sintomas do trato urinário inferior, como micção dolorosa,  aumento da frequência miccional  e urgência em urinar. Para este diagnóstico a paciente não deve ter corrimento vaginal. Exame de urina e cultura bacteriana é recomendado em pacientes com sintomas atípicos ou quando falha a um primeiro tratamento.

O tratamento pode ser com antibióticos em dose única, tratamentos de 3, 5 ou 7 dias dependendo do caso.

Já nas itus RECORRENTES  o exame de urina e a cultura bacteriana sempre está indicada, em casos atípicos o urologista pede também exames de imagem e CISTOSCOPIA, que é uma endoscopia da uretra e bexiga. Nestes casos também são indicadas no tratamento medidas COMPORTAMENTAIS e de higiene pessoal, como aumentar a ingesta de líquidos, urinar mais frequentemente e evitar o uso de roupas íntimas oclusivas. Em mulheres após a menopausa recomendamos também o uso de hormônio vaginal na forma de cremes ou óvulos. Também existe na literatura a sugestão de que pró-bióticos, podem ajudar.

E quando temos que usar ANTIBIÓTICO  chamado PROFILÁTICO (preventivo)? A profilaxia antimicrobiana está indicada quando as medidas anteriores falharem. Tanto a profilaxia contínua com antibióticos em baixa dose quanto a profilaxia após o coito reduzem o risco de ITU recorrente e devem ser oferecidas ao paciente, em tratamentos de 3 a 6 meses.

 

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