Na última edição do quadro “Bom Dia, Prefeito”, o Jornal da Guarujá teve a oportunidade de conversar com Vagner Espíndola, conhecido como Vaguinho, do PSD,  prefeito eleito de Criciúma com 52.423 votos, o que corresponde a 49,33% dos votos válidos. Durante a conversa, Vaguinho destacou a importância de continuar o trabalho realizado pelo atual prefeito Clésio Salvaro e reconheceu o esforço de todos os candidatos que disputaram as eleições. “Nós disputamos a eleição com cinco candidatos. Acho que todos que disputaram a eleição tinham condição, mas o cidadão criciumense entendeu que o trabalho que realizamos precisaria continuar”, declarou.

Vaguinho enfatizou que sua administração será voltada para toda a população de Criciúma, não apenas para aqueles que votaram nele. “Por mais de 52 mil votos, o criciumense nos escolheu. Porém, agora nós não seremos prefeito apenas daqueles que votaram em nós. Temos prefeito para toda a cidade”, afirmou. Desde o primeiro dia após a eleição, ele já iniciou conversas com o prefeito em exercício, Ricardo Fabris, que colocou toda a equipe à disposição para auxiliar na transição. “Todas as contas  já estão fechadas e também já com as primeiras ações do nosso governo”, complementou.

O novo prefeito ressaltou a continuidade das obras em andamento na cidade, mencionando que atualmente existem mais de 250 projetos simultâneos. “As primeiras ações estarão muito condicionadas à continuidade das 250 obras que temos no município hoje”, explicou. Ele se comprometeu a dar sequência a essas iniciativas, afirmando que “não vai aumentar a estrutura administrativa da prefeitura”, uma bandeira que seu governo já defende há muitos anos. “Nós ostentamos hoje no Brasil o título de ser uma das cidades que menos gasta com folha de pagamento, chega a orbitar na faixa de 32%, enquanto a maioria dos municípios já ultrapassa 50%”, destacou.

Com uma estrutura reduzida, Vaguinho afirmou que pretende manter os cinco secretários atuais, mas fará algumas remodelações. Ele mencionou a Secretaria de Governança, que foi criada durante a gestão anterior será ampliada. “Vamos dar um up também na ouvidoria, para que a gente consiga fazer com que o cidadão procure cada vez menos a Prefeitura e tenha, de forma digital, todos os seus anseios atendidos.” Ele acredita que quanto mais conectados os cidadãos estiverem com a prefeitura, menos precisarão ir até o local fisicamente. “Esse trabalho de ouvidoria e conectividade será muito importante”, disse Vaguinho.

Durante a entrevista, o prefeito também falou sobre a inspiração que tem em seu antecessor, mas afirmou que sua gestão terá um foco diferenciado. “Primeiro, é que nós construímos o governo que temos aqui junto com o Prefeito Salvaro. Agora vem uma nova pegada, e isso está muito relacionado à tecnologia e inovação, mas muito mais que isso, está muito ligado às pessoas. É a hora das pessoas usufruírem de toda essa infraestrutura que nós criamos na nossa cidade”, disse.

Vaguinho mencionou ainda o contexto desafiador da eleição, marcada pela prisão do ex-prefeito Salvaro e a disputa acirrada contra candidatos com forte apoio institucional. “Disputamos uma eleição contra toda uma estrutura de Estado. O episódio da prisão do nosso prefeito foi um momento muito difícil. A mesma câmara de desembargadores que votou pela prisão 21 dias depois disse que não encontrava nenhum índice de corrupção ou de recebimento de valores, o que não justificava a prisão. Mas quem é que agora paga essa conta?”, questionou, evidenciando os obstáculos que enfrentou durante a campanha.

Por fim, o novo prefeito expressou sua intenção de construir uma relação positiva com seus adversários. “Na segunda-feira mesmo, eu peguei meu telefone, liguei para todos os meus adversários que concorreram comigo. Agradeci a participação de cada um deles”, revelou. Vaguinho também destacou seu compromisso em buscar recursos e disse que se reunirá com o deputado federal  Ricardo Guidi para requerer os 60 milhões de reais prometidos durante a campanha. “Essa verba será muito útil porque temos que usar esse recurso, principalmente na saúde, onde temos demandas de fila de espera de média e alta complexidade”, finalizou.

Confira entrevista completa