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Presidente da FIESC alerta para impacto da alta carga tributária e desequilíbrio fiscal no Brasil

Por Ligado no Sul05/02/2025 10h00
Foto/Reprodução Fiesc

Na reunião de diretoria realizada na última sexta-feira, 31 de janeiro, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, manifestou de forma contundente a preocupação do setor industrial com os rumos do país, especialmente na área fiscal.

Em entrevista ao Jornal da Guarujá, Aguiar destacou que a condução da política fiscal do Brasil é um tema que preocupa não apenas no momento atual, mas historicamente. “Nós temos uma preocupação muito forte com relação à condução da política fiscal do Brasil. E eu diria que não é somente agora, é de longo prazo. Nós temos um Estado muito inchado, inoperante, caro de se manter, e acaba onerando o setor produtivo, que é penalizado com uma carga tributária muito elevada para suportar toda essa despesa da máquina pública”, afirmou.

O presidente da FIESC criticou o aumento das despesas públicas e a imposição de taxas sobre o setor produtivo. “Este governo, principalmente, tem elevado muito as despesas e, por conta disso, tem aplicado taxas em cima do setor produtivo e tira competitividade da indústria nacional, da economia nacional. Então, é uma preocupação, sim. Eu acho que o Brasil precisa de um choque de administração para reduzir a despesa, o tamanho do Estado, e que nós possamos, apesar de todas as riquezas naturais que temos, ainda sermos um país que não está envelhecido, mas que tem dificuldade de crescimento”, ressaltou.

Quando questionado sobre a falta de uma ação mais enérgica do governo para equilibrar as contas públicas, Aguiar concordou e enfatizou a necessidade de coragem para enfrentar a situação. “Você está completamente correto na sua avaliação. Na verdade, nós precisamos de um choque de gestão. Precisamos ter um governo com coragem para enfrentar uma situação que precisa ser resolvida. Temos déficits acumulados e tem aumentado muito a nossa dívida, que tem um custo muito alto. Hoje, com uma taxa de juros tão elevada como está, onera muito o custo da dívida e isso faz com que haja geração de déficit. Na verdade, falta um recurso para fazer os investimentos que o Brasil precisa. Precisamos ter uma infraestrutura mais adequada, um atendimento melhor para a população em termos de segurança”, explicou.

Sobre os principais gargalos do país, Aguiar pontuou que a carga tributária brasileira é alta, mas, diferentemente de outros países com tributação elevada, não retorna em serviços de qualidade à população. “Nossa carga tributária é elevada, mas outros países também têm carga tributária elevada e entregam para a sociedade um serviço adequado. Se você avaliar, por exemplo, a questão da saúde, é direito do cidadão ter acesso à saúde, à educação, à segurança. E esses três itens você vê que o cidadão não tem adequadamente. Então, o país arrecada bem e aplica muito mal”, analisou.

Outro ponto levantado pelo presidente da FIESC foi o desequilíbrio do pacto federativo. “Santa Catarina é um estado que arrecada muito e envia grandes volumes de recursos para Brasília, mas recebe pouco em retorno. Isso não é bairrismo, isso é justiça. Estados que produzem mais também têm grandes demandas. Se você olhar para Santa Catarina, que é um estado referência e que é a quarta ou quinta maior arrecadação do país, você percebe que há um desequilíbrio. Como estado, somos o quarto em arrecadação, mas se considerarmos o Distrito Federal, caímos para quinto. Mesmo arrecadando tanto, temos deficiências em infraestrutura, saneamento e transporte”, afirmou.

Ele também chamou atenção para a falta de representação do Sul e do Sudeste nos principais cargos do Congresso Nacional. “Se você olhar a mesa diretora do Senado, não há nenhum representante do Sul e do Sudeste. Essas regiões são responsáveis por mais de 70% da produção de riqueza do Brasil, mas a composição política não reflete essa contribuição. Quando olhamos para a mesa da Câmara, a situação é um pouco melhor, mas ainda assim, a maioria dos principais cargos está nas regiões Norte e Nordeste. Precisamos de um equilíbrio entre arrecadação e representação política”, concluiu.

Confira entrevista completa

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