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BLOG

Giovana Pedroso
Para falar bem!

Jornalista, empresária e especialista em oratória.

Eliminar o né, é possível? Por Giovana Pedroso

Por Giovana Pedroso21/02/2024 15h35

Fala comunicador! Vamos combinar uma coisa, né? Você já conversou com uma pessoa que… né? Repetia muitos nés durante a fala? Acredito que, em determinado momento da conversa, você já não conseguia mais prestar atenção no conteúdo, mas nos nés, né?

Ou você é essa pessoa? Uma coisa é fato, você com certeza ficou incomodado com a quantidade de nés que eu usei no início deste texto e imaginou alguém pronunciando-os. É exatamente isso que os vícios de linguagem fazem: eles são poluidores da sua fala. Vamos fazer uma faxina nas suas mensagens e acabar com o ? Algumas práticas que descrevo aqui também valem para outros vícios de linguagem campeões como então, tipo, daí e tá ok.

Acabar com o envolve em primeiro lugar uma reflexão: nem sempre ele vai ser um problema. Eu não quero que você seja o chato que fica se corrigindo ou o que é ainda pior, corrigindo os outros o tempo inteiro. É comum quando alguém está falando comigo, dizer que não sabe nem como falar, pois acredita que eu fico corrigindo mentalmente quem está na minha frente. Mas não. Exceto se for um caso grave e eu sei que você provavelmente também faz isso.

Caso grave mesmo é quando o começa a chamar mais atenção do que o restante. O né e boa parte dos vícios de linguagem mais conhecidos são muletas da fala, poluidores da fala, forem retirados, não farão falta. Presentes em excesso, deixam a mensagem menos objetiva.

Falando da sua comunicação: ligar o sinal de alerta sozinho é muito difícil. Perceber que se tem um , ou qualquer outro vício de linguagem é o maior desafio e, se você já fez isso, eu tenho uma palavra para dizer: parabéns!

Quando eu trabalhava no rádio, há alguns bons anos, falava todas as manhãs durante 3 ou 4 horas em um programa jornalístico. Mas no rádio há um grande detalhe: um segundo sem som, equivale a um minuto para quem ouve, por isso para preencher os espaços vazios da fala, vez ou outra eu incorporava alguns vícios. Um deles era a palavra perfeito. No final de uma entrevista, no final da afirmação de um entrevistado, eu sempre terminava com um sonoro perfeito. Eu não tinha ideia que falava aquilo. Até que um dia, meu pai mandou uma mensagem: “Giovana, você já falou 8 vezes a palavra perfeito em poucos minutos, só para avisar, tá?”. Foi só aí que identifiquei o vício.

Eu identifiquei porque tinha um ouvido amigo. A primeira ferramenta que eu divido sobre o ou outros vícios de linguagem é esta: tenha um ouvido amigo. E se você não confia em ninguém para essa tarefa, o WhatsApp vai ser o melhor ouvido amigo. Abra o aplicativo e ouça os últimos áudios que você mandou. Ali vai estar a prova.

Outras ferramentas importantes: você usa o Né, por quê? Para fazer com o que o ouvinte concorde com a sua ideia ou para parecer mais simpático. Se for o seu caso, no lugar de perguntar, afirme e se for para perguntar, faça uma pergunta de verdade. Vou dar exemplos: “acredito que é melhor ficar com essa segunda opção aqui, né?” Esta frase pergunta pode ser ficar assim: “acredito que é melhor ficar com essa segunda opção. Qual a sua opinião?” Ou ainda: “ah, aquele era bem melhor né?” Pode ser: “ah, aquele era bem melhor. Você também gostou?”

Não deixou de ser simpático, não deixou de gerar conexão e eu tenho certeza de que a sua mensagem ficou ainda mais clara e forte.

Outro caminho e esse vale para todos os vícios de linguagem: o silêncio. Você não precisa preencher os vazios da fala com ããhn, éé, né ou perfeito! Faça pausas estratégicas.

Por fim, sempre que você conseguir usar o silêncio a seu favor ou fazer uma afirmação no lugar de uma pergunta, vibre com isso! Você está no caminho certo para conquistar uma comunicação cada vez mais clara e objetiva.

 

 

 

 

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A leitura me ajudou a falar melhor. Por Giovana Pedroso

Por Giovana Pedroso09/02/2024 15h07

Me conta uma coisa, você gosta de ler? Se fosse para contar quantos livros você leu em 2023, encheria os dedos de uma mão, ou não? Quase todas as semanas eu recebo no direct do meu perfil no Instagram algum pedido de indicação de leitura técnica sobre oratória.

Eu adoro indicar as leituras que faço, sobretudo aquelas possuem boas referências bibliográficas ou pontos de vista interessantes sobre a minha área. Só que tem uma coisa que eu nunca disse sobre a conexão da leitura com a oratória: não é necessariamente ler sobre oratória que vai fazer você falar melhor. É muito mais fácil do que isso: é só ler o que você gosta (e o que você não gosta, às vezes), em qualquer área. Pode ser política, romance, história da humanidade, biografias de pessoas que você admira.

Trouxe neste artigo algumas indicações de leitura interessantes de áreas que também ultrapassam a oratória. Divido com você para enriquecer o seu repertório, o seu vocabulário e para tornar a sua conversa mais interessante. Além de tudo isso, a leitura tem a capacidade de tornar as coisas mais fáceis quando você precisar montar uma fala rápida e ainda ameniza as chances do temido “deu branco”.

Já deu para perceber que ler é um santo e barato remédio para muita coisa, inclusive para falar melhor? Além das indicações, eu vou contar 3 técnicas que você pode usar ao ler qualquer livro para melhorar o seu desempenho na comunicação em público.

Quanto às práticas, adoto uma que sempre funciona e tem conexão com a  a pirâmide de aprendizagem. Ela mostra que quando você pratica algo que aprendeu, aprende 80% mais. A mesma pirâmide aponta que, se você apenas ler, seu percentual de aprendizado vai ser de 10%. Mas como praticar o que leu? Durante a leitura, destaque as principais informações, aquilo que mais chamou a sua atenção. Pode ser uma história que faça sentido para sua vida, um ensinamento prático para sua atividade, uma coisa curiosa e nova que surpreendeu você.

Terminou de ler e destacar? Volte nessas informações que você destacou e leia de novo, em seguida conte para alguém.

Prometi as dicas de leitura, então vamos a elas:

O primeiro livro que recomendo a você se chama “Fora de série – Outliers”. Ele ficou nada menos do que trezentas e sessenta e duas semanas na lista de mais vendidos do The New York Times. A leitura conta o que torna algumas pessoas capazes de atingir um sucesso tão extraordinário a ponto de serem chamadas de “fora de série”.

Outra sugestão para quem gosta de biografias: “Minha história”, da Michele Obama. É um relato da antiga primeira-dama dos Estados Unidos que fala da vida dela, mas também é um show de escrita íntima. É uma leitura deliciosa, leve e que engoba recortes da história recente dos Estados Unidos muito interessantes.

A última dica, é claro, tinha que ter relação com a oratória: é o livro do centenário Dale Carnegie, um dos pais da oratória moderna, “Como falar em público e encantar pessoas”.

Agora você já tem prática e algumas dicas de leitura para seguir firme na sua jornada como leitor ou para iniciar essa caminhada que além de muito prazerosa, é barata e poderosa para melhorar a sua oratória.

Beijo grande e a gente volta a falar em breve.

 

 

 

 

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Pathos, logos e ethos: eles estão presentes na sua comunicação? Por Giovana Pedroso

Por Giovana Pedroso01/06/2023 15h30

Engana-se quem pensa que o filósofo grego Aristóteles deixou uma importante herança teórica apenas no campo da filosofia. O seu pensamento norteia até hoje as bases da comunicação persuasiva, adotada por líderes, políticos, vendedores e outros profissionais que precisam da oratória.

Outro engano é acreditar que esta “comunicação persuasiva”, baseada no pensamento aristotélico, tem relação com algum tipo de distorção da realidade. Para ele os fins não justificam os meios. Pelo contrário, a teoria aristotélica diz que quando fala e age, o homem comunica a si próprio, e não apenas comunica algo. Na fala, o homem revela quem é. Forte, não?

Vamos para a prática. Para Aristóteles, o bom comunicador alcança o seu objetivo quando traz na sua fala esta tríade: pathos, logos e ethos. Vamos compreender melhor e refletir sobre cada item, respondendo: como é possível incorporá-lo nas minhas falas mais estratégicas?

Imagine um palestrante que começa a palestra contando uma história sobre uma infância difícil. Abandono pelos pais, trabalho desde cedo, o primeiro emprego, as primeiras oportunidades e conquistas, e as lições aprendidas com isso. Ou pense agora em um candidato a deputado que tem a saúde como bandeira. Ele traz no seu material de campanha uma trilha triste e o depoimento de uma paciente que aguarda há meses por uma consulta. Lembrou de alguns episódios assim? Em todos eles, o pathos esteve presente.

Pathos é extrair emoções. É usar o storytelling, é contar fatos que choquem o público mais no final da narrativa, é dialogar de perto, falando sobre os seus problemas ou sobre o seu propósito.

Agora imagine que o mesmo palestrante da história sobre a infância, decida em seguida trazer dados que revelam o quanto o trabalho infantil ainda é comum no país. Numa próxima etapa da palestra, apresenta como funciona o trabalho da Organização Não Governamental que ele fundou para erradicar isso. Lembra do político? Depois do depoimento da paciente, ele mostra como trabalhará se for eleito, para acabar com a fila de espera por uma cirurgia. Aqui, entra o logos.

Logos é raciocínio. É trazer à tona de maneira objetiva como tecnicamente você pode resolver o problema do seu público por meio das suas ideias, produtos ou serviços. É importante adotar neste momento, dados de pesquisas ou exemplos reais, sempre dando os devidos créditos.

Por fim, se tanto o palestrante quanto o político dos exemplos acima, forem pessoas que não inspiram confiança, pathos e logos não resolverão. Por quê? Porque falta o ethos.

Ethos deriva da palavra ética, o que por si só torna o termo bastante explícito. Não basta ser um bom comunicador. Se as suas ações prévias ao palco não conferirem a você autoridade e, sobretudo, credibilidade, de nada adiantarão emoções ou bons argumentos técnicos. Evidente que se a plateia não o conhece, é possível conquistar o ethos durante a fala com segurança, evidências da sua competência técnica ou uma genuína vontade de ajudar. Mas se o público já sabe quem você é, e identifica incoerência das suas ações com a sua fala, nem Aristóteles resolverá.

O que fica desta tríade aristotélica da comunicação persuasiva? Explore as emoções, jamais esqueça dos argumentos técnicos, mas sobretudo lembre-se que um bom comunicador começa a ser construído muito antes de subir ao palco.

 

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Microfone: amigo ou inimigo? Giovana Pedroso

Por Giovana Pedroso18/05/2023 14h30

Já esteve em uma palestra na qual o palestrante abre para o público fazer perguntas? Ao passar o microfone para alguém do público perguntar, o orador recebe uma negativa do tipo: “prefiro falar sem, não precisa não”. Se você é a pessoa que foge do microfone, saiba que não está sozinho. É extremamente comum nos meus cursos de oratória. Inclusive, uma das perguntas que eu mais recebo nesses workshops é sobre o uso do temido equipamento.

Eu gostaria de começar provocando você a enxergar o microfone como um aliado poderoso para fazer a sua voz, que é o principal instrumento da sua comunicação, alcançar muitas pessoas. Ele só muda a voz se estiver completamente desregulado, e ele não faz você “chamar mais atenção”. A partir do momento que você assume a palavra, goste ou não, já passou a atrair mais atenções.

O uso do microfone, por razões óbvias, é recomendado em ambientes grandes e médios, para médios e grandes públicos. Nas situações onde houver dúvida sobre ser válido usá-lo, pergunte ao público: todos conseguem me ouvir? Preferem que eu use o microfone? Assim você evita que o público reclame. Mas vai por mim, na maioria das vezes nas quais você tem dúvida sobre ser importante usar, vale usar, ainda que com volume mais baixo.

Outra recomendação importante: se você for o principal orador, teste antes. Chegue pelo menos quarenta minutos antes ao local e faça alguns testes rápidos para o operador de áudio entender qual volume ele precisa dar para a sua voz. Se houver pedestal, testar é ainda mais importante pois é mais um item para ajustar, desta vez para a sua altura.

Há vários tipos de microfone, mas falando especificamente do microfone de mão, que é o mais comum, saiba que ele não foi feito para ser usado colado na sua boca. Além de tampar seu rosto, prejudica a pronúncia e é pouco higiênico. A distância recomendada, se o equipamento estiver adequadamente regulado, é de 15 centímetros de distância da boca. Isso dá pouco mais de um palmo.

Microfone testado, volume na altura certa e com a distância correta da sua boca? É hora de começar a falar! Neste momento, observe se ao falar, você não “esquece” que está segurando o equipamento e começa a afastá-lo demais da boca. Outro ponto é gesticular com a mão que segura o microfone. Se você segura o equipamento, esqueça este braço. Você só terá o outro braço para fazer os gestos, combinado?

Espero que essas informações ajudem você a usar o microfone sem medo e sem tantas dúvidas numa próxima oportunidade. Lembre-se que quanto mais pessoas ouvirem, e ouvirem bem a sua mensagem, mais oportunidades surgirão na sua carreira e na sua vida.

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