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Infobesidade tem cura? Por Lúcia Búrigo

Por Lúcia Búrigo08/04/2023 15h00

Você cumpre sua morning routine, rsrs… (Sim, é um jeito sofisticado de falar da sua rotina ao acordar) e já começam a pipocar fontes múltiplas de informação. Dependendo da sua bolha você vai dar ouvidos a podcasters que vão citar zilhões de referências que você vai se sentir obrigado a ler, ouvir e seguir. O seu comunicador da vez, aquele que te influencia sobre fatos, lugares e pessoas da região, vai abrir outras tantas possiblidades de informação, narrando as notícias do dia. Enquanto o seu café esfria, você abre o email. A cada mensagem pululam links, em abas que não tem fim e o WhatsApp prenuncia fortes emoções com news de montão. Fakes ou não, nem vai dar tempo de saber. E a pergunta que fica: afinal, se isso é a tal daminfobesidade, tem cura?

Pensa, a quantas mil mensagens por dia estamos expostos? Uma potência não é mesmo? Há quem diga que estamos diante de 5 mil marcas ao longo de 24 horas. Verdade ou não, o maior desafio dos profissionais da comunicação é conseguir obter a atenção das pessoas, cada vez mais concorrida e comprometida pela escassez de tempo. E todos desejam audiência, é ou não é? Capturá-la é, de fato, de muito valor. Para fazê-lo é preciso conhecer bem o interlocutor para tentar identificar como conseguir uma conexão.

No meio dessa briga está você infotoxicado com o acesso a toda essa abundância de conhecimento. O que aliás, é natural. Hoje a velocidade de duplicação do conhecimento gira em torno 13 meses. E pensar que em 1900 o conhecimento humano dobrava aproximadamente a cada 100 anos. Sentiu o peso? O verdadeiro desafio é avaliar por quanto tempo a informação permanece precisa e útil. Dar foco ao que realmente interessa e se abastecer do que é pertinente e relevante para a vida exige eleger curadores confiáveis que poderão criar atalhos para facilitar a sua jornada. A palavra que cabe é credibilidade. Ou seja, uma reputação bem constituída faz a diferença.

Lamento informar, mas a infobesidade é exponencial. Porém, entenda que suas fontes precisam dialogar com o espírito do tempo e, importante, sem afobação. Confie no processo, não é o que dizem? Falar, ler e ouvir só que o fortalece o seu viés cognitivo não ajuda a sair do lugar. A inovação está no diferente. Alguém já disse: o que não mata, fortalece e permite ir além. Seja sábio procure ousar, conhecer possibilidades diferentes das suas. É assim que a gente se desenvolve, questionando dogmas e quebrando paradigmas. Desacreditar não é pecado. É transcender a zona de conforto. Mas, isso rende uma nova história…

Lúcia Búrigo – Profissional de marketing e comunicação, sócia da Bossa Experiências Criativas

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