Lição de Casa: Sim ou Não? Por Ana Maria Dalsasso
O início de um ano letivo é sempre uma nova oportunidade de a escola e professores corrigirem os erros passados traçando novas diretrizes educacionais, inovando as estratégias de ensino, reinventado o espaço, fazendo da escola um ambiente prazeroso onde o estudante possa se sentir valorizado e motivado. Novas posturas, ações pontuais e atitudes impactantes podem ser os melhores aliados da escola, desde que vá ao encontro dos anseios desta nova geração que exige professores criativos e dinâmicos.
São muitos os desafios, mas, pela minha vasta experiência como professora e também gestora de instituições educacionais, dentre tantas queixas dos professores em relação às dificuldades que a escola enfrenta, chama à atenção: o não cumprimento das tarefas de casa, que nada mais é do que a fixação dos ensinamentos passados em sala de aula. Por falta de comprometimento da família em cobrar dos filhos a responsabilidade para com o aprendizado, professores veem-se prejudicados no exercício da função. A vida é um eterno aprendizado, e fazer tarefas em casa é exercitar a responsabilidade, organização, comprometimento.
Assim, é na junção de quatro elementos fundamentais que a aprendizagem acontece: escola, professor, família, aluno. À escola cabe o desafio de criar situações para que o aluno perceba a tarefa de casa como uma forma de desenvolver sua autonomia, uma vez que toda descoberta leva a um novo conhecimento; ao professor cabe a responsabilidade de elaborá-la de forma clara, motivadora, diversificada e bem orientada para que desperte o interesse pela realização; aos pais cabe o compromisso de acompanhar a postura do filho no cumprimento do dever, incentivando-o, estabelecendo critérios e ambientes propícios para que este momento de construção de novos conhecimentos seja agradável e produtivo; ao aluno cabe saber usar o tempo e a oportunidade que lhe são dados para a aquisição de novos saberes.
A família precisa compreender que estar presente na vida escolar de um filho não significa fazer por ele, mas dar condições para que ele busque motivação e se encante com a busca pelo novo. Para isso, atitudes simples e pontuais precisam ser desencadeadas no seio familiar, criando-se hábitos e atitudes comportamentais como: determinar horários e locais de estudo, acompanhar o desenrolar das atividades de forma incentivadora, vibrando com as conquistas, compartilhando os erros, mas acima de tudo comemorando cada momento passado ao lado do filho nessa caminhada rumo a um futuro mais promissor, com a convicção de que é um trabalho necessário e, se bem executado, contribui para a autoestima, satisfação pessoal e profissional.
Assim sendo, este momento de empolgação deve ser aproveitado para reinventar as atividades fazendo da escola um lugar prazeroso e eficaz, onde nossas crianças e jovens sintam-se seguros na caminhada.