Adolescência. Por Ana Dalsasso

Nos últimos dias as mídias sociais estão sendo tomadas pela comoção de pais, professores, médicos, psicólogos, psiquiatras, enfim por inúmeros segmentos sociais diante da exposição do filme ADOLESCÊNCIA, revelando uma realidade: a sociedade, como um todo, não tem se dado conta que o uso desenfreado das redes sociais está matando nossas crianças, adolescentes e jovens. De forma clara, objetiva e chocante é um chamado à responsabilidade de pais e educadores para que tenham um olhar atento e diferenciado nessa fase de transição de nossas crianças.
Fazendo uma analogia, a cabeça de um adolescente é “uma orquestra sem maestro”. Precisa de alguém que ensine colocar no instrumento notas, tom, musicalidade, porque do ajuste, comprometimento, adequações surge a harmonia e sucesso do grupo. Quando a orquestra desafina, o fracasso é inevitável. Nós, família e educadores, somos maestros de uma orquestra que não pode desafinar… Talvez, na correria do dia a dia esquecemo-nos de revisar nossas ferramentas para execução do nobre trabalho de formar e informar nossos adolescentes.
O filme “Adolescência” nos traz inúmeras lições, dentre elas a importância da comunicação e do diálogo aberto e sincero entre pais e filhos. A família é o pilar fundamental na formação da identidade e no suporte emocional dos adolescentes. Através das interações dos personagens, fica evidente que muitos conflitos se originam da falta de compreensão entre adolescentes e adultos. Isso ressalta a necessidade de um espaço seguro onde os jovens possam expressar seus sentimentos e preocupações, facilitando, assim, uma conexão mais profunda com a família e amigos. É preciso aprender ouvir ativamente e buscar entender as emoções do outro para promover relações mais saudáveis. Quando os desafios são enfrentados juntos, os laços familiares são fortalecidos, dando aos adolescentes um sentimento de pertencimento e segurança emocional
Outra lição significativa que o filme nos oferece é a questão da identidade. Na adolescência, os jovens estão em busca de compreender quem são e qual é o seu lugar no mundo. Eles lidam com influências externas, como a pressão social e a necessidade de aceitação, que muitas vezes os leva a decisões equivocadas. É preciso respeitar o processo de autodescoberta dos adolescentes e oferecer apoio para que eles possam fazer escolhas alinhadas com seus valores e individualidade. As relações interpessoais podem trazer tanto apoio quanto desafios. As complexidades das amizades, incluindo a lealdade, a traição e os conflitos, são retratadas com realismo, ilustrando a necessidade de cultivar relações saudáveis e de aprender a lidar com as desavenças.
O filme nos convida a refletir sobre a saúde mental, evidenciando a pressão emocional que os jovens enfrentam, seja em relação ao desempenho escolar, às expectativas familiares ou à busca por um propósito. Essa representação nos faz considerar a importância de cuidar da saúde mental na juventude e de promover um ambiente onde os adolescentes se sintam confortáveis para buscar ajuda quando necessário.
Outro ponto importante abordado é a presença da pressão social que os jovens enfrentam dentro do ambiente escolar. As questões de aceitação e pertencimento são intensificadas nesse contexto, onde a busca por popularidade pode levar a situações de bullying, exclusão e ansiedade. Nesse contexto, a responsabilidade da escola vai além da transmissão de conteúdo: é fundamental que as instituições desenvolvam um ambiente inclusivo e seguro, onde os estudantes se sintam valorizados e respeitados, ajudando-os a compreender e lidar com a diversidade
Enfim, o filme “Adolescência” nos traz lições valiosas sobre comunicação, identidade, relações interpessoais e saúde mental. Sua narrativa sensível e reflexiva nos ajuda a compreender melhor os desafios enfrentados pelos jovens e a importância de apoiá-los durante essa fase crucial de suas vidas. Assim, o filme não apenas entretém, mas também educa e instiga a reflexão sobre a adolescência em um mundo em constante transformação.
Senhores Pais e Professores, por favor, assintam esse filme