A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina anunciou a detecção de uma nova variante do coronavírus, denominada XEC, que foi observada inicialmente na Alemanha em maio deste ano. A variante já está provocando um aumento na transmissão da COVID-19 na Europa e foi identificada em duas mulheres de Jaraguá do Sul, no norte do estado, que estão internadas com síndrome respiratória aguda grave.

O diretor de Vigilância Epidemiológica do estado, João Augusto Brancher Fuck, explicou a importância da descoberta. “Esses casos foram identificados na vigilância da síndrome respiratória aguda grave, ou seja, as pessoas apresentaram sintomas e foram hospitalizadas, permitindo a coleta de amostras que resultaram na identificação dessa variante. É uma informação relevante que indica a circulação de uma nova variante no estado. Isso reforça nossas medidas de vigilância para continuarmos monitorando o cenário e avaliar possíveis mudanças no perfil dos casos ou na transmissão da doença em Santa Catarina”.

Sobre o risco de um aumento na transmissão do coronavírus em razão da variante XEC, Fuque esclareceu: “Essa subvariante, identificada na Alemanha em maio, foi considerada pelo Ministério da Saúde como uma variante de monitoramento. As últimas variantes, como a Omicron, mostraram um aumento na transmissão, e isso também está acontecendo com a XEC, que tem causado aceleração na transmissão na Alemanha, na Europa e na América do Norte. A princípio, não há evidências de aumento na gravidade dos casos, mas é importante fazer esse monitoramento contínuo.”

No ano de 2024, Santa Catarina já contabiliza 7.085 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causados por vírus, com o coronavírus representando cerca de 15% do total. Outros vírus, como o da influenza, representam 19%, enquanto outros 66% são atribuídos a diversas outras causas.

João Fuck também abordou o cenário atual da COVID-19 no estado. “Observamos um pequeno aumento nos casos nas últimas semanas, mas ainda é insignificante se comparado ao que registramos no início do ano, quando tivemos o maior número de casos de SRAG por COVID-19. Após isso, houve uma redução, mas essa nova variante acende um alerta para que continuemos acompanhando o cenário para evitar mudanças no perfil da doença nas próximas semanas”, afirmou.

Ele enfatizou a importância da vacinação, mesmo com a nova variante. “Tanto o coronavírus quanto o vírus da influenza possuem vacinas disponíveis. Manter o processo de vacinação é essencial, pois as vacinas continuam a oferecer proteção contra novas variantes, especialmente em casos graves, hospitalizações e óbitos. Portanto, é fundamental que a população continue buscando as unidades de saúde para receber a vacina, que está disponível para todos os catarinenses de todas as idades.”