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BLOG

Ana Maria Dalsasso
Educação

É Professora de Comunicação. Formada em LETRAS – Português/Inglês e respectivas Literaturas, Pós-graduada em Metodologia do Ensino pela Universidade Federal de SC - UFSC, cursou a primeira parte do Doutorado em Educação pela Universidade de Jáen na Espanha, porém não concluiu. Atua na área da Educação há mais de quarenta anos. Em sua trajetória profissional, além de ministrar aulas, exerceu a função de Diretora de Escola Pública, Coordenadora Pedagógica da Escola Barriga Verde, Pró-Reitora de Ensino de Graduação do UNIBAVE/ Orleans. Dedica parte de seu tempo livre com trabalhos de Assistência Social e Educacional, foi membro do Lions Clube Internacional por longos anos, hoje faz parte da AMHO – Amigos do Hospital, além de outros trabalhos voluntários na comunidade e seu entorno. Revisora de trabalhos acadêmicos: Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.

 Tecnologia e Saúde Mental. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso11/11/2024 14h11
Foto/Ilustrativa

A relação entre tecnologia e saúde mental é um tema que vem ganhando destaque nas discussões contemporâneas. Em um mundo cada vez mais conectado, onde smartphones, redes sociais e aplicativos de saúde são partes do cotidiano, surge a questão: quais as vantagens e desvantagens da tecnologia para a saúde mental? Essa indagação requer uma análise profunda e constante sobre os impactos positivos e negativos que a tecnologia pode ter em todos os aspectos de nossa vida, mas em especial nosso bem-estar psicológico.

Por um lado, a tecnologia pode ser vista como uma aliada na promoção da saúde mental. Aplicativos de meditação, programas de terapia online e comunidades virtuais de apoio têm se mostrado ferramentas eficazes para muitas pessoas. Esses recursos oferecem acesso a informações, suporte emocional e estratégias de enfrentamento, especialmente para aqueles que podem ter dificuldade em buscar ajuda presencial. Além disso, a telemedicina tem se tornado uma opção viável, permitindo que indivíduos recebam atendimento psicológico de profissionais qualificados sem as barreiras geográficas e temporais que muitas vezes dificultam o acesso a esses serviços.

Entretanto, a tecnologia também apresenta desafios significativos. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos e a exposição constante às redes sociais pode levar a um aumento da ansiedade, depressão e solidão. A comparação social exacerbada, impulsionada por imagens idealizadas e vidas aparentemente perfeitas compartilhadas online, pode gerar sentimentos de inadequação e estresse. Além disso, a sobrecarga de informações e a pressão para estar sempre disponível podem resultar em um estado constante de alerta, dificultando o descanso e a desconexão necessários para a saúde mental.

Outro aspecto a ser considerado é a questão da privacidade e da segurança dos dados. Com o aumento do uso de aplicativos que coletam informações pessoais relacionadas à saúde, surgem preocupações sobre como esses dados são utilizados e protegidos. A falta de regulamentação adequada pode levar a situações de vulnerabilidade, em que informações sensíveis são expostas ou mal utilizadas, gerando ainda mais estresse e ansiedade.

Portanto, a tecnologia não pode ser rotulada de maneira simplista como aliada ou rival da saúde mental. Ela é uma ferramenta que pode ser utilizada de forma construtiva ou prejudicial, dependendo de como é aplicada na vida cotidiana. A chave está na conscientização e no uso equilibrado da tecnologia. É essencial promover uma educação digital que capacite os indivíduos a utilizarem essas ferramentas de maneira saudável, reconhecendo tanto seus benefícios quanto suas limitações.

Assim sendo, a relação entre tecnologia e saúde mental é complexa. Para que a tecnologia torne–se uma verdadeira aliada no cuidado da saúde mental, é fundamental que haja um diálogo aberto sobre seus impactos, promovendo práticas que incentivem o uso consciente e responsável. É preciso, com responsabilidade, transformar desafios em oportunidades, utilizando a tecnologia como um recurso valioso no fortalecimento do bem-estar psicológico.

 

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Como incentivar a prática de leitura entre os jovens. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso28/10/2024 14h00
Foto/Reprodução

A leitura é uma habilidade fundamental que abre portas para o conhecimento, a imaginação e o desenvolvimento pessoal. No entanto, em um mundo cada vez mais dominado por tecnologias digitais e conteúdos instantâneos, a prática de leitura entre os jovens tem enfrentado desafios significativos. Para reverter esse cenário e cultivar o hábito da leitura, é essencial adotar estratégias que tornem os livros mais acessíveis, atrativos e relevantes para essa faixa etária.

Uma das primeiras estratégias a ser considerada é a promoção de ambientes agradáveis e inspiradores para a leitura. Bibliotecas e escolas podem desempenhar um papel crucial ao criar espaços acolhedores, equipados com uma variedade de gêneros literários que atendam aos interesses dos jovens. Além disso, a realização de atividades como clubes de leitura e oficinas literárias pode estimular a troca de ideias e experiências, tornando o ato de ler uma atividade social e interativa. Quando os jovens se sentem parte de uma comunidade de leitores, a leitura deixa de ser uma tarefa solitária e se transforma em uma experiência compartilhada.

Outra abordagem importante é a diversificação das obras literárias oferecidas. É fundamental apresentar aos jovens livros que reflitam suas realidades, preocupações e interesses. Autores contemporâneos que abordam temas relevantes, como identidade, diversidade, tecnologia e questões sociais, podem captar a atenção dos jovens e incentivá-los a se engajar na leitura. Além disso, a inclusão de obras em formatos variados, como contos e literatura juvenil, pode facilitar o acesso e a identificação com a leitura, tornando-a mais atrativa.

A utilização de recursos tecnológicos também pode ser uma aliada no processo de incentivo à leitura. Aplicativos de leitura, audiobooks e plataformas digitais oferecem novas formas de consumir literatura, permitindo que os jovens explorem diferentes formatos e estilos. Além disso, as redes sociais podem ser utilizadas como ferramentas para promover a leitura, com campanhas que incentivem a partilha de resenhas, discussões sobre livros e desafios literários. Ao integrar a leitura ao cotidiano digital dos jovens, é possível torná-la uma parte natural de suas vidas.

Por fim, é essencial envolver os pais e educadores na promoção da leitura. A formação de mediadores de leitura, que possam compartilhar suas experiências e recomendações, é uma maneira eficaz de criar um ambiente propício ao hábito de ler. Incentivar os pais a lerem para seus filhos desde cedo e a dialogarem sobre livros pode estabelecer uma cultura familiar que valoriza a literatura. Nas escolas, a formação continuada de professores para que possam trabalhar a leitura de maneira dinâmica e criativa é fundamental para despertar o interesse dos alunos.

Assim sendo, incentivar a prática de leitura entre os jovens requer uma abordagem multifacetada que considere suas realidades e interesses. Criar ambientes inspiradores, diversificar as obras literárias, utilizar recursos tecnológicos e envolver pais e educadores são caminhos que podem contribuir significativamente para cultivar o hábito da leitura. Ao promover uma cultura de leitura, estaremos não apenas enriquecendo a vida dos jovens, mas também preparando-os para se tornarem cidadãos críticos, criativos e bem informados em um mundo em constante transformação.

 

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Professor e criança no contexto social. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso14/10/2024 14h24
Foto: iStock/Divulgação/

Outubro é um mês repleto de comemorações, sendo duas de extrema importância por estarem interligadas e representarem o alicerce da sociedade: a Criança e o Professor. De um lado um ser em formação com o compromisso de gerir o futuro da sociedade; do outro, um profissional com a responsabilidade de capacitar todos os outros profissionais para a construção de um mundo mais feliz e esclarecido.

A criança, o maior patrimônio da família, busca na escola seu crescimento intelectual e pessoal tendo o professor como referência na construção de sua autonomia e liberdade; ao professor cabe o compromisso de fazer a transição da criança para o mundo orientando, mediando, motivando, fazendo a gestão da aprendizagem de forma prazerosa e transformadora. À família cabe a responsabilidade de prepará-la para a inserção na sociedade, pois é na infância que começa a preparação do seu caráter. Com sua ida à escola desde a tenra idade, ao professor cabe a extrema responsabilidade de, em parceria com a família, conduzir as ações para a formação do cidadão integral, uma vez que os sete primeiros anos de vida são os mais decisivos na formação do caráter. É essa a melhor fase para despertar na criança a responsabilidade social. É aqui que se começa a formar o cidadão comprometido com o mundo que o cerca.

O professor deve ser a maior fonte de conhecimentos dentre todas as profissões, porque tem o poder de formação da sociedade. Ele induz o aluno ao raciocínio integrando-o ativamente na sociedade.  A ele cabe o compromisso de gerar sonhos nas mentes de seus educandos, despertando neles o interesse para concretizá-los. Para isso, é preciso ir além dos conteúdos, levando o estudante a questionar, inovar, a desenvolver e a procurar respostas para as perguntas que o mundo traz. É urgente que se formem seres humanos inovadores e criativos dispostos a colaborar para um mundo melhor. A influência de um professor vai muito além dos muros da escola… Ultrapassa barreiras inenarráveis.

A criança é a prolongação da espécie humana. Ela é a forma como o ser humano começa a fazer parte da sociedade, por isso a importância de bem formá-la, caso contrário serão problemas no meio em que estarão inseridas. Uma boa educação infantil não se faz só pensando no futuro da criança, mas sim no futuro do país. E a condução desse processo é compromisso da família e do professor. Vive-se momentos conturbados na sociedade: valores morais e éticos enfraquecidos, uma luta incessante na busca do ter em detrimento do ser, famílias desestruturadas, vícios, rancor, libertinagem, ausência de fé, egoísmo, tragédias planejadas… O mundo está caminhando na contramão da paz.

Diante do exposto questiona-se:  PROFESSOR, será que você está cumprindo sua missão com integridade? Tem consciência da grandiosidade da missão que exerce? Faz valer cada minuto passado ao lado das crianças? Lembre-se: cada aluno é um terreno fértil, preparado, pronto para receber a semeadura e frutificar, mas tudo precisa ser feito com muito amor, cuidado, responsabilidade. E vocês PAIS, que valores acrescentam à vida de seus filhos no dia a dia deles? Vocês são parceiros da escola ou nem sabem quem o professor deles? Tiram tempo para conversar com eles? Arranquem-nos do celular, da televisão e vivam momentos inesquecíveis. Lembrem-se: o tempo passa muito rápido e vocês se arrependerão pelos momentos não vividos com suas crianças.

Registro aqui meus cumprimentos a todos os PROFESSORES pela passagem de seu dia, lembrando-lhes que a matéria-prima do seu trabalho é o maior presente de Deus e deve ser trabalhada com esmero. Aos PAIS que curtam seus filhos, não só no dia da criança, lembrando que não precisamos dar a eles tudo o que querem, mas sempre devemos dar o que consideramos conveniente para torná-los seres humanos felizes e responsáveis.

PARABÉNS A TODOS OS PROFESSORES E CRIANÇAS DE NOSSO BRASIL!

 

 

 

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A dor da perda da mãe. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso01/10/2024 17h41

Meu espaço hoje será para compartilhar as palavras da adolescente Maria Letícia, 14 anos, no sepultamento de sua mãe, uma jovem de 38 anos que, em três meses, perdeu a batalha contra um câncer. Com maturidade e equilíbrio emocional surpreendente, a menina levou aos prantos um grande número de pessoas presentes ao velório, inclusive eu.

Passados já alguns dias, pedi a Maria Letícia permissão para publicar suas palavras. Ela gentilmente concordou. Abaixo, com as devidas correções gramaticais, o depoimento segue na íntegra, com o título por ela dado.

 “PARA SEMPRE MINHA ESTRELINHA”

Mãe, antes de você partir sua última frase para mim foi: “filha, não culpe Deus, não fique brava com Ele, e nem perca essa fé linda que você tem”.

Hoje eu entendo que um pai sempre quer o melhor para sua filha, e o nosso Pai a quis perto Dele.  Tirou a dor e o sofrimento que há três meses a incomodava. Deus levou minha mãe porque há muito tempo os céus esperavam o retorno de um dos seus anjos mais belos. Seus braços agora são asas que, tenho certeza, me confortarão nos momentos de sofrimento e  seu coração uma linda estrela, a mais brilhante de todas as noites. É assim que eu a imagino quando olhar para os céus com o coração apertado de saudades, mas também com orgulho de ter tido você  como mãe.

Mãe, pedir para você ficar seria egoísmo de minha parte, pois o sofrimento pelo qual passavas era uma cruz tão pesada que você não estava mais conseguindo carregar. Tanto a dor física, quanto a dor de não poder estar junto das pessoas que amava.  Sei que estarás me olhando lá do céu e eu estarei aqui fazendo de tudo para que você sinta orgulho de mim.

Este não é um adeus para sempre, mãe. É apenas um “até já”. Temporariamente deixaremos de nos ver, de nos falar, mas dentro de meu coração sua voz jamais deixará de ser ouvida. Mesmo longe sempre sentirei seus braços de amor em um intenso abraço, como sempre me davas, e às vezes de tanta “gana” me davas várias mordidas e beliscões.

Mãe, pode ficar tranquila que nunca deixarei só o nosso “picareta” (irmãozinho). Prometo cuidar dele com todo carinho e dedicação que você sempre demonstrou por nós. Sua memória será como um tesouro que guardarei no mais profundo do meu coração. Você foi mais que uma mãe. Foi inspiração, exemplo de amor e bondade.

Querida mãe, espero de coração que você tenha vivido uma vida feliz e sem arrependimentos. Com certeza irei sentir saudades suas todos os dias, e não importa o tempo que passar, sua ausência sempre me trará saudades. Sabe mãe, sempre vai doer, mas o tempo cura e Deus   também.

Nossas brigas não eram frequentes, mas às vezes aconteciam. Agora percebo que era apenas resultado do amor intenso que compartilhávamos.  Eu costumava pegar suas roupas, não apenas porque queria me sentir mais próxima de você, mas também porque tinham seu cheiro, o seu toque. Hoje essas roupas serão tesouros que guardarei com carinho.

Mãe, acho que aquela sua frase que brincávamos “eu acho que não vou viver o bastante para ver você com um namoradinho”, hoje tem um sentido diferente. Queria ter você na minha festa de 15 anos para comemorarmos a minha vida e a sua. Já tinha até preparado uma homenagem pra ti, mas acho que Deus não quis que escutasses. Queria você aqui na minha formatura, afinal este é o último ano do ensino fundamental. E agora, quem vai fazer minha maquiagem, escolher minha roupa?

Queria tanto você no meu casamento, quando eu crescesse, para eu te contar sobre os filhos que queria ter, os quais você falava que iria estragar e com eles   gastaria toda sua aposentadoria. Queria tanto você aqui para “maratonarmos”, para conversar sobre um menino que achei bonitinho, ou fofocas de pessoas que você nem conhece.

Mãe, me dói tanto saber que não sentirei mais teu cheirinho, teu toque, teu carinho; me dói pensar que poderei esquecer tua voz; me dói não escutar mais aquela sua gostosa risada, a mais bela do mundo. Às vezes nem tinha piada ou motivos para rir, mas você sorria, dava gargalhadas.  Dói tanto saber que seu último “eu te amo” foi de longe; dói tanto saber que fiz tão pouco para te ajudar quando estavas doente; dói demais pensar que às vezes não fui a filha perfeita para você. Me dói tanto, tantas coisas…

Te amo para sempre minha estrelinha, a mais linda e brilhante. Agora enfrentaremos a vida sem sua presença física, mas saiba que sua luz continuará a brilhar em nossas vidas: na minha, do meu irmão, de teu esposo, de suas amigas, e de seus queridos alunos. Você era muito amada por todos.

Com amor eterno, sua filha Maria Leticia.”

 

 

 

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