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BLOG

Ana Maria Dalsasso
Educação

É Professora de Comunicação. Formada em LETRAS – Português/Inglês e respectivas Literaturas, Pós-graduada em Metodologia do Ensino pela Universidade Federal de SC - UFSC, cursou a primeira parte do Doutorado em Educação pela Universidade de Jáen na Espanha, porém não concluiu. Atua na área da Educação há mais de quarenta anos. Em sua trajetória profissional, além de ministrar aulas, exerceu a função de Diretora de Escola Pública, Coordenadora Pedagógica da Escola Barriga Verde, Pró-Reitora de Ensino de Graduação do UNIBAVE/ Orleans. Dedica parte de seu tempo livre com trabalhos de Assistência Social e Educacional, foi membro do Lions Clube Internacional por longos anos, hoje faz parte da AMHO – Amigos do Hospital, além de outros trabalhos voluntários na comunidade e seu entorno. Revisora de trabalhos acadêmicos: Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.

Dia das Crianças. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso13/10/2025 15h00
Imagem/Pinterest

O Dia das Crianças é tradicionalmente uma data de sorrisos, presentes e festas. No entanto, por trás das vitrines coloridas e das propagandas emotivas, esconde-se uma dura realidade: o Brasil está longe de ser um país que realmente protege e valoriza sua infância. Enquanto milhões de pequenos recebem brinquedos, outros tantos sofrem com a fome, a violência e a falta de oportunidades.

Em pleno século XXI, ainda convivemos com o abuso sexual infantil, crime brutal que destrói vidas e se perpetua pela omissão e pela impunidade. A exploração do trabalho infantil continua a roubar a infância de milhares de meninos e meninas que trocam os brinquedos por ferramentas, o lazer pela exaustão. São crianças invisíveis aos olhos de um Estado que fecha os olhos diante do sofrimento.

A educação, que deveria ser o alicerce do futuro, também padece. Escolas com estruturas precárias, professores desvalorizados e currículos distantes da realidade social contribuem para uma geração sem perspectiva. Além disso, muitas instituições se tornaram ambientes ideológicos, onde a formação crítica e humana cede espaço à doutrinação e à polarização.

Mas não é apenas o Estado que falha. A família, primeira e mais importante base de proteção da criança, também tem se mostrado ausente em muitos lares. Falta responsabilidade, presença e diálogo. Muitos pais, por descuido, negligência ou comodismo, transferem à escola ou à internet o papel de educar, esquecendo que valores, limites e afeto nascem dentro de casa. Sem essa base, cresce uma geração vulnerável, desorientada e facilmente manipulável.

Faltam políticas públicas sérias, investimentos consistentes e, principalmente, vontade política. Um país que negligencia suas crianças — seja por omissão governamental ou pela irresponsabilidade familiar — não tem futuro. São elas que deveriam ocupar o centro das prioridades nacionais: na saúde, na educação, na cultura e no lazer.

Celebrar o Dia das Crianças, portanto, deveria ir muito além do consumo. É tempo de reflexão. De enxergar que o verdadeiro presente para a infância brasileira seria um país onde nenhuma criança sofresse violência, passasse fome ou fosse privada do direito de sonhar.

 

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A crise da educação brasileira: O problema está na base. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso30/09/2025 15h00

O Brasil atravessa uma crise sem precedentes na qualidade da educação, visível tanto no ensino básico quanto nas universidades. No entanto, é no alicerce do sistema que está a gravidade do problema: a precariedade do ensino fundamental e médio. Sem uma base sólida, dificilmente o estudante terá condições de avançar com qualidade para etapas mais complexas da formação acadêmica.

A educação básica brasileira está entre as vinte piores do mundo nas áreas analisadas: leitura, matemática e ciências, ficando classificada em último lugar na América do Sul junto com a Argentina e o Peru. Apenas 7,7% dos alunos concluem o ensino médio com aprendizagem adequada em português e matemática. Somos o quarto país do mundo com a maior proporção de jovens que não estudam e não trabalham. Chega a 24% o número de brasileiros que estão nessa situação. Quase o dobro da média dos países desenvolvidos. Isso é consequência de décadas de uma política assistencialista do governo que cria ilusão de que o Estado tudo resolve. comprando consciências, promovendo a ignorância coletiva para perpetuação no poder. Estamos vivendo o apocalipse da ignorância, pois quanto mais ignorantes as pessoas, mais fácil de serem dominadas.

O investimento na educação básica é quatro vezes menor do que o investimento no ensino superior. Qual a lógica para isso, se é na base que se prepara o terreno? É muito claro: é lá que o ciclo se completa. Os alunos chegam desprovidos de conhecimentos, despreparados, desmotivados, sem perspectivas levando muitos a desistirem no caminho. Não foram preparados para lutar com esforço próprio, ter disciplina, dedicação na busca da prosperidade.  E assim vai se perpetuando a miséria com cidadãos encurralados na estagnação.

Outro fator determinante é a falta de qualificação dos profissionais. Muitos professores chegam às salas de aula sem preparo adequado, o que compromete diretamente o processo de aprendizagem. Soma-se a isso a realidade de escolas públicas mal estruturadas, sem bibliotecas, laboratórios ou recursos tecnológicos que despertem o interesse e ampliem o conhecimento dos alunos. A falta de estrutura interfere no processo de ensino e aprendizagem gerando desinteresse nos estudos.

Portanto, a crise da educação brasileira não pode ser explicada apenas por políticas pontuais ou pela falta de qualidade das universidades. O problema está na raiz, no abandono do ensino básico. Investir em professores bem capacitados, escolas equipadas e metodologias de ensino eficazes é a única saída para romper esse ciclo e oferecer às novas gerações a educação de qualidade que o país tanto necessita.

 

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A normalização do anormal. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso16/09/2025 15h30
Foto/Projeto Inove

A sociedade contemporânea tem testemunhado uma preocupante inversão de valores, na qual princípios essenciais à convivência humana estão perdendo espaço para atitudes marcadas pelo egoísmo, pela intolerância e pela ausência de responsabilidade. A deterioração dos princípios morais, éticos e sociais, outrora considerados prioritários, traz consigo uma série de consequências que afetam a convivência humana, incluindo relações familiares, profissionais e sociais.  A sociedade está doente.

Um dos aspectos mais alarmantes é a crescente falta de respeito ao próximo. Atitudes de hostilidade e agressividade tornam-se frequentes, seja no convívio cotidiano, seja nas redes sociais, onde o anonimato favorece a propagação de discursos de ódio. Nesse cenário, desejar a morte de alguém — algo que deveria soar impensável — tornou-se, infelizmente, uma expressão comum, evidenciando o enfraquecimento da empatia e do valor da vida. E o pior, partindo de jovens, professores, autoridades, profissionais que deveriam ser referência, a exemplo do que acompanhamos essa semana com o assassinato do jovem americano.

O desrespeito a figuras de autoridade, como professores e pais, também reflete esse processo de degradação. O espaço escolar, que deveria ser de aprendizado e valorização do conhecimento, muitas vezes é palco de atitudes de indisciplina e desconsideração. Muitas salas de aula tornaram-se espaço de doutrinação, onde ideologias contrárias aos valores morais são disseminadas. Do mesmo modo, a relação entre pais e filhos se vê fragilizada pela falta de diálogo e pela perda de referências éticas, comprometendo a formação de cidadãos conscientes.

Outro ponto a se destacar é a ausência de ética e de comprometimento. A busca pelo benefício próprio, mesmo que em detrimento do coletivo, tornou-se prática recorrente. A negligência com responsabilidades, seja na vida profissional, seja no exercício da cidadania, demonstra como valores fundamentais, como honestidade, solidariedade e compromisso social, são frequentemente deixados de lado.

Além disso, instituições que deveriam ser guardiãs da ética — como a família, a escola e até o Estado — enfrentam dificuldades em manter sua função formadora. Quando exemplos de corrupção, impunidade e intolerância tornam-se frequentes no espaço público, a sociedade tende a normalizar condutas que deveriam ser condenáveis. Assim, o que antes era visto como desvio de caráter passa, gradualmente, a ser interpretado como habilidade ou esperteza. Entretanto, reconhecer essa inversão não implica aceitar sua permanência.

Assim, a inversão de valores não é fruto do acaso, mas da negligência com a formação ética nas famílias, escolas e instituições sociais. Se a sociedade continuar tratando o egoísmo como esperteza e a falta de limites como liberdade, será inevitável o colapso das relações humanas. É necessário romper esse ciclo, denunciando e combatendo as atitudes que contribuem para a degradação dos princípios que sustentam o convívio civilizado. Mais do que evoluir tecnologicamente, é preciso evoluir moralmente, e isso exige uma mudança de mentalidade coletiva.

 

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal.

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Quem é Paulo Freire? Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso02/09/2025 15h00

Falar sobre Paulo Freire, o dito herói da educação brasileira, sob a ótica de uma educadora “à moda antiga”, certamente vai gerar polêmica entre a atual geração de professores, que doutrinados foram pelo método da “Pedagogia do Oprimido”, contribuindo assim para que o caos se instalasse no sistema educacional do país.

Paulo Freire foi um extremista de esquerda, um comunista, um dos maiores responsáveis pela decadência da educação no Brasil. Definia como objetivo da educação o desenvolvimento da consciência social, a luta de classe, buscando a produção em massa de militantes de esquerda, relegando a segundo plano a busca pelo conhecimento para formar cidadãos mais produtivos e competitivos na sociedade, conscientes de sua responsabilidade.

Hoje o país paga o alto preço da ignorância. Nossos estudantes têm as piores notas em avaliações internacionais. Dizem as pesquisas que são necessários cinco brasileiros para produzir o que um americano produz. Temos pessoas sem cultura, sem capacidade, sem espírito crítico, grande número de analfabetos funcionais, aos quais são negadas as ferramentas intelectuais básicas para o desenvolvimento cognitivo. Sem o conhecimento são   verdadeiras massas de manobra.

Paulo Freire, o “Patrono da Educação”, a meu ver não é merecedor de tão honroso título, defendido por tantos, porém sem ser realmente conhecido pela maioria. Sem medo de errar: grande parte dos professores não conhecem Paulo Freire, alguns sequer leram sua biografia, ignoram a face oculta da história. Triste constatação, mas é a realidade.  Doutrinou perfeitamente, e seus doutrinados foram cumprindo à risca seus ensinamentos, para hoje termos uma educação totalmente deteriorada. Só não enxerga que não quer.

Paulo Freire não criou uma proposta de ensino; criou um manifesto político, por meio do qual as crianças tornaram-se desobedientes de formas diferentes:  rejeitando a autoridade, desprezando o conteúdo e valorizando o ativismo, e passando a ver os pais como opressores.

Na Pedagogia do Oprimido a alfabetização foi relegada a segundo plano; o objetivo era transformar o aluno em agente social de mudança. O aluno não precisava aprender, mas sim combater, questionar e resistir. Pai, professor, patrão eram chamados de opressores. Disciplina virou opressão, o erro foi normalizado. O aluno é ensinado a fazer tudo por militância; a sala de aula virou espaço de luta. A família começou a ser vista como estrutura opressora, os pais como problemas e a escola como ferramenta para a revolução cultural. Mas, que revolução é essa se a cada dia mais cresce o número de analfabetos funcionais, verdadeira massa de manobra, incluindo jovens professores que já chegam completamente doutrinados?

Paulo Freire foi um atraso ao desenvolvimento das potencialidades. Não precisa ser intelectual para perceber o estrago que fez à nação brasileira. Sua pedagogia não consiste num método de ensino, mas na defesa de uma educação instrumentalizada para formação de militantes revolucionários. E mais: o Brasil é o único país do mundo em que o pensamento de Paulo Freire teve profunda penetração política.

 

 

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal.

 

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