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Ana Maria Dalsasso Educação
É Professora de Comunicação. Formada em LETRAS – Português/Inglês e respectivas Literaturas, Pós-graduada em Metodologia do Ensino pela Universidade Federal de SC - UFSC, cursou a primeira parte do Doutorado em Educação pela Universidade de Jáen na Espanha, porém não concluiu. Atua na área da Educação há mais de quarenta anos. Em sua trajetória profissional, além de ministrar aulas, exerceu a função de Diretora de Escola Pública, Coordenadora Pedagógica da Escola Barriga Verde, Pró-Reitora de Ensino de Graduação do UNIBAVE/ Orleans. Dedica parte de seu tempo livre com trabalhos de Assistência Social e Educacional, foi membro do Lions Clube Internacional por longos anos, hoje faz parte da AMHO – Amigos do Hospital, além de outros trabalhos voluntários na comunidade e seu entorno. Revisora de trabalhos acadêmicos: Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.
O cavalo tarado. Por Ana Dalsasso
É impossível ser um educador e não se indignar com o ocorrido em escolas públicas do Rio de Janeiro há poucos dias com uma apresentação, dita “cultural”, para crianças das séries iniciais do ensino fundamental, usando um funk intitulado “Cavalo Tarado”, cuja letra reflete a realidade de um cavalo no cio. Uma verdadeira afronta à inocência de nossas crianças, um descrédito ao compromisso dos educadores para com as famílias e a sociedade, escancarando assim a falência da educação.
Sabemos que o “funk” é um ritmo forte de dança, eu particularmente não gosto, que surgiu nas periferias como um grito de denúncia ao mundo sobre as mazelas ali vividas, porém aos poucos foi se afastando do objetivo proposto, transformando-se as letras em verdadeiras baixarias, na maioria das vezes em apelo sexual deturpado. Uma verdadeira poluição sonora, uma afronta aos valores morais. Sexo é algo a ser tratado com respeito, dentro dos limites da moralidade, na hora e locais apropriados.
Num país onde a educação não é levada a sério, recursos básicos precários, investir 50 mil reais num grupo de dança para levar às escolas um teatro funk, com conteúdo pornográfico, é um deboche para com a sociedade. Que país é este que não zela pelo seu maior patrimônio? Que tipo de gestores e professores estão nas escolas que se submetem a isso? Aceitam, dançam e cantam juntos, e depois queixam-se que os alunos não têm respeito, cometem abusos, batem nos professores, transformam-se em projetos de marginais…
Isso aconteceu em escolas públicas de séries iniciais do ensino fundamental, onde as crianças devem ter os primeiros contatos com as responsabilidades do dia a dia, aprender a cumprir horários e regras, vivenciar valores morais e éticos, preceitos esses a serem incorporados para o seu crescimento pessoal, profissional e intelectual. Toda arte é uma forma mágica de passar ensinamentos, desde que atrelada aos objetivos da instituição. Daí nos questionarmos: que lições tirar de uma apresentação que retrata um cavalo no cio? Se o dinheiro investido fosse repassado à escola, quantas atividades artísticas poderiam ser feitas?
A escola tem de ser alegre, viva, um lugar prazeroso e eficaz onde crianças e jovens sintam-se seguros na caminhada, com professores comprometidos que ensinem, eduquem e influenciem oferecendo ensinamentos que deem sentidos à vida dos alunos. Os professores são soberanos na condução do processo ensino e aprendizagem e devem escolher o que melhor condiz com a realidade do seu educando, de forma atraente, motivadora, organizada, com métodos e limites.
Diante do exposto, cabe aqui um ensinamento do grande educador RUBEM ALVES: “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais” ( Rubem Alves).
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Descriminalização das DROGAS: sim ou não? Por Ana Dalsasso
Falar de drogas é refletir sobre uma praga devastadora que se instalou na sociedade, do mais evoluído centro urbano ao pequeno e pobre vilarejo, nas escolas, famílias, ruas, independente de classe social, poder econômico, escolaridade, faixa etária. Um sério problema de saúde pública.
Cresce significativamente o consumo de drogas no Brasil. De acordo com pesquisas, somos o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína. É urgente rever as políticas de prevenção buscando soluções eficientes, pois o consumo de drogas altera não só o físico, mas profundamente o psicológico. Um indivíduo viciado não traz prejuízo apenas para si, mas sim para a sociedade em geral. Famílias são destruídas, escolas desestruturadas, vidas interrompidas prematuramente, e acima de tudo, aumentam as despesas com tratamentos de saúde.
O comércio de drogas é poderoso. Muito mais complexo do que imaginamos. O traficante é a raiz do problema. Ele mata a esperança de um futuro promissor para nossas crianças e jovens, e enriquece à custa do sacrifício das famílias destroçadas. Erradicar o traficante é impossível, pois atrás dele há uma máfia intransponível, muitas vezes composta por quem deveria estar nos protegendo.
Toda essa introdução é para conversar sobre o que está em discussão no STF por ora: “descriminalização das drogas”. Aliás, me pregunto por que razão está no Supremo a legalização de algo, quando o compromisso de legislar é da Câmara? Num país como o nosso tudo é possível. Mas, por mais que tentem me convencer, sou contra a essa medida descabida.
Penso que, leis existem, mas são frouxas, inexequíveis; o Estado precisa rever suas estratégias de combate ao crime, inclusive o de tráfico internacional de drogas; legalizar não diminuirá traficantes nem reduzirá o custo; a corrupção continuará porque o narcotráfico faz parte do sistema e está infiltrado em todos os âmbitos, em especial no político e outros mais que, por precaução, não elucidarei aqui, uma vez que nossa liberdade de expressão está sendo cerceada. A legalização poderá abrir precedentes que levarão a situações caóticas.
É muita hipocrisia defender a liberação das drogas enquanto falta educação, saúde, saneamento básico, segurança, emprego… Vivemos em um país que não se preocupa em priorizar a solução dos graves problemas sociais, oferecendo reais condições de sobrevivência dignas para todos. Lamentável…
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LIVRO FÍSICO. Por Ana Dalsasso
Parece estranho que em plena era digital, onde tudo respira tecnologia, aqui estou para defender o livro físico, porque antes de mais nada uma tecnologia não substitui a outra. Como amante da leitura, reservo-me o direito de afirmar que, no meu ponto de vista, o livro impresso jamais será substituído, apesar da facilidade trazida pela tecnologia em acessar a comunicação e a informação.
É inegável que a leitura digital possui funcionalidades que muito ajuda no dia a dia, mas inegável também é o poder mágico que o livro impresso exerce sobre o leitor, pois o ato de tocá-lo e senti-lo apresenta vantagens tanto para adultos quanto crianças. Folhear um livro é uma forma de viajar no mundo da imaginação, é senti-lo em todos os aspectos, com as mãos e com os olhos. Há quem defenda a ideia que ele se tornará obsoleto, porém acredito que será insubstituível. Sabem por quê?
São inúmeras as razões que me permitem afirmar com tanta convicção que o livro físico jamais desaparecerá. Primeiro porque aprendi desde cedo a gostar de ler incentivada pela escola que, apesar das dificuldades da época, fazia da leitura uma prática diária, inclusive com concursos em sala de aula. Tenho nítida lembrança porque era um momento ímpar. Raros livros a escola possuía, mas a forma como eram explorados, sem tecnologia, impulsionava-nos a competir e sempre dar o nosso melhor, adquirindo assim, meio inconscientemente, o gosto pela leitura. À medida que fui crescendo usava minhas economias e comprava meus próprios livros…. Minha gratidão aos meus primeiros professores que, sem se darem conta, deixaram-me um grande legado. Tornei-me professora e sempre tentei passar os ensinamentos que recebi.
Relembrei essa passagem da minha infância para narrar algo que presenciei essa semana, que vem corroborar com minha tese em defesa do livro físico. Tive a felicidade de assistir, em uma escola da região, uma peça teatral com crianças de quarto ano do ensino fundamental. Com base em uma das leituras do semestre, a professora chamou os pais à escola e apresentou a concretização se seu trabalho. Foi simplesmente encantador… A alegria, dedicação, postura e comprometimento das crianças diante de tamanha responsabilidade foi marcante. Auditório cheio, pais orgulhosos, professores gratificados… É trabalhoso para o professor? Muito… Mas, se abraçamos o magistério, precisamos fazê-lo por inteiro: com ônus e bônus. Será que todos os professores estão cumprindo sua missão? Por essas evidências e tantas outras, reafirmo minha defesa, lembrando que o livro físico nos proporciona maior concentração; menos cansaço visual; facilita o sono; favorece uma leitura mais aprofundada e encoraja a criticidade.
Finalizo com uma frase de Bill Gates, fundador da maior e mais popular empresa de software do mundo, que mostra a importância da tecnologia e a necessidade dos livros: “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever, inclusive a sua própria história. ”
E agora: leitura digital ou impressa? Cada leitor tem a liberdade de escolher o meio que lhe seja mais adequado, dependendo da sua necessidade. Eu não já fiz minha escolha…
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Dia dos Pais. Por Ana Dalsasso
Assim como existe o dia das mães, criou-se o dia dos pais, que também com o tempo tornou-se mais um apelo ao consumismo do que um momento de reflexão sobre a importância da figura paterna no desenvolvimento integral da criança e preservação da família, em especial nos tempos atuais. Os filhos são nosso maior patrimônio, cuja conservação depende da maneira como conduzimos nossas ações, atitudes e cuidados na educação deles.
Como estamos no mês dos “PAIS”, dirijo-me a eles, cuja presença na condução da família faz toda a diferença, pois transmitem força, coragem e segurança, além de aliviar o compromisso, na maioria das vezes, delegado apenas à mãe. É comum muitos defenderem a ideia de que cabe à mãe a responsabilidade da criação e educação dos filhos, mas está longe o tempo em que a mulher ficava só em casa, e era chamada de “profissional do lar”. A realidade hoje é outra: pai e mãe saem juntos para o trabalho e confiam os filhos aos cuidados de terceiros, inclusive à escola.
Ser pai não é apenas ser reprodutor… A paternidade é construída no dia a dia, porque quando nasce uma criança, nasce também um pai, e juntos empreenderão uma jornada cheia de descobertas, surpresas, obstáculos, progressos, realizações, sonhos, enfim tantas outras coisas que surgem no longo caminho, porque um filho é para sempre, não importa a idade será eterno em nossas vidas. E assim sendo querido pai, teu compromisso com eles, e com Deus, vai muito além da assistência material, porque eles representam a continuidade de tua vida, uma vez que prosseguirão escrevendo a história que aqui começaste.
Queridos pais, sabemos que gerar e dar à luz um filho não é nada difícil, aliás é prazeroso demais… O grande desafio da paternidade começa com o nascimento, porque a partir daí é preciso assumir junto com a mãe, a função, até então desempenhada pelo útero. O compromisso agora é maior: proteger, cuidar, alimentar e propiciar um desenvolvimento saudável, físico e psicológico, até a hora em que ele partirá na busca de novos horizontes, a exemplo de um navio que deixa o porto para transpor mares. Isso custará muitos sacrifícios, lutas, empenho, cuidados, comprometimento, responsabilidade, mas acima de tudo muito amor, porque educar um filho vai muito além de atender suas necessidades materiais. Isso o dinheiro compra… O grande dilema é a formação do caráter frente a uma sociedade tão conturbada e desprovida de valores. Sabemos que a jornada é difícil, mas vale muito a pena… Estudos comprovam que a presença paterna faz muita diferença na vida da criança. Então, demonstre seu amor pelos seus filhos sendo um pai responsável, parceiro, comprometido, amoroso e você não se incomodará por toda sua vida…. Dê um colinho a eles, abrace-os antes que alguém indesejável os abrace por você. Daí será tarde demais!
Meus cumprimentos a todos pela passagem do seu dia e não esqueçam nunca que filhos são para sempre; é um caminho sem volta…. Por isso, devem ser pensados, estudados e amados eternamente.