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Ana Maria Dalsasso Educação
É Professora de Comunicação. Formada em LETRAS – Português/Inglês e respectivas Literaturas, Pós-graduada em Metodologia do Ensino pela Universidade Federal de SC - UFSC, cursou a primeira parte do Doutorado em Educação pela Universidade de Jáen na Espanha, porém não concluiu. Atua na área da Educação há mais de quarenta anos. Em sua trajetória profissional, além de ministrar aulas, exerceu a função de Diretora de Escola Pública, Coordenadora Pedagógica da Escola Barriga Verde, Pró-Reitora de Ensino de Graduação do UNIBAVE/ Orleans. Dedica parte de seu tempo livre com trabalhos de Assistência Social e Educacional, foi membro do Lions Clube Internacional por longos anos, hoje faz parte da AMHO – Amigos do Hospital, além de outros trabalhos voluntários na comunidade e seu entorno. Revisora de trabalhos acadêmicos: Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.
É preciso valorizar nossa cultura. Por Ana Maria Dalsasso
Outubro, além de conhecido como o “Outubro Rosa”, uma chamada especial às mulheres sobre os cuidados com o câncer de mama que tem ceifado muitas vidas, é um mês repleto de comemorações, algumas das quais podem ser muito bem aproveitadas como apoio pedagógico.
Por curiosidade, busquei algumas fontes e, por incrível que pareça há praticamente um evento de destaque para cada dia letivo, apenas em nível nacional. Uns já conhecidos, outros faz-se interessante tomar conhecimento, uma vez que a escola tem o compromisso de trabalhar a multidisciplinaridade, sem a qual não estará cumprindo as diretrizes curriculares. Vou elencar, por ordem, algumas selecionadas para em seguida expor meu ponto de vista. Em outubro comemora-se: o dia do idoso, dia dos animais, promulgação da Constituição de 1988, luta contra a violência à mulher, dia de segurança e saúde nas escolas, da pessoa com deficiência, dia da leitura, da criança, de Nossa Senhora Aparecida, do professor, conscientização sobre vacinação, dia da democracia, dia do livro, dentre outras. Uma riqueza de ideias que, se bem planejadas e trabalhadas com dedicação, renderão uma aprendizagem significativa da qual o aluno jamais esquecerá.
Essa introdução é para expor algo que me chamou a atenção: o fato de as escolas envidarem esforços para a comemoração de uma cultura que nada tem a ver com nosso país: o tal Halloween, um evento tradicional e cultural, que ocorre em países anglo-saxônicos, especialmente nos Estados Unidos, Canadá Irlanda e Reino Unido. Não faz parte da cultura brasileira, não havendo assim, razão para ficarmos estimulando nossas crianças a comemorarem algo sem o devido embasamento. Que sentido tem cultuar as bruxas em nosso país? Mas, é mania do brasileiro valorizar coisas de outros países, esquecendo as riquezas culturais que aqui temos. Parece que tudo que é do outro, vale mais do que é nosso! Por que não usar o potencial criativo de nossas crianças e jovens para divulgar a cultura deste Brasil tão rico, repleto de belezas, fatos, lendas que desconhecemos? É preciso que ensinemos nossas crianças a incorporarem culturalmente o sentido das coisas. Fazer por fazer de nada adianta.
A pergunta que não quer calar: pedagogicamente como foi desenvolvido o tema Halloween? Que lições foram tiradas? O que agregou ao crescimento pessoal e intelectual do aluno? Gostaria de saber… E que trabalhos foram realizados com as outras tantas datas nacionais acima enumeradas? Quero acreditar que tenham sido exploradas adequadamente.
Assim, é preciso lembrar: a escola não pode perder o foco. Vamos dar um basta à hipocrisia! É preciso resgatar e valorizar a educação incluindo mudança, educando para o pensar com responsabilidades: pedagógica, política e moral, dentro e fora da escola. Vamos pôr um fim ao culto às bruxas; temos coisas mais nobres a serem cultuadas. É compromisso da escola e do professor civilizar a nova geração que irá povoar o mundo. Valorizemos, pois, a cultura do nosso país.
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Como usar filmes em sala de aula. Por Ana Dalsasso
Quando no exercício da docência, e também quando orientava professores em práticas pedagógicas, sempre fiz uso de filmes como ferramenta de ensino por ser um dos meios mais populares de expressão artística no mundo, possibilitando ao aluno um outro olhar sobre o processo de ensino, através do qual pode desenvolver o espírito crítico e ampliar o interesse pelo conhecimento e a pesquisa.
Usar filme, como recurso pedagógico, requer muita preparação dos professores, não podendo ser encarado como um entretenimento ou um passatempo de aula. Se bem preparado tem a capacidade de fazer com que o aluno apreenda mais conhecimento do que uma simples aula expositiva e a aprendizagem será mais significativa e crítica. É uma forma diferente de aprender, dando ao aluno liberdade de pensar e opinar sobre os valores embutidos na história, além de fortalecer o gosto pela arte, o hábito da leitura. Usar o cinema como ferramenta pedagógica é a grande oportunidade de trabalhar a multidisciplinaridade, ou seja, é um projeto de toda a escola, não apenas de um professor. Deve fazer parte dos objetivos traçados em cada disciplina, elaborados em conjunto no início de cada ano letivo, com a participação da coordenação pedagógica.
Como usuária que fui dessa ferramenta maravilhosa, quero aqui compartilhar a maneira como costumava conduzir minhas aulas com uso de vídeos. Todo processo era orientado antes de iniciar o filme. Trata-se de uma dinâmica que aponta três leituras indispensáveis a serem feitas: a globalizante, a concentrada e a funcional.
Na leitura globalizante: levantar pontos positivos e negativos; detectar as ideias principais; o que mudaria no filme.
Leitura concentrada: qual cena mais chamou a atenção (imagem, som, desempenho, etc.); qual o significado dessa cena; qual o modelo de sociedade apresentado no filme; qual ideologia o filme pretende passar; que consequência traz para a vida pessoal e para a sociedade.
Leitura funcional: contar as cenas principais (descrição sumária); anotar palavras chaves; imagens mais significativas; caracterizar, física e psicologicamente, os personagens; descrever músicas e efeitos; observar mudanças no decorrer das cenas.
A partir disso, várias atividades podem ser desenvolvidas usando o teor do filme para contextualizar a sociedade que vivemos, as diferenças, ideologias, as diversidades, a vida em nosso entorno, enfim a exploração do conteúdo depende da criatividade e vontade de cada professor. Existe uma infinidade de caminhos, mas isso demanda empenho, que muitas vezes falta aos nossos educadores. Muitos preferem a mesmice ao prazer que uma mudança de rotina pode trazer.
Como adepta que sempre ao uso do filme em sala de aula, com critérios pré-determinados, gostaria de recomendar aos professores que repensem essa prática, pois é uma forma de dar à escola a oportunidade de reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema com a sétima arte sintetiza a estética, o lazer, os valores sociais.
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Som da Liberdade. Por Ana Dalsasso
Sempre fui apaixonada por cinema, tanto pessoal quanto profissionalmente, pela variedade de possibilidades de aprendizado que oferece, ampliando nossa visão de mundo, educando-nos para o convívio em sociedade respeitando a diversidade, aprendendo diferentes culturas, viajando por diferentes épocas históricas e tantas outras aprendizagens, dependendo do filme.
Faço essa breve introdução para falar de um filme, lançado nos Estados Unidos e recém-chegado ao Brasil, que deve ser assistido por todos, pincipalmente pais e educadores, por trazer à tona uma temática importantíssima, alertando-nos sobre o perigo que correm nossas crianças, não só em nosso entorno, mas em nível mundial. Lamentável constatar que há pouca atenção das autoridades, políticos e sociedade em geral sobre o tema, e quando alguém se propõe a fazê-lo, a grande mídia procura silenciar. Trata-se do filme “Sound of Freedom”, no Brasil com o título de “ Som daLiberdade”, é uma história real sobre tráfico de crianças, mostra os horrores vividos por vidas inocentes.
Falar de tráfico é repudiante, mas nenhum pode causar tanta repulsa quanto o tráfico humano, em especial de crianças, seres inocentes e indefesos. Conforme pesquisas, hoje temos, no mundo, entre cinco a seis milhões de crianças traficadas que são usadas para trabalho escravo, exploração sexual e até remoção de órgãos. O filme expõe numa narrativa densa e coesa o sofrimento vivido pelas famílias e pelas vítimas, a desesperança das crianças, a dor vivida neste submundo a que são lançadas, mas seu maior triunfo é a denúncia sobre a máfia de pedofilia internacional. Alguém que teve a coragem de enfrentar os poderosos e lançar um grito de socorro por nossas crianças.
O filme é um choque de realidade, pois nos leva a refletir até que ponto chega a maldade humana. Mostra-nos apenas um ponto da podridão que acontece nesse mercado que aumenta assustadoramente. Muitas coisas mais ainda estão escondidas e precisam ser destravadas. O filme serve para alavancar o desejo de cada cidadão em colaborar na construção de um mundo melhor. Não se trata de política ou de religião, argumentos usados pela crítica, mas sim de problemas humanos e éticos que precisam de soluções urgentes.
O Som da Liberdade é um filme para ser visto por todos aqueles que defendem a liberdade, a verdade, a coragem, a ética porque trata do ser humano, devendo, portanto, ser pensado, questionado e divulgado. A informação e o conhecimento que adquirimos devem ser levados adiante. Precisamos entender que pedofilia é crime indefensável, e não uma “doença” como grande parte da sociedade defende. Sem qualquer viés, o filme nos a realidade da sociedade.
Lembrando que, “ o sistema é bruto” e será sempre uma dura batalha, mas quero acreditar na coragem de quem o enfrentou e conseguiu trazer à tona uma amostra da verdade, pequena, mas significativa. Convido a todos para assistir ao filme e, que nunca nos acovardemos e saibamos defender nossas ideias, conscientes de que o tráfico humano e o abuso sexual infantil diz respeito a todos nós.
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Aprenda português diariamente. Por Ana Dalsasso
O uso correto do idioma é de extrema importância porque através da língua, falada ou escrita, revelamos nossos pensamentos, nosso nível cultural, nossa capacidade de adaptação, nossa forma de ser e ver o mundo. Dominar o idioma não é apenas uma necessidade, mas um dever cívico de todos. Daí o compromisso e a responsabilidade de todo usuário com o que escreve, tanto com o conteúdo quanto com as normas gramaticais.
É comum ouvirmos pessoas dizendo que odeiam língua portuguesa por causa das regras e convenções que impõe, mas na verdade não é tão rígida assim, desde que nos habituemos a ter contato mais aprofundado para que possamos moldá-la corretamente em nosso cotidiano. Como professora da disciplina, ouvi muitas queixas a respeito da dificuldade que o aprendizado dela impõe, cabendo-me o compromisso de buscar estratégias para tornar as aulas atrativas e produtivas. Tarefa árdua, mas muito compensadora…
A língua portuguesa não é um “bicho de sete cabeças”, e é obrigação de todo brasileiro estudá-la e respeitá-la. É difícil, mas existem diferentes maneiras para aprender a memorizar normas e regras para reforçar o seu domínio. Praticar o português correto, tanto falando quanto escrevendo, deve ser um hábito diário. As redes sociais nos mostram diariamente o desleixo para com o idioma, pelas postagens feitas de qualquer jeito, repletas de incoerência, ambiguidades, clichês, palavrões, pontuação incorreta, frases mal construídas, falta de concordância e de acentuação, erros de ortografia e de digitação, uso excessivo de abreviações, abandono de maiúsculas e de pontuação, e tantos outros deslizes que expõem a falta de conhecimento dos usuários. Antes de se expor publicamente, as pessoas precisam ler e reler os escritos para evitar exposição ao ridículo.
Praticar o português correto em qualquer situação é um compromisso de todos, e a leitura é o caminho para aprimorar a comunicação. Ler é fundamental para o ato escrever, porque para dominar a escrita precisa-se, antes de mais nada, saber ler, pensar e escrever. Pensamos, registramos nossos pensamentos por meio da escrita e interpretamos a escrita pela leitura.
Tenha um livro sempre ao seu alcance… Leia também textos na internet, revistas, notícias etc. Leia algo todos os dias, nem que seja uma página apenas. Habitue-se a consultar o dicionário sempre que deparar com um vocábulo novo. Houve uma época (antes da chegada da internet) que eu orientava meus alunos enfatizando que em cada casa e em cada sala de aula de aula, na mesa do professor, um dicionário era material obrigatório. Hoje tudo ficou mais fácil, tudo está ao nosso alcance…. Não podemos mais alegar que livros são caros, pois estão em nossas mãos o tempo todo. Temos até audiobook… Mesmo assim, parece que quanto mais facilidade, menos as pessoas estão lendo. Perde-se muito tempo com futilidades e fofocas nas redes sociais.
Lembre-se que você tem compromisso com sua imagem. E uma boa imagem passa pela forma como você se expressa, apresenta-se, expõe-se em todas as situações de vida. Busque palavras novas, observe a construção da escrita, reescreva, interprete, leia muito, tenha um bom dicionário por perto, tente aprender pelo menos uma palavra nova por dia, converse com pessoas diferentes, escreva todos os dias, faça palavras cruzadas, instale jogos de palavras no seu celular, use sinônimos para evitar ser repetitivo quando escreve, leia e releia o que escreve antes de publicar.
Lembre-se que a leitura enriquece nosso vocabulário, dá-nos poder de argumentação, clareza e eficiência na exposição das ideias, levando-nos a diferentes mundos, tornando-nos mais perceptíveis e com o intelecto ampliado. E para isso precisamos só de duas coisas: paciência e motivação.