Ambiguidades surpreendentes: desvendando o enigma de ‘o mesmo’ mal utilizado. Por Vanessa Perin
Estamos carecas de saber que erros de português podem prejudicar a imagem profissional e que uma linguagem escrita adequada é essencial para transmitir informações de forma clara e eficaz.
A expressão “o mesmo” costuma ser usada para retomar pronomes pessoais (eu, tu, ele etc); porém, é importante deixar claro que isso pode levar a ambiguidades (duas ou mais possíveis interpretações) e dificuldades de compreensão.
Ela deve ser usada para evitar repetições desnecessárias de substantivos ou pronomes anteriormente mencionados. Por exemplo, considere a frase que comumente vemos em elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”. Existe até um meme rolando na internet sobre essa placa, pois, se pararmos para pensar… quem é o “mesmo” que pode estar parado no andar?
A escrita correta seria “Antes de entrar no elevador, verifique se ele (ele = elevador) encontra-se parado neste andar”. Assim, excluiríamos a dupla interpretação.
Um macete para você aprender de vez o uso de “o mesmo”/”a mesma” é o seguinte:
SEMPRE que a troca por “ele” e “ela” for possível, significa que “o mesmo” e “a mesma” não podem ser utilizados naquela ocasião.
Outro exemplo: Marcela disse que me emprestaria o carro, mas o mesmo parou de funcionar de repente.
Marcela disse que me emprestaria o carro, mas ele parou de funcionar de repente.
A troca por “ele” foi possível? = SIM? = Proibido usar “o mesmo”.
Outro exemplo: Uma agência do Banco do Brasil foi assaltada em 2010. O mesmo aconteceu em 2020.
Vamos à substituição:
Uma agência do Banco do Brasil foi assaltada em 2010. Ele aconteceu em 2020. Fez sentido a troca? NÃO? Expressão liberada.
Dessa forma, a frase fica mais clara e não há confusão em relação ao que está sendo mencionado.
Reforçando: sempre revise seus textos para evitar o uso inadequado de pronomes ou palavras e garantir que a mensagem seja compreendida corretamente.
Até a próxima semana! 🙂