REVIRAVOLTA: Corpo de mulher é removido durante velório para nova perícia, mas investigação confirma suicídio
Delegado Juliano Baesso confirma conclusões em entrevista
Um caso inicialmente tratado como suicídio em Balneário Arroio do Silva, no Sul de Santa Catarina, passou por uma reviravolta após suspeitas levantadas pela família da vítima. O corpo de uma mulher de 41 anos foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML) durante o velório, no dia 3 de dezembro, para uma nova autópsia, após familiares identificarem hematomas no corpo e suspeitarem de homicídio.
O delegado Juliano Baesso, responsável pela investigação, explicou que, inicialmente, a morte foi tratada como suicídio com base na cena do local. “A vítima foi encontrada na casa de veraneio da família em óbito. A primeira impressão realmente foi de suicídio por enforcamento. O corpo foi submetido ao exame cadavérico e liberado para a família”, detalhou.
A reviravolta ocorreu quando, no velório, a família percebeu marcas no corpo da vítima e levantou suspeitas devido a um histórico de violência doméstica. “A família desconfiou que pudesse ter acontecido algo mais grave. O advogado da família pediu ao Poder Judiciário e o juiz determinou que o corpo retornasse ao IML para uma nova autópsia”, informou Baesso.
Paralelamente, a delegacia instaurou inquérito e iniciou uma série de diligências. Segundo o delegado, câmeras de segurança foram cruciais para esclarecer o caso. “Obtivemos imagens que mostram a vítima chegando sozinha à residência naquela madrugada, saindo por cerca de meia hora e retornando. As câmeras da parte dos fundos registraram toda a movimentação na sacada, onde a vítima fez a preparação e, infelizmente, tirou a própria vida”, afirmou.
Os laudos também corroboraram a conclusão. “Tomei o cuidado de solicitar perícias tanto pelo IML de Araranguá quanto pelo IML de Criciúma. Ambos confirmaram o suicídio por enforcamento”, explicou.
Sobre os hematomas no corpo, o delegado esclareceu que eles não estavam relacionados à morte. “Testemunhas mencionaram que a vítima teve uma discussão em uma festa dias antes, e essas marcas foram produzidas naquela ocasião. Os laudos confirmaram que as marcas já tinham alguns dias”, concluiu.
A investigação descartou a hipótese de homicídio, mas o histórico de violência doméstica envolvendo o ex-marido da vítima foi apurado e já está sob responsabilidade do Poder Judiciário. “Esses fatos ocorreram 45, 50 dias antes da morte e não têm ligação com o suicídio. O autor já foi indiciado por esses crimes e continuará respondendo por eles”, afirmou Baesso.
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