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Ana Maria Dalsasso Educação
É Professora de Comunicação. Formada em LETRAS – Português/Inglês e respectivas Literaturas, Pós-graduada em Metodologia do Ensino pela Universidade Federal de SC - UFSC, cursou a primeira parte do Doutorado em Educação pela Universidade de Jáen na Espanha, porém não concluiu. Atua na área da Educação há mais de quarenta anos. Em sua trajetória profissional, além de ministrar aulas, exerceu a função de Diretora de Escola Pública, Coordenadora Pedagógica da Escola Barriga Verde, Pró-Reitora de Ensino de Graduação do UNIBAVE/ Orleans. Dedica parte de seu tempo livre com trabalhos de Assistência Social e Educacional, foi membro do Lions Clube Internacional por longos anos, hoje faz parte da AMHO – Amigos do Hospital, além de outros trabalhos voluntários na comunidade e seu entorno. Revisora de trabalhos acadêmicos: Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.
Escola e Família. Por Ana Maria Dalsasso
Com a aproximação do início de mais um ano letivo faz-se necessária uma reflexão sobre a inevitável parceria entre escola e família, uma vez que esta é o alicerce da sociedade, a outra é a extensão da família.
É impossível pensar o bom desempenho de uma escola sem considerar que a família é a base de toda educação e formação, pois é a representação mais influente no desenvolvimento da personalidade da criança, mesmo com as mudanças que vem enfrentando no contexto social, econômico e formação. A escola, por sua vez, é o instrumento da educação que enfrenta desafios e tem como compromisso fazer a criança crescer como ser humano e escrever sua própria história. Assim, a ação de educar e ensinar deve ser compromisso compartilhado entre a família e escola.
De acordo com o Art. 205 da Constituição Federal “A educação é um direito de todos, bem como dever do Estado e da própria família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração de toda a sociedade, para o desenvolvimento pleno da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
A lei afirma que a educação é um dever do Estado e da família, promovida e incentivada pelos segmentos sociais, porém o que temos visto muitas vezes é a família terceirizando para a escola toda a responsabilidade da educação dos filhos. Por acomodação ou por falta de tempo, foge à responsabilidade esquecendo que a criança é um ser humano com necessidades a serem supridas, precisando de orientação, de carinho, de amor, de bons exemplos, incentivos para que construa um caráter com bases sólidas. Por mais que o mundo evolua, por maiores que sejam os avanços tecnológicos, as relações humanas, raízes responsáveis pela formação do caráter, não mudam jamais
Assim, família será sempre família, e tem o compromisso de ser família educadora, porque os filhos precisam de pais que lhes mostrem a direção, com disciplina e apoio para crescerem e amadurecerem, tornando-se cidadãos independentes e autônomos. A família precisa ter tempo para os filhos, e nesse tempo inclui-se a escola. Hoje as crianças estão indo cada vez mais cedo para a escola e lá permanecerão até a idade adulta. A escola não pode assumir sozinha a obrigação de educar e ensinar, pois seu compromisso maior é ensinar, levando a todos o maior saber possível, para que o saber adquirido aliado aos valores transmitidos pela família, formem o cidadão integral, o ser humano na essência da palavra.
Então, se a família é responsável pela educação dos filhos tanto quanto a escola, é preciso que sejam parceiras para que o trabalho aconteça. Mas, para isso há necessidade de se estabelecer princípios e critérios para que os objetivos sejam atingidos. A escola não educa sozinha, mesmo que fizesse o maior esforço do mundo. A participação dos pais na vida escolar da criança é fundamental, pois juntos, família e escola, desempenharão o papel de educadores.
Assim sendo, é preciso haver cumplicidade: pais valorizando o contato com a escola e a escola recebendo com prazer os pais, porque as crianças precisam de direção, apoio e ânimo para crescer e amadurecer. Vale lembrar que a maior responsabilidade cabe à família, porque filho é para sempre e aluno é temporário.
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Respeito. Por Ana Maria Dalsasso.
De origem latina, a palavra respeito significa “atenção” ou “consideração”. É um dos valores inerentes ao ser humano, porém ausente na sociedade atual. Viver esse valor significa reconhecer que o ser humano tem direitos e deveres a serem cumpridos para que haja paz, harmonia, igualdade social.
Infelizmente, vivemos hoje uma inversão de valores ímpar; parece que o não cumprimento das obrigações é a regra do jogo. Assistimos pacificamente aos desmandos políticos, à desobediência às leis, ao abuso do poder, à impunidade, barbaridades, que geram a violência e infelicidade nos seres humanos.
A falta de respeito é a maior causadora dos problemas na sociedade. Está em todos os lugares: nos lares, nas escolas, nas ruas, nos consultórios, nas autoridades, nos governantes, no meio ambiente… Toda vez que deixamos de cumprir nossas obrigações e cobrar nossos direitos como pais, profissionais, alunos, responsáveis por instituições, representantes do povo, estamos contribuindo para a desagregação social. Sempre que somos coniventes com os erros do outro, que desobedecemos um sinal de trânsito, deixamos de educar um filho, um aluno, não cumprimos o que falamos, não respeitamos horários, furamos uma fila, jogamos lixo na natureza, traimos alguém, colocamos o favorecimento pessoal em detrimento do coletivo, enfim tantos outros delizes, estamos sendo cidadãos desprovidos do grande valor chamado: respeito. E onde não há respeito o bem-estar inexiste… É como se fosse uma terra de ninguém, um barco à deriva, um avião sem comandante, uma sociedade em desarmonia.
O que fazer então, para que se restabeleça a vivência desse valor tão essencial à sobrevivência humana? Só existe uma saída: educação! Precisamos educar as pessoas para o exercício da cidadania, mas isso só se faz com mudanças. É preciso mudar a mentalidade, ter atitude, exercitar e usar o emocional paralelamente ao racional , ressignificar a educação como um todo.
Temos de buscar urgente uma saída: por nossos filhos, pela família, pela Pátria, pelo meio ambiente, por uma sociedade melhor. É lamentável que em pleno século XXI, era em que o progresso domina desenfreadamente o mundo, tenhamos seres humanos que agem de forma tão irracional. E essa forma de viver desregradamente manifesta-se no desamor à família, no desrespeito à própria vida e à do próximo. Falta educação ao nosso povo.
Nosso país é o melhor país para se viver: é rico, alegre, hospitaleiro. Por que não contribuirmos para que seja cada vez melhor, espalhando o perfume da boa educação, vivendo os valores imutáveis da sociedade como: dignidade, ética, responsabilidade, mas acima de tudo RESPEITO, por si e pelo outro? E isso é tão fácil… Basta querer!
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Linguagem Neutra. Por Ana Maria Dalsasso
É possível que ao expor meu ponto de vista sobre o assunto que dá título a este artigo, eu vá provocar alguma encrenca por divergências de opinião, mas, com base na liberdade de pensamento e expressão, justifico minha contrariedade a este absurdo que estão querendo impor à Língua Portuguesa: uma verdadeira destruição ideológica do idioma.
Vem ganhando espaço debates sobre a inclusão da linguagem neutra nos currículos escolares, no entanto percebe-se resistência por grande parte das comunidades escolares, nas quais me incluo, porque é claro que trará transtornos no ensino e aprendizagem. A criança não conhece outra orientação sexual que não seja o masculino e feminino, e expô-la a algo que foge ao seu entendimento seria um crime. A diversidade da sexualidade, e tantas outras que a vida apresenta, ela terá tempo suficiente para familiarizar-se na sua trajetória de vida. Cada coisa no seu tempo. É preciso respeitar o tempo da criança.
Não é novidade que o ensino da leitura, escrita e interpretação é deficitário em todos os níveis de ensino. As estatísticas de exames têm trazido à tona a carência de conhecimento não só em língua portuguesa, mas em todas as áreas de conhecimento. Se o domínio da língua oficial é deficitário, como propor o uso de uma escrita através de simbolismos estranhos? Na minha opinião é ridículo e desprezível…
Assunto polêmico e que deve preocupar pais, escolas, sociedade como um todo, pois há uma insistência e interferência de ministros do STF querendo também legislar para as escolas. Um absurdo… A educação não é competência da mais corte do país; a eles compete manter a ordem promovendo a harmonia na nação. Aliás, que há muito não fazem… Mas, sob a alegação de que a linguagem neutra assegura o direito à igualdade sem discriminação insistem na implantação desta aberração. É preciso que as instituições educacionais se posicionem e impeçam o pior. A educação dos nossos filhos é sagrada e precisa ser preservada. Não permitamos que fatores alheios interfiram no processo educacional de nossas crianças.
Falaremos mais sobre ao assunto em outro momento, mas sugiro que cada um procure se informar em sua escola, com professores, autoridades educacionais enfim, fique atento e participe dos destinos da sua comunidade escolar.
Enfim, aderir à ideia da linguagem neutra é desconstruir a bela e culta Língua Portuguesa. Se eu pudesse perguntaria aos ministros: é legal em nome da inclusão dos indefinidos, roubar o direito dos definidos que são maioria?
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Resiliência Humana. Por Ana Maria Dalsasso
Talvez nunca tenhamos escutado tanto a palavra resiliência como nos últimos tempos. E quem sabe, este momento que se inicia um novo ano seja o mais propício para fazermos uma reflexão sobre o tema, uma vez que esta é a época de reavaliarmos as ações que desenvolvemos, para traçarmos novos planos. E nesta autoavaliação nossa consciência dirá se somos ou não resilientes. Se não somos, precisamos desenvolver essa habilidade, possível e necessária a qualquer ser humano nestes tempos de mudanças desenfreadas, independente de faixa etária.
Resiliência é a capacidade de o ser humano enfrentar desafios, pressões, obstáculos, traumas, tragédias e tantas outras situações adversas que surgem todos os dias na vida, mantendo o equilíbrio, encontrando soluções para lidar com os problemas, encarando as dificuldades como passageiras, e sendo flexível para adaptar-se às mudanças. O que passou não pode ser mudado, mas o “aqui e agora” requer de cada um a habilidade de se adaptar a novas situações, buscar alternativas para superar os traumas, pois o tempo não para e ninguém ficará juntando os cacos do outro. A vida continua e dá novas oportunidades, mas está dentro de cada um a força de recomeçar e ser feliz. Ela é cheia de dificuldades, submetendo todos a desafios constantemente: a perda de emprego, uma doença, um acidente, fim de um relacionamento, a morte de um ente querido, um roubo, enfim, de uma forma ou de outra todos são testados sempre, às vezes castigados até, mas tudo precisa ser administrado. Por pior que seja a situação vivida, é preciso passar por cima encarando os fatos e buscando um novo caminho. Fechar um capítulo e começar escrever outro. A vida é um desafio constante para todos, mas se fosse tudo fácil não teria tanto sentido. A beleza do encontro reside exatamente nas lutas pela procura.
Mas, como desenvolver e utilizar a grande virtude chamada resiliência? O primeiro passo para ser resiliente é ser otimista e reescrever a própria história após as adversidades da vida; adaptar-se às mudanças; vislumbrar uma nova realidade; ser flexível e aprender a lidar com os imprevistos do caminho, pois nem sempre o vento é favorável. É preciso olhar o lado positivo da vida minimizando os problemas e maximizando as coisas boas, porque os ciclos não são permanentes, nada é para sempre. Aprenda a manter o autocontrole diante das tempestades da vida exercitando a paciência, controlando suas emoções, mas, acima de tudo, aprenda a se colocar no lugar do outro.
Enfim, viver num mundo onde tudo muda numa velocidade incrível, ser resiliente é uma habilidade indispensável para vencer desafios, melhorando continuamente para adaptar-se às novas situações, sem permitir que os percalços do caminho impeçam a realização dos sonhos. As dificuldades sempre existirão… Mas, viver é preciso e é maravilhoso demais!
Carlos Drumond de Andrade nos dá um perfeito conceito de resiliência: “A dor é inevitável. O sofrimento, opcional”.