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BLOG

Rafael De Conti
Urologia & Saúde Sexual Masculina

Dr. Rafael De Conti
CRM: Nº 11042 / RQE: Nº 5242
O Dr. Rafael De Conti atua desde 2005 no sul do Estado de Santa Catarina. É médico graduado pela Universidade Federal de Ciências Médicas (UFCSPA), em Porto Alegre (RS).

Curso de Medicina na Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre - FFFCMPA – (atual UFCSPA).

Residência Médica em Cirurgia Geral - Título de Especialista pelo CRM-SC e Conselho Federal de Medicina.

Residência Médica em Urologia no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, pela UFSCPA (RS).

Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia.

Preceptor e Instrutor de cirurgia do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral do Hospital São José, em Criciúma - SC.

Professor do curso de medicina da Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), disciplina de Urologia.

Membro da American Urological Association.

Médico Urologista do Corpo Clínico do Hospital São José, São João Batista e Unimed - Criciúma - SC.

Algumas diretrizes e novidades do Congresso Americano de Urologia 2024, San Antonio, Texas. Por Dr Rafael De Conti

Por Rafael De Conti15/05/2024 08h21
Foto/ Ilustrativa

O congresso americano sempre é uma oportunidade de avaliar as novas tecnologias, fazer contatos e ver novos horizontes na Urologia. Para nós, urologistas brasileiros, sempre um desafio acompanhar as novidades, pois na novidade está embutido alto custo, o que é inviável para uma considerável parcela da população brasileira.

Uma novidade no tratamento da estenose (estreitamento) da uretra masculina, sempre um desafio terapêutico cirúrgico para o urologista, é um expansor colocado cirurgicamente na uretra, que contém um medicamento (paclitaxel) na composição dele, que vai ao longo do tempo sendo absorvido, com atividade  local e, assim, “ abrindo o canal”.  Os estudos mostraram bons resultados desta nova tecnologia quando comparados às cirurgias convencionais.

Outro assunto muito discutido é o lançamento de  novos aparelhos de “laser de alta potência” para cirurgias de próstatas muito grandes, em pacientes com hiperplasia benigna da próstata e que tem dificuldade para urinar e o medicamento não é mais efetivo. Estes aparelhos permitem operar próstatas muito grandes pela uretra, via endoscópica, por uma técnica bem conhecida e usada já por nós no Brasil, chamado Hollep. Estas próstatas muito grandes antes só conseguiam ser removidas por cirurgia aberta.  Chamou a atenção a disputa das empresas do laser para mostrar “quem tem o melhor aparelho”. Sempre salutar esta disputa, pois isto traz redução de custos para o consumidor final (hospitais, médicos e pacientes).

Falando agora de disfunção erétil, chamou a atenção o entusiasmo dos americanos no uso da terapia por ondas de choque extra corpórea de baixa intensidade (ESWT – low-intensity extracorporeal shock wave therapy. Mas nas diretrizes da Associação Americana, os benefícios destas técnicas ainda estão em fase de investigação.

E nota-se a liberalidade dos americanos com doses mais altas de medicações para disfunção erétil para otimizar a eficácia do tratamento.

Por último, um show à parte, as empresas de cirurgia robótica disputando vendas pelo mundo todo, com robôs incríveis e os preços caindo! Estamos chegando lá!

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Pedras nos rins em crianças existe? Por Dr Rafael De Conti

Por Rafael De Conti19/03/2024 14h26

A litíase (pedras) em crianças é uma condição que envolve a formação de pedras ou cálculos nos rins ou na bexiga. Isto pode ser uma doença dolorosa e perigosa, caso não tratada adequadamente. Embora raro em crianças, temos notado um aumento de casos nos últimos anos, senso mais comum nos meninos e mais frequentes em famílias com predisposição genética.

A prevalência e a composição dos cálculos variam conforme as regiões do mundo devido a fatores climáticos, dietéticos, genéticos e socioeconômicos. Estima-se que 1 a 5% das crianças irão apresentar cálculos urinários durante a vida. A incidência é maior em países ocidentais (Europa 5 a 9%, América do Norte 12 a 15%) do que nos países orientais (5%). Em regiões específicas, como Oriente Médio e Norte da África, existe uma incidência muito maior, chegando a 10-20%. O contexto local com elevadas temperaturas e clima seco leva a maior desidratação, que se acredita estar associado a formação de cálculos em habitantes dessas regiões.

E quais são os FATORES DE RISCO? Algumas más-formações urológicas favorecem o desenvolvimento de cálculos devido a estase e mal funcionamento do sistema urinário, levando a infecções e formação dos chamados CÁLCULOS CORALFIFORMES (pedras que parecem corais do oceano, que ocupam toas as cavidades dentro dos rins). A OBESIDADE INFANTIL  provavelmente contribui para o aumento dos cálculos em crianças, mas o principal fator envolvido é a BAXIA INGESTA HÍDRICA E AUMENTO DA INGESTÃO DE SÓDIO,  que leva ao aumento da excreção de cálcio na urina, também favorecendo a formação de cálculos.

Trabalho de parto prematuro, baixo peso ao nascer e internação em UTI estão associados ao uso de medicamento que agridem os rins e diuréticos, que aumentam o risco de cálculos e doenças crônicas intestinais associadas a maior absorção de oxalato.

Diferente dos adultos que têm dor nos flancos que se irradia para a virilha e genitália, as crianças, principalmente as MENORES DE  DE 5 ANOS, tem DOR ABDOMINAL INESPECÍFICA, podendo ser abdominal, pélvica, suprapúbica ou em flancos. Podem também ter sintomas de infecção urinária. Pode ocorrer SANGRAMENTO URINÁRIO.  Em crianças na fase de amamentação pode ser confundida com a “cólica do lactente”.

Perdas na bexiga e no ureter inferior podem causar dor ao urinar, enurese que é a incontinência urinária do sono, aumento da frequência miccional, retenção urinária e, às vezes, febre.

O diagnóstico definitivo da litíase urinária se baseia em exames radiológicos, incluindo o RX, o ultrassom e a tomografia computadorizada.

Nas crianças que tem cálculos, 80 a 85 % tem distúrbios metabólicos, sendo que sempre temos que fazer estes exames nas crianças, que são doenças onde há maior excreção de produtos formadores de cálculos na urina.

E qual é o tratamento para estas crianças? Inicialmente sempre o tratamento conservador, evitando-se cirurgia, com uso de analgésicos e antiespasmódicos, assim como anti-inflamatórios. O uso de opiáceos como morfina também tem bom resultado analgésico. Usamos também antieméticos para conter as náuseas e os vômitos. A eliminação dos cálculos urinários geralmente se resolvem de forma espontânea. Caso os sintomas piorem, é necessário o tratamento cirúrgico.

Quando a criança persiste com sintomas de dor intensa ou o quadro apresenta sinais de obstrução do trato urinário, é imperativo o tratamento cirúrgico, com desobstrução da via urinária. O tipo de cirurgia depende da localização e tamanho do cálculo, abaixo os principais procedimentos realizados pelo urologista:

– LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA: fragmentação dos cálculos por ondas de choque, com taxas de 65% a 85% de sucesso em crianças.

-URETERORRENOLITOTIPSIA:  o urologista entra com endoscópio no sistema urinário, chamado ureteroscópio, visualiza a pedra e com uma fibra de laser quebra a pedra em pequenos fragmentos.

-NEFROLITOTRIPSIA PERCUTÂNEA: em casos de cálculos renais grandes ou coraliformes, o urologista faz um acesso pela região lombar até o rim, por onde entra com uma câmera, chamado nefroscópio. Visualiza a pedra, quebra e retira em pequenos fragmentos

-VIDEOLAPAROSCOPIA E ROBÓTICA: é utilizada em caos muitos específicos em crianças, como cálculos que estão no ureter superior.

 

 

 

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Lesões traumáticas da genitália masculina. Por Dr Rafael De Conti

Por Rafael De Conti08/02/2024 14h33

O trauma em geral é a sexta causa de mortalidade no mundo, afetando principalmente homens jovens. Lesões do órgãos urológicos isoladas, dentro dos acidentes com traumas, são raros, visto que os rins e bexiga estão protegidos dentro do abdome, enquanto a região genital é protegida pela sua mobilidade na hora de um acidente. Já nas mulheres há maior probabilidade de lesões em órgãos periféricos.

Dois terços dos traumas urológicos são com a genitália externa, devido a esportes de contato e  acidentes automobilísticos ou com motocicletas. São bem comuns também no mundo da urologia os traumas penetrantes por armas de fogo. Além disto, acidentes durante a atividade sexual , mordeduras humanas e de animais, queimaduras e outros tipos de lesões também ocorrem.

O TRAUMA TESTICULAR, em sua maioria, ocorre por acidentes com motocicleta. Dentre os mais corriqueiros temos as contusões, os hematomas, deslocamento, torção, hidrocele (acúmulo de líquido ao redor do testículo) e a ruptura testicular. No exame físico o paciente pode apresentar dor testicular, náuseas e vômitos, inchaço e hematoma na bolsa escrotal. Na ruptura testicular acredita-se que uma força de aproximadamente 50kg seja necessária para levar à fratura do testículo. Se há dúvidas, o ultrassom pode avaliar se ainda há fluxo sanguíneo e se os contornos dos testículos estão definidos. A ressonância magnética também pode ajudar nestes casos. A exploração cirúrgica precoce com reparo ao dano testicular ajuda a diminuir a necessidade de remoção total do testículo, o que, por consequência, ajuda a preservar a fertilidade e função hormonal dos homens afetados (o testículo produz a testosterona, hormônio masculino). Em cerca de 90% dos casos conseguimos salvar o testículo.

HEMATOCELE, que é o acúmulo de sangue entre as camadas da túnica vaginal (membrana que protege o testículo) pode ser tratado de maneira conservadora, com gelo e uso de analgésicos, ou por reparo cirúrgico, principalmente quando são acúmulos grandes de sangue, sendo que nestes casos geralmente o testículo está rompido.

O HEMATOMA INTRATESTICULAR, quando grande, deve ser tratado com cirurgia.

O DESLOCAMENTO TESTICULAR, problema em que o testículo se desloca para a região inguinal e não é mais palpável na bolsa, é mais comum em acidentes com múltiplas vítimas, sendo necessário cirurgia de reparo.

NOS TRAUMAS PENETRANTES, geralmente causados por armas de fogo ou facas, é obrigatório a investigação de todos os órgãos vizinhos e na maioria dos casos os ferimentos devem ser explorados cirurgicamente.

Dentro do capítulo de TRAUMA PENIANO,  a FRATURA PENIANA é relativamente comum, ocorrendo geralmente em intercurso sexual vigoroso, quando o pênis escorrega e bate no períneo da parceira, produzindo uma lesão em curvatura. O diagnóstico de fratura peniana geralmente é feito pela história e exame físico, sendo que os pacientes geralmente descrevem um som em rachadura ou estalo, seguido de dor, rápida perda da ereção e alteração da cor, com inchaço local volumoso. É típico uma deformidade peniano em “forma de berinjela”.

 No trauma ou RUPTURA DA URETRA temos caracteristicamente a saída de sangue pela uretra ou urina com sangue, o que chamamos de hematúria, sendo que alguns pacientes também referem dificuldade miccional.

As suspeitas de fratura peniana devem ser imediatamente exploradas, e reparadas cirurgicamente. No caso de atraso nesses reparos por demora em procurar atendimento médico, podem ocorrer curvaturas penianas importantes na ereção como sequelas.

Nas MORDEURAS HUMAS OU POR AMINAIS,  a morbidade está diretamente relacionada à severidade do ferimento inicial,. A maioria das vítimas são crianças e a mordedura por cachorro á a lesão mais comum. Nestes casos, o urologista lava abundantemente o ferimento, desbrida os tecidos mortos e faz fechamento com sutura primária, junto com uso de antibióticos, sendo necessário também imunização antirrábica e antitetânica. Já na mordeduras humanas não é aconselhável o médico fazer sutura primária por serem lesões altamente contaminadas pelos dentes humanos e, geralmente, os pacientes procuram atendimento médico depois de adiamento substancial.

A AMPUTAÇÃO PENIANA,  embora rara, geralmente é causada por automutilação genital. Nestes casos, a reconstrução da uretra e corpos cavernosos e a microcirurgia dos nervos e dos vasos sanguíneos alcançam bons resultados. A parte decepada do pênis deve ser lavada com soro fisiológico, envolvida em gaze embebida com soro e fechada em bolsa plástica esterilizada e ela deve ser colocada dentro de outra bolsa com gelo , podendo ocorrer reimplante com sucesso depois de  16 horas de isquemia fria.

 Nas LESÕES COM ZÍPER ocorre mais frequentemente em meninos e homens embriagados. A soltura é feita com anestesia e manobras para soltar o zíper da pele, às vezes sendo necessário circuncisão ou excisão elíptica da pele.

A PERDA DA PELE DA GENITÁLIA ocorre principalmente por Síndrome de Fournier,  uma infecção rara e grave que atinge a região genital e acomete especialmente os homens. É uma doença causada por bactérias que penetram na pele e se espalham rapidamente, provocando necrose (morte) dos tecidos. Pode ocorrer também por sucção e tração, por equipamentos mecânicos, queimaduras e traumas, principalmente decorrente de explosões.  O tratamento é baseado na causa. Na perda da pele escrotal de até 50% o fechamento primário pode ser tentado. Nos casos mais extensos podem ser necessários retalhos ou enxertos de pele.

 

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Você sabe o que é Doença de PEYRONIE? Por Dr Rafael de Conti

Por Rafael De Conti16/01/2024 13h22

A Doença de Peyronie (DP) foi descrita em livros médicos pela primeira  vez por François Gigot de La Peyronie, em 1743. Caracteriza-se por formação de placas endurecidas nos CORPOS CAVERNOSOS PENIANOS, causando DOR, CURVATURA PENIANA, DISFUNÇÃO ERÉTIL, com consequente prejuízo na qualidade de vida.

Nos diferentes países, atinge 0,4 a 9% dos homens e principalmente em homens de 60 a 70 anos, mas pode ocorrer também mais raramente em jovens.

Os fatores de risco são diabetes, pressão alta, cigarro, alcoolismo, homens com hormônio masculino baixo e que passaram por cirurgia para câncer da próstata. Outro fator de risco importante é ser portador de uma contração palmar chamada doença de Dupuytren.

Psicologicamente 81% destes homens referem problemas em decorrência da doença, sendo que 48% acabam tendo sintomas depressivos.

Não sabemos bem ao certo porque ela ocorre, mas acreditamos em causas multifatoriais, envolvendo predisposição genética, traumatismo do pênis durante a relação sexual e fatores imunológicos. O surgimento destas placas fibrosas no pênis (semelhantes a pequenos nódulos) reduzem a elasticidade local e levam à CURVATURA PENIANA DURANTE A EREÇÃO.

A evolução natural da doença pode variar desde resolução espontânea até piora progressiva da deformidade e costuma ter 2 fases:

Fase ativa, aguda ou inflamatória, em que ocorre o crescimento da placa cicatricial, resultando em DOR E INÍCIO DA CURVATURA.

Fase estável, crônica ou fibrótica, quando já existe cicatrização, com estabilização da placa, da curvatura e da dor.

A fase aguda dura dura entre 6 a 18 meses, sendo que a curvatura tende a piorar entre 30-50% dos casos ou se estabilizar em 47 a 67% dos casos. Melhora espontânea ocorre, em média somente em 10- 15% dos pacientes

Diagnóstico: é feito pelo urologista através da história clínica e do exame físico. A tortuosidade peniana pode dificultar a relação sexual e causar disfunção erétil. Os médicos devem ter uma história focada para distinguir entre doença ativa e estável, pois isto influenciará no tratamento a ser adotado. Os critérios de estabilização da doença são principalmente resolução da dor e estabilidade da curvatura por 90 dias.

Nem sempre o tamanho da placa relaciona-se ao grau de curvatura.

Existe na literatura médica vários estudos sobre medicamentos para a doença de peyronie, mas, até o momento, nenhum provou estatisticamente ser eficiente. Na fase da dor utilizamos muito anti-inflamatórios não esteroides.

Quando indicamos tratamento intralesional  ou cirurgia é fundamental o teste de ereção peniana com medicações intracavernosas para definir melhor a estratégia terapêutica. Utilizamos também fotos obtidas pelos pacientes em quatro ângulos do pênis em ereção para definir de forma adequada a curvatura e a estratégia cirúrgica.

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