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Ana Maria Dalsasso Educação
É Professora de Comunicação. Formada em LETRAS – Português/Inglês e respectivas Literaturas, Pós-graduada em Metodologia do Ensino pela Universidade Federal de SC - UFSC, cursou a primeira parte do Doutorado em Educação pela Universidade de Jáen na Espanha, porém não concluiu. Atua na área da Educação há mais de quarenta anos. Em sua trajetória profissional, além de ministrar aulas, exerceu a função de Diretora de Escola Pública, Coordenadora Pedagógica da Escola Barriga Verde, Pró-Reitora de Ensino de Graduação do UNIBAVE/ Orleans. Dedica parte de seu tempo livre com trabalhos de Assistência Social e Educacional, foi membro do Lions Clube Internacional por longos anos, hoje faz parte da AMHO – Amigos do Hospital, além de outros trabalhos voluntários na comunidade e seu entorno. Revisora de trabalhos acadêmicos: Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.
A língua é a alma de um povo. Por Ana Maria Dalsasso
Na semana anterior conversamos aqui sobre a importância do uso correto da língua, pois através dela, falada ou escrita, revelamos nossos pensamentos, nosso nível cultural, nossa capacidade de adaptação, nossa forma de ser e ver o mundo. Dominar o idioma não é apenas uma necessidade, mas um dever cívico de todos. Daí o compromisso e a responsabilidade de todo usuário com o que escreve, tanto com o conteúdo quanto com as normas gramaticais.
Fazendo essa breve introdução quero hoje falar do uso indevido e indiscriminado da língua nas redes sociais. A internet veio para facilitar a vida de todos, pois a comunicação que outrora era de difícil acessibilidade, hoje escancarou as portas para o mundo. As pessoas são informadas pelas mais variadas formas, bastando apenas a habilidade de selecionar o que agrega conhecimentos, levando-nos ao crescimento, e descartando as desinformações que desagregam. E aí reside o grande problema da internet, pois muitos ignoram os limites entre o bem e o mal no seu uso. Mas, não falaremos disso hoje. Ficará para um outro dia. O assunto hoje é o mau uso da língua, onde a ausência das regras gramaticais, os erros ortográficos, a sequência lógica, concordância maculam a bela e culta língua portuguesa.
Já comentei que a língua que falamos, tanto pode nos abrir quanto fechar portas. Todos sabemos que hoje empresas mantém-se atentas às redes sociais, tanto para contratar quanto acompanhar a vida de seus colaboradores lá fora. Ficamos fragilizados quando expomos demasiadamente nossas vidas nas redes sociais, por isso muito cuidado.
Deparamos diariamente com erros absurdos, até mesmo por parte de cidadãos letrados, que erram nos detalhes, o que os torna ridículos. Por isso, resolvi resgatar alguns escritos que tenho e, acrescentando outros, deixar algumas dicas interessantes. Fuja de situações que comprometem seriamente a comunicação.
Hoje vamos explorar o verbo “haver” que coloca os desatentos em maus lençóis diariamente. Quem nunca teve dúvida se usa “nada haver” ou “nada a ver” quando quer determinar a incoerência entre dois objetos, dois assuntos, duas situações diferentes? Lembre-se: o verbo “haver” no sentido de existir, nada tem “a ver” com a forma que vem sendo usado. Exemplificando: “Deve haver preocupação com o uso correto da língua, pois o idioma não tem nada “a ver” com nossa displicência ao escrever”. Entendeu?
Mas, não é apenas nessa situação que o tal verbo complica a vida da gente. Mais gritante ainda é a dúvida “houve” ou “houveram”? O verbo “haver” quando empregado no sentido de existir ou indicando tempo decorrido, é impessoal, portanto, não tem sujeito e é sempre usado no singular. Portanto: “ Houve momentos que quase desisti da caminhada”.
Mais uma cilada do verbo “haver”. Usa-se “Há alguns anos atrás” ou “Alguns anos atrás”? Neste caso o verbo “haver” está indicando tempo decorrido (Faz alguns anos) e não admite o uso do advérbio “atrás”. Então, escreve-se: “Há alguns anos” ou somente “Alguns anos atrás”.
É bom lembrar também “há” ou “a” como expressão de tempo. “Há” indica passado e “A” indica futuro ou distância: “Cheguei há alguns minutos, mas partirei daqui a pouco”.
Fica a dica: “Use e abuse do idioma; ele é nosso. Mas, faça-o com responsabilidade e respeito para ganhar credibilidade do mundo que te cerca”.
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Ler … Pensar… Escrever. Por Ana Maria Dalsasso
Em toda minha trajetória profissional, como professora de Língua Portuguesa, sempre encarei o grande desafio de, no primeiro dia de aula, ouvir dos acadêmicos, um tanto tímidos, a impactante frase: “odeio Português, professora, mas nada contra a senhora”! E a queixa sempre a mesma: são as regras e convenções que a língua impõe, como qualquer outra.
Preocupada, mas convicta do meu compromisso como mediadora de conhecimentos, juntava-se a responsabilidade de despertar o gosto e o interesse pelo aprendizado da língua, nosso grande patrimônio. Primeiro grande desafio é conscientização de que quando falamos, revelamos mais do que o nosso pensamento; revelamos também quem somos socialmente, isto é, nosso nível cultural, nossa posição social, nossa capacidade de nos adaptar em certas situações, nossa timidez, enfim, nossa forma de ser e de ver o mundo. Por isso, a língua que falamos, tanto pode nos abrir quanto fechar portas. É preciso ter comprometimento com o que escrevemos, tanto com o conteúdo quanto com as normas gramaticais. Praticar o português correto em qualquer situação não é apenas um compromisso, mas uma necessidade, pois tudo em nossa vida envolve comunicação, tanto oral quanto escrita. A língua se aprende moldando-a corretamente ao nosso cotidiano.
Mas, qual o melhor caminho para isso? Só há uma resposta: LEITURA.
A leitura é o caminho para aprimorar a comunicação. Ler é fundamental para o ato escrever, porque para dominar a escrita precisa-se antes saber ler e pensar. Pensamos, registramos nossos pensamentos por meio da escrita e interpretamos a escrita pela leitura. Assim, a leitura enriquece nosso vocabulário, dá-nos poder de argumentação, clareza e eficiência na exposição das ideias. E aqui quero registrar uma frase, pela qual sou apaixonada, e que sempre usei para iniciar minhas aulas: “escrever é vestir os pensamentos com a roupagem das palavras facilitando o acesso de outros indivíduos às suas ideias”.
Portanto, tenha um livro sempre ao seu alcance… Leia também textos na internet, revistas, notícias etc. Leia algo todos os dias, nem que seja uma página apenas. Habitue-se a consultar o dicionário sempre que deparar com um vocábulo novo. Houve uma época (antes da chegada da internet) que eu orientava meus alunos enfatizando que em cada casa e em cada sala de aula de aula, na mesa do professor, um dicionário era material obrigatório. Tente aprender pelo menos uma palavra nova por dia, converse com pessoas diferentes, escreva todos os dias, faça palavras cruzadas, instale jogos de palavras no seu celular, use sinônimos para evitar ser repetitivo, leia e releia o que escreve antes de publicar. Pense e repense antes de falar, de se expor publicamente para evitar o ridículo.
Lembre-se: “a preguiça mental e a falta do hábito de leitura são os males da comunicação”.
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O seu voto importa. Por Ana Maria Dalsasso
Estamos a poucos dias de um grande evento nacional, talvez um dos mais importantes da história, por isso precisamos tomar consciência de nossa participação neste processo, pois nos é dado o direito de usufruir nossa liberdade usando a maior arma que temos: o voto. Porém, este direito vem imbuído de grande responsabilidade.
Votar é uma oportunidade que nos é dada para termos o país que queremos, pois por meio do voto entregamos os destinos dele nas mãos das pessoas que nos representarão. É como assinar uma procuração em branco e confiarmos aos eleitos a terra em que vivemos e, queremos vê-la rica, próspera, evoluída, abençoada para que as futuras gerações possam aqui viver felizes. Exercer o direito do voto é uma forma de exercermos nossa cidadania. Assim o fazendo, estamos participando da construção do país, devendo fazê-lo com responsabilidade, lembrando sempre que o voto é individual, mas refletirá na sociedade. E não queiramos nos abster da culpa dizendo “meu voto não muda nada”, porque cada voto impacta sim. Passou o tempo em que éramos alienados pela falta de informação do que acontecia no meio político. Hoje a internet escancarou as portas com informações que nos tiraram da obscuridade, apesar das chamadas “fakes news”, porém é preciso que se desenvolva a habilidade de analisar o que nos chega e buscar fontes que comprovem a veracidade. Não nos esqueçamos: “conhecimento e voto têm poder”.
No primeiro turno percebemos o elevado número de abstenções, votos nulos, brancos…. Muitos estão desencantados com os políticos, não acreditam em mais ninguém, perderam a esperança. O que mais se ouve: não voto em ninguém, vou viajar, prefiro pagar a multa, vou anular meu voto, só voto se me pagarem, não gosto de nenhum candidato…. Agindo assim não estamos valorizando o direito de votar, uma conquista tão sofrida de nossos antepassados. Alegram-se os políticos oportunistas, pois quanto menos votantes, menos votos serão necessários para a vitória.
É pelo voto que o poder de governar e fazer leis se origina, devendo, portanto, ser bem pensado, consciente e inteligente. Embora desencantados com a crise política, é preciso que participemos do processo eleitoral. Muitas vezes nos decepcionamos com nossas escolhas, mas não podemos fugir a esse compromisso para o exercício da cidadania. Está difícil escolher alguém. É possível que não encontremos o candidato com o perfil que gostaríamos, mas vamos procurar aquele que mais se aproxima do ideal. É decepcionante termos que dizer isto, mas é a realidade: “escolha o menos pior”.
Como diz o grande Alexandre Garcia: “o voto é uma semente que pode gerar o bom ou mau político, por isso tem de ser consciente e inteligente”. Assim, é preciso que semeemos com qualidade para que a colheita seja produtiva.
Por nossos filhos, netos e todas as gerações futuras, não nos omitamos!
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Inversão de Valores. Por Ana Maria Dalssaso
Sou de uma geração que foi educada segundo os princípios norteadores de toda família tradicional: responsabilidade, compromisso, ética, religiosidade (independente de credo), partilha, gratidão, fé, disciplina e, sobretudo, respeito aos pais, à família, aos professores, aos mais velhos, enfim lições que refletem por toda nossa vida, influenciando não só o nosso entorno, mas o mundo todo.
Partindo do princípio de que nosso cérebro é treinado e podemos fazer dele o que quisermos, é importante termos ciência de que o ambiente que frequentamos muda nosso pensamento negativa ou positivamente. Daí nos questionamos: o que temos visto de desmandos, anarquias, atentado ao pudor, desrespeito aos valores familiares, à criança, enfim ao ser humano como um todo, vem de onde? Os jovens de hoje não têm muito mais facilidade de vida do que outrora? Então, por que vemos o caos instalando-se na sociedade?
A educação vinda dos pais deixa marcas indeléveis, mas todo comportamento social será o reflexo da educação que é recebida no decorrer da vida. Assim, reafirmo que o ambiente que frequentamos é o que determina nossos caminhos. A família é a primeira sociedade que a criança conhece e muito cedo vai para a escola, onde passará grande parte de sua vida. Ali deve ser preparada para enxergar o mundo, desenvolver novas habilidades e competências para evoluir. E aqui reside o xis da questão…. Até que ponto nossas escolas estão cumprindo seu papel?
Hoje filhos mandam nos pais, alunos mandam nos professores…. Falta religiosidade, equilíbrio emocional, espiritualidade, respeito. Nos últimos dias temos visto coisas inacreditáveis: invasões em igrejas, espaços públicos, nos meios de comunicação, desacatos a religiosos, insegurança, desmandos…. Um verdadeiro inferno! Nunca imaginei que veria isso.
Nossas universidades estão falidas…. Não financeiramente, mas moralmente. Professores aproveitando o espaço da sala de aula para promover interesses próprios, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias, tirando dos alunos o direito de receber educação moral de acordo com suas convicções. Independente de ideologia política, minha indignação com a recente paralisação da UFSC com viés político partidário. A pandemia trouxe prejuízo incalculável na aprendizagem. O tempo perdido é irrecuperável…. E agora fecham as portas para fazer política? Verdadeira baderna, tirando de quem quer estudar, o direito de fazê-lo. Alguém presenciou durante a pandemia atuação ativa de acadêmicos e da instituição em ajuda humanitária? O que de nobre fizeram para minimizar sofrimentos? O que fazem de social para serem gratos a quem paga seus estudos? São pagos com o nosso dinheiro, têm privilégios incríveis, mas estudar que é bom….
Lamentavelmente, falta equilíbrio moral, emocional e disciplina aos jovens de hoje…. Aos professores (doutrinadores) falta o compromisso com o futuro das gerações, esquecendo que a escola é lugar de semear respeito e aprendizagem, e não ideologias.