Somente em 2024, a Polícia Civil já realizou 32 operações de combate à corrupção, abrangendo mais de 50 municípios nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. Na manhã desta sexta-feira, 10, o Jornal da Guarujá entrevistou Ulisses Gabriel, Delegado-Geral da Polícia Civil de Santa Catarina, que destacou os esforços da instituição no combate à criminalidade, com foco especial em casos de corrupção.

“Desde 2023, intensificamos o combate à corrupção em Santa Catarina. Em 2022, o governo anterior realizou apenas 8 operações. No ano seguinte, aumentamos esse número para 24, e agora, em 2024, já realizamos 32 operações policiais”, explicou Gabriel, ressaltando a eficácia das ações em grandes centros urbanos, como Joinville, Blumenau e Porto Alegre.

As operações resultaram em 37 prisões, 352 mandados de busca e apreensão, além de 27 afastamentos de cargos públicos e a apreensão de mais de R$ 20 milhões em bens e valores. “O grande objetivo da Polícia Civil tem sido responsabilizar judicialmente os criminosos que praticam atos de corrupção e organização criminosa”, afirmou o delegado.

O delegado ressaltou a importância da colaboração entre as forças de segurança dos estados envolvidos, afirmando que “quando essas ações são interestaduais, evidentemente há a colaboração de outras forças de segurança, de estados vizinhos e de estados parceiros.” A preocupação com a corrupção é justificada pelo impacto financeiro, já que, segundo ele, “mais de 5% do PIB mundial é desviado para a corrupção”, resultando em trilhões de reais que deixam de ser investidos em áreas essenciais.

Além das operações de combate à corrupção, a Polícia Civil de Santa Catarina também está se preparando para intensificar suas ações em 2025. “Estamos criando um planejamento para os próximos 12 anos, que inclui aumento do orçamento, investimentos em tecnologias e melhorias na infraestrutura”, afirmou Gabriel, que também anunciou a realização de novos concursos para aumentar o efetivo da Polícia Civil. “Desde 2023, perdemos quase 10% do nosso efetivo, e isso prejudica nossa atuação”, completou.

Em relação à operação “BitTrack”, que investiga um estelionato envolvendo criptoativos, Gabriel explicou que uma organização criminosa conseguiu enganar a prefeitura de Pinheiro Preto, transferindo cerca de R$ 700 mil para contas de criminosos. A Polícia Civil está em operação para recuperar os valores e responsabilizar os envolvidos, tendo cumprido 64 mandados de busca e apreensão em 13 estados brasileiros.

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